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9 de outubro de 2024

Cambados.


   Outra das vilas que nos mereceram atenção durante as férias foi Cambados. Bem assim como Combarro, é um lugar pitoresco, agradável (muito perto de Sanxenxo), com sítios que se devem conhecer, designadamente o seu paço (Pazo de Fefiñáns) e principalmente as ruínas da Igreja de Santa Mariña de Dozo, que, como o nome indica, são ruínas de uma igreja dentro de um cemitério. Lembra-nos vagamente as ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa. A diferença é que estas ruínas não se produziram por qualquer fenómeno natural, senão pelo abandono humano, no século XIX. Foram consideradas monumento nacional em Espanha em 1943 e hoje é considerado, o espaço, o cemitério “mais melancólico do mundo”, nas palavras do escritor Álvaro Cunqueiro. É o terceiro monumento funerário mais importante de Espanha e consta duma lista prestigiada da Associação de Cemitérios Significativos da Europa (ASCE).


Ruínas da Igreja de Santa Mariña de Dozo


Pazo de Fefiñáns


1 de outubro de 2024

Combarro.


   Combarro é uma vila lindíssima perto de Sanxenxo. O que mais destaca na sua paisagem são os espigueiros -elementos comuns no noroeste peninsular (norte de Portugal e Galiza)- perto do mar, ou seja, uma junção da tradição agrícola com a pesqueira.




   Cheia de turistas, é quase impossível caminhar no seu núcleo mais pitoresco. Às vezes dá-me pena pelos autóctones, os moradores, sujeitos ao assédio de tanta gente.

29 de setembro de 2024

Sanxenxo.


    De volta à península ibérica, as férias não haviam terminado. Nem pensar. Tínhamos mais uns quantos dias para desfrutar, e duas opções: descansar dos vôos e dos comboios em casa, na nossa piscina, ou aproveitar para passear mais um pouco e conhecer lugares novos. Escolhemos a segunda. Já com o nosso carro, decidimos ir até à costa galega, à maravilhosa localidade de Sanxenxo. Sanxenxo é uma vila do litoral da Galiza, muito procurada pelas pessoas da alta finança. Tem uma marina cheia de iates. Nas ruas não se vêem imigrantes. Apenas gente bem aposta, educada. Há tempos que o M. me disse que teríamos de ir lá, e eu simplesmente adorei. Senti-me em casa verdadeiramente. 


Foram dias muito bem aproveitados

   Não ficámos apenas em Sanxenxo. Fomos a duas vilas muito próximas, encantadoras também, mais tradicionais. Essas ficarão para uma publicação ulterior.

25 de setembro de 2024

Lanzarote III (Jameos del Agua).


    Inicialmente, não queria ir aos Jameos del Agua. Comentei-o, aliás, com a recepcionista do hotel, a María, um encanto de senhora, sempre prestável, preocupada em fazer-nos sentir bem (se quiserem ir a Lanzarote, posso-lhes facilitar o nome do hotel por e-mail; basta para tal contactar-me). Pareceu-me um local turistificado à exaustão, muito comercial. Preferia fazer algo cultural sem cair no previsível. Fui aconselhado a dar-lhe uma oportunidade. Defraudou. Ah, eu sou assim. Quando gosto, gosto. Quando não gosto, não gosto.


Há quem possa achar isto idílico; eu não


   César Manrique, um pintor e escultor muito famoso em Lanzarote, idealizou os Jameos: num túnel vulcânico, criou um espaço natural, inaugurado em 1977. Tal como a Cueva de los Verdes, o espaço originou-se com a erupção do vulcão de La Corona. Ao passo que, lá, não moldaram aquelas grutas misteriosas, nos Jameos César Manrique deu asas à sua imaginação e idealizou um jardim, um lago, com palmeiras. Criou um belo entorno natural num túnel vulcânico. O problema, no meu entender, é que há demasiados turistas, o preço do bilhete é excessivamente elevado e, sejamos sinceros, não passa de um jardim exótico. No piso superior fizeram um museu do vulcão, que está ali como poderia estar em Madrid, em Lisboa, em Santa Comba Dão, quer dizer, nada de especial. Há um lago que alberga uma espécie protegida de caranguejo cego, mas são tantos turistas que não se consegue ver nada. A minha intuição estava certa. 


O auditório formado por pedra basáltica

    
       Talvez o mais interessante seja o auditório construído numa das secções do túnel.

23 de setembro de 2024

Lanzarote II (Cueva de los Verdes).


    Há pessoas que se esgotam em roteiros culturais. Nós, no Verão, não. Cada um estabelece as suas prioridades. O M. trabalha muito, demasiado, e quer sobretudo descansar. Meio contra a sua vontade, na segunda quinzena de férias, no Inverno, “obrigo-o” a andar de museu em museu, daqui para acolá, e de certa forma sinto-me culpado por não lhe permitir mais tempo de descanso, afinal, ele fá-lo por mim.

    Estas férias de Verão foram -sei-o- das mais relaxantes para o M., e isso agrada-me. Ele não gosta particularmente de praia e piscina. Vai por mim. Fica deitado, joga no telemóvel, lê um livro. E eu também aproveito a vê-lo descansar. Entretanto, achámos que podíamos fazer algumas coisas mais. Decidimo-nos a ir à Cueva de los Verdes.


O efeito espelho é um dos mais interessantes da cueva. Julgamos que estamos perante um enorme precipício. Nada mais falso. É água, tão límpida que faz um reflexo que nos leva a crer estar perante uma cratera


   A Cueva de los Verdes é uma gruta subterrânea originada por uma grande erupção vulcânica há cerca de 25.000 anos. As Canárias -aliás, à semelhança dos Açores, da Madeira, das Selvagens e de Cabo Verde- são um arquipélago de origem vulcânica, e configuram, todos, a Macaronésia.

   A gruta, a cueva, é interessante de se ver. Somos testemunhas de um passado remoto que moldou aquela paisagem. Podemos observar a lava solidificada, a forma como esculpiu aqueles caminhos debaixo do solo, que percorremos numa visita guiada que se faz muito bem. O norte da ilha de Lanzarote, no seu subsolo, é atravessado por um túnel totalmente inundado de água que se originou exactamente pela acção do vulcão de La Corona. A gruta formou-se precisamente no tecto do túnel. 

    Ir à Cueva de los Verdes é quase imprescindível numa passagem por Lanzarote.

21 de setembro de 2024

Lanzarote.


   É um destino sem grandes surpresas. A única reside na mudança de ilha. Após três anos seguidos na Gran Canaria, que junto a Tenerife é a maior ilha do arquipélago e uma das mais visitadas, decidimo-nos por Lanzarote. 


A ilha é assim: árida, vulcânica. Uma beleza singular 


   As Canárias são um arquipélago de que gosto muito. Sou intuitivo: ou me sinto bem num lugar, ou não, e quando me sinto bem, costumo ser fiel. Lanzarote pareceu-me bonita nas fotos: uma atmosfera que nos reporta um pouco a Marte, paisagens vulcânicas, praias selvagens, ventos permanentes que amenizam o calor pela proximidade ao Saara.


Uma das mais solicitadas: la Playa del Papagayo


   Adorei. Tivemos dias excelentes de sol, de calor, apaziguados pela brisa constante, que raramente apenas se traduz num vento desagradável. Pelo contrário. Foi uma estância muito, muito agradável.


O pôr-do-sol na Playa Grande, muito perto do hotel


   Optámos quase exclusivamente pelo descanso. O M. precisava muito. Os meses de Julho e Agosto são totalmente extenuantes no que respeita ao trabalho dum médico. Assim sendo, fizemos piscina e praia. Alugámos um carro. Percorremos a ilha. Não repetimos praias. Pontualmente, para descansar a pele e inovar, fizemos alguns percursos culturais. Fomos, naturalmente, à casa de José Saramago, aos Jameos de Agua de César Manrique e à Cueva de los Verdes. Deixarei cada um destes destinos para uma publicação própria. Creio que me merecem a pena.


A dinâmica noite de Puerto del Carmen


    Ficámos alojados num hotel simpático, quatro estrelas, só para adultos (peço desculpa, mas detesto crianças). Pessoal muito prestável, tranquilidade absoluta, sem ruídos. Foram umas férias de sonho. Das melhores que tive.

1 de setembro de 2024

Chaves.


   Começaram as tão esperadas férias. As do Manel, porque eu, em rigor da verdade, estou por casa todo o ano. Bem, o trabalho de casa é trabalho, e é subvalorizado. Em casa trabalha-se, e trabalha-se bastante (falo por mim). Estaremos de férias pelos próximos 15 dias, mais qualquer coisa.


O castelo de Chaves



As termas romanas do século I d. C.


   Fomos até Chaves neste fim-de-semana. Chaves é uma cidade bonita, sossegada, que se percorre perfeitamente a pé. Viemos de carro, eu conduzi, que deixámos num parque muito perto do hotel onde ficámos hospedados.


Ponte Romana de Trajano


    Três anos depois, voltei a Portugal. Escolhemos Chaves pela proximidade, afinal, está muito perto da Galiza, sobretudo de Verín, cidade com a qual forma uma eurocidade.


Museu de Arte Moderna Nadir Afonso


    Aconselho que vão até ao castelo (que não é mais do que uma torre de menagem), ao museu Nadir Afonso, às termas romanas, ao forte (que actualmente alberga um hotel, mas a entrada no recinto é livre). Podem provar o tradicional pastel de Chaves (que é um salgado) e beber o famoso copo de água quente das termas. De igual forma, poderão entrar nas igrejas da cidade, e naturalmente calcorrear as ruas do centro histórico (devem).

      Já falarei dos próximos destinos destas férias grandes.

14 de dezembro de 2023

Londres.


    O M. tirou as tão desejadas férias, segunda quinzena do ano, porém, muito antes disso já eu começara a conjecturar a nossa próxima viagem, e a escolha recaiu em Londres. Não houve nenhum motivo em particular. Talvez a proximidade ao aeroporto de Vigo. Não me apetecia nada ter de ir até Madrid e, dali, apanhar um avião.

    Adorei Londres. É realmente uma grande metrópole. Os ingleses são atenciosos. Como todas as cidades globais, tem muitíssimo que ver, e dez dias (o tempo que estivemos lá) não é suficiente para se ver tudo. Assim mesmo, chegámos com um plano ambicioso e cumprimo-lo escrupulosamente. Vimos os principais museus (British Museum, Natural History Museum, Tate Modern, National Gallery), depois o Madame Tussauds (um clássico). De monumentos, vimos e entrámos dentro da Abadia de Westminster, do Palácio de Westminster (estivemos nas Câmaras dos Lordes, Comuns etc), Catedral de São Paulo, Torre de Londres, Catedral de Westminster e Tower Bridge. Passeámo-nos pelos bairros típicos de Mayfair, Belgravia, Camden Town, Notting Hill, e ainda demos uma escapadinha até Greenwich, onde estivemos no Real Observatório (sim, o do Meridiano). Não parámos, e ficaram coisas por ver, que não estavam no plano, contudo.


Pouco choveu, e no dia do Palácio de Westminster até tivemos direito a sol


    Não é preciso dizer que recomendo. É imprescindível conhecer Londres. É uma cidade que, pese embora o tamanho, funciona - e aquele metro? Maravilhoso! Chega a todas as partes, e sempre a chegar e a partir.

15 de setembro de 2023

Canárias.


     Uma vez mais, decidimo-nos pelas Canárias para estas férias de Verão. O mau tempo abateu-se sobre a península justamente no dia em que fomos, e apesar de não ter chegado ao arquipélago (a depressão DANA), a sua aproximação fez-me temer que nos arruinasse os dias de praia. Não aconteceu. Tivemos dias excelentes, às vezes um pouco nublados, mas sobretudo de muito calor, e geralmente bastante soalheiros.


Eu adoro praia. 


    Ficámos na mesma ilha pela terceira vez. Prefiro jogar pelo seguro e repetir o que já conheço, entretanto, encerro por uns anos a Gran Canaria. Três vezes seguidas é quanto baste. Alojámo-nos em Maspalomas, uma das maiores estâncias gays da Europa, mas o curioso é que não o sabíamos da primeira vez que lá estivemos, em 2021. Foi pura casualidade.


A lindíssima praia de Anfi del Mar.


      O ambiente é fantástico. Há noite há sempre festas, muitos gays, bares de cruising… Nem no Príncipe Real (Lisboa) vi tal coisa. A noite gay espanhola não tem nada que ver com a portuguesa. Estão muito à frente. Até têm um centro comercial totalmente LGBT (Yumbo Centrum).


Muito à frente.


     As praias, já sabemos: água morna. As Canárias são Norte de África. 

      Adorei, como em 2022 e 2021, porém, como disse acima, para o ano que vem irei mudar de ilha (Tenerife ou, mais provavelmente, Fuerteventura, onde dizem estar as melhores praias de todas as ilhas).

17 de setembro de 2022

Férias, Independência do Brasil e Isabel II.


    Já há muito tempo que não escrevo nada aqui. Quando não há nada para dizer, melhor calar, e saber calar é uma virtude, diz a sabedoria popular. Continuo, como imaginais, a atravessar um período de luto muito difícil, com dias melhores e outros piores. Entretanto, porque a vida continua, dizem também, fomos de férias para as Canárias. Repetimos a ilha, a Gran Canaria, que nos encantou no ano passado; as suas praias, as pessoas, as paisagens. Pensámos noutra ilha, mas no Verão gosto de fazer turismo de praia, e as praias das demais ilhas, pelas aplicações de viagens, pareceram-me muito rochosas. Pelo sim, pelo não, melhor jogar pelo seguro. Pensei na minha mãe todos os dias (novidade...), excepto, pela adrenalina, no dia em que fomos ao Aqualand Maspalomas, o parque aquático da ilha. Nos próximos dias, é provável que vos vá escrevendo sobre as férias, se tiver força de vontade.

   Entretanto, apanhei, durante os dias em que estive fora, dois acontecimentos: o bicentenário da independência do Brasil e a morte de Isabel II. O blogue sempre foi um espaço que utilizei para escrever breves (ou extensas) palavras sobre factos, ocorrências que não me deixam indiferente.

   Quanto ao 200º da independência do Brasil, naturalmente que é uma data que está indelevelmente relacionada a Portugal. A perda do Brasil, numa sociedade colonial e esclavagista como a portuguesa de então, representou a perda da sua mina de ouro, literalmente, e do seu estatuto como potência, que a bem ver já não era o da época gloriosa do século XVI. Portugal fez-se representar ao mais alto nível, com Marcelo Rebelo de Sousa nas festividades ao lado de Bolsonaro, um sapo que o Chefe de Estado português teve de engolir.

    A relação entre o Brasil e Portugal é bastante boa, contrariamente àquilo que sucede aqui em Espanha com os Estados emergidos das suas antigas colónias. Em todo o caso, o Brasil não tem para com Portugal nenhuma atitude reverencial baseada na antiga relação de domínio. É um pais que soube fazer o seu percurso, inclusive no que respeita à língua comum com Portugal, e culturalmente não tem em Portugal uma referência. Há o reconhecimento desse vínculo, do passado que une ambos os países, há laços de amizade, cordialidade e cooperação, e pouco mais. Já Portugal, e não é de estranhar, vê o Brasil com um certo paternalismo advindo do passado; é-lhe um território quase místico, que remonta a uma idade gloriosa, e em tudo o que envolve o Brasil de forma crucial, Portugal gosta de estar presente, de acompanhar, respeitando a soberania do país, certamente, porém com aquela atitude de pai que observa atentamente os passos de um filho que já há muito voou.

    Brasil e Portugal estarão sempre unidos. A comunidade brasileira em Portugal é a maior no país, não parando de crescer, e há desafios que ambos os povos terão de superar: da parte dos brasileiros, exige-se o fim de antigos mitos relacionados à figura dos portugueses, mitos que não correspondem mais à realidade; por sua vez, os portugueses terão de fazer um esforço maior para compreender que o Brasil tem a sua identidade cultural e linguística autónoma, que não têm por que ser igual à portuguesa. De igual modo, exige-se o fim de muitos preconceitos relacionados à figura do brasileiro, sobretudo da mulher brasileira, que sim é vítima de estereótipos e generalizações perigosas.


   A morte de Isabel II teve uma enorme repercussão fora do espaço britânico e da própria Commonwealth. Portugal decretou três dias de luto oficial, e não foi o único país a fazê-lo. Falamos de uma pessoa que ocupou a chefia de estado de uma potência como o Reino Unido durante 70 anos, atravessando vários governos dos seus reinos e de fora deles. Gostemos ou não, foi uma mulher que marcou o século XX, quando mais não seja pela longevidade do seu reinado. Eu não gosto, o que não deixará de me levar a reconhecer o impacto que teve, nomeadamente cultural, atraindo turistas e consequentemente lucro ao seu país. Se há monarquia emblemática, é-o a inglesa, pelo seu prestígio, que está intimamente ligado ao do Reino Unido como herdeiro da potência imperial, mercantil, cultural que foi durante séculos, mais exactamente até ao fim da I Guerra Mundial.

    Isabel II e a sua imagem estão envoltas num manto de romantismo que não nos deve impedir de ver as injustiças da monarquia. Afinal, o que fez Isabel II pela paz ou pelo bem-estar mundiais? Qual o seu mérito em ter ocupado um trono para o qual não foi eleita; um trono que recebeu por ter nascido em determinado berço? Em 70 anos, encobriram-se escândalos, de corrupção até, envolvendo a monarca e a sua família. Sete décadas de bajulação naturalmente deturpam o carácter de qualquer um. Para um democrata, a concessão de privilégio tal durante tanto tempo não é concebível nem tolerável. Não há tradição que o explique e ainda menos o justifique. Desde já, observam-se limitações às liberdades de expressão e manifestação no Reino Unido de sectores anti-monarquia que não dignificam o Reino Unido como secular sociedade tolerante, que tanto avançou no domínio das liberdades individuais quando a Europa continental fazia o caminho inverso. A atitude da polícia inglesa vem demonstrar que as mais sólidas democracias tremem perante o despotismo de privilegiados que se julgam investidos por um deus qualquer (e o Reino Unido tão-pouco é um Estado aconfessional ou laico) para reinar, neste caso, até que o mesmo deus os chame à sua presença. Lembra-me a entronização de Juan Carlos em 1975, quando ficou bem claro que só responderia perante o tal deus no dia em que fosse chamado a prestar-lhe contas.

30 de janeiro de 2022

Madrid.


    Olá! Voltámos de férias, e irei iniciar hoje uma leva de publicações sobre a nossa semana. Como referi antes, foram curtinhas, é certo, mas bem aproveitadas. Geralmente, faço um roteiro dos locais a conhecer (no Verão, como são férias de praia, por vezes não o faço). Esse roteiro envolve a pesquisa de sítios na internet, publicações de quem já viajou para os mesmos destinos, páginas oficiais de turismo etc. Tudo o que considerar pertinente.


A enorme e agitada Gran Vía


    Madrid, neste caso, não surgiu no plano de férias deliberadamente, antes sim porque necessitámos passar por lá para voar até... Budapeste. Sim, foi esse o nosso destino final, a capital da Hungria, uma das cidades mais belas e visitadas da Europa. Não havendo vôos desde a Galiza, tivemos de ir à capital do Estado, o que de certa forma foi bom para mim, que não conhecia a capital do segundo Estado com o qual tenho um vínculo jurídico.


O Palácio Real, que o Rei não habita pelas suas dimensões


    Estamos a duas horas de Madrid, e agora temos a vantagem do comboio de alta velocidade que liga Ourense, a capital da nossa província, a Madrid em menos de nada. Chegámos no dia 23 pelas 14h, sensivelmente. Madrid é uma das maiores cidades da Europa. Salvo erro, a terceira maior da União Europeia. Conhecê-la numa dia -melhor dizendo, numa tarde!- é impossível. Procurámos visitar os locais mais emblemáticos, inclusive porque teríamos um vôo no dia seguinte às 7h. Para estarmos no aeroporto com duas horas de antecendência, tivemos de nos levantar pelas quatro. Uma tarde em Madrid, no Inverno (ou seja, a anoitecendo cedo) e tendo de madrugar. O que fazer, então?


Pareceu-me uma ideia genial. No Campo Grande, em Lisboa, tentaram o mesmo


     Felizmente, estava uma tarde soalheira. Começámos pela emblemática Gran Vía, talvez a avenida mais famosa da capital espanhola. Descemo-la e fomos dar com o Palácio Real. Antes disso, importa referir, passámos pela Porta do Sol, também ela incontornável. A próxima paragem foi a Porta de Toledo e, por insistência minha, o encantador Parque do Retiro. O bom de Madrid é que, ao contrário de Lisboa, tem um metro cuja cobertura abarca toda a cidade, e funciona bem, muito bem. Não podemos comparar a importância geoestratégica de cada cidade, o seu peso demográfico e as suas superfícies territoriais, mas verão, mais tarde, o que me pareceu o metro de Budapeste. No Retiro, quis muito percorrer o lago num barquinho, um programa que me pareceu romântico, mas o M. não sabe nadar e tem verdadeiro pavor de se afogar!


La Gran Vía por la noche

     Madrid está perto, relativamente, e havemos de voltar (ficaram por visitar o Prado e o Reína Sofía, nomeadamente...). Foi uma passagem curta, por condicionamentos da viagem, que todavia me permitiu ter um panorama da cidade, e adorei-a. Adorei Madrid, do pouco que vi. Adorei a liberdade das suas gentes, liberdade social, sexual. Madrid tem uma atmosfera vívida e brilhante, e essa liberdade reflecte-se no comportamento das pessoas. Uma cidade totalmente gay-friendly, que me reportou ao que encontrámos nas Canárias. A voltar muito em breve.


Todas as fotos foram captadas por mim, e o seu uso se dará com a devida autorização.