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21 de fevereiro de 2025

Vila Real.


    Neste último fim-de-semana continuámos pelo Norte. Fomos a Vila Real. É uma cidade que, a meu ver, tem menos interesse do que Chaves, ou até mesmo Bragança. No seu centro histórico, há umas igrejinhas e pouco mais para ver. Pareceu-me, e isso foi-me dito por um natural, uma cidade bastante conservadora. O norte de Portugal é-o.


O encantador Palácio de Mateus 


   O que sim nos apaixonou, a mim e ao meu marido, foi o Palácio de Mateus, que é uma beleza, e que gostei muito mais do que de Versailles. Chamem-me louco, ou o que quiserem. Além de bonito, não tem enchentes de turistas (pelo menos nesta época baixa). Os jardins são simples, porém com muito encanto, e o mesmo se diga do interior do palácio, que há décadas queria visitar, e que a distância face a Lisboa foi tornando impossível. Naturalmente, como sempre acontece, viemos carregados de livros e recordações, embora as melhores estejam na nossa memória.

14 de dezembro de 2023

Londres.


    O M. tirou as tão desejadas férias, segunda quinzena do ano, porém, muito antes disso já eu começara a conjecturar a nossa próxima viagem, e a escolha recaiu em Londres. Não houve nenhum motivo em particular. Talvez a proximidade ao aeroporto de Vigo. Não me apetecia nada ter de ir até Madrid e, dali, apanhar um avião.

    Adorei Londres. É realmente uma grande metrópole. Os ingleses são atenciosos. Como todas as cidades globais, tem muitíssimo que ver, e dez dias (o tempo que estivemos lá) não é suficiente para se ver tudo. Assim mesmo, chegámos com um plano ambicioso e cumprimo-lo escrupulosamente. Vimos os principais museus (British Museum, Natural History Museum, Tate Modern, National Gallery), depois o Madame Tussauds (um clássico). De monumentos, vimos e entrámos dentro da Abadia de Westminster, do Palácio de Westminster (estivemos nas Câmaras dos Lordes, Comuns etc), Catedral de São Paulo, Torre de Londres, Catedral de Westminster e Tower Bridge. Passeámo-nos pelos bairros típicos de Mayfair, Belgravia, Camden Town, Notting Hill, e ainda demos uma escapadinha até Greenwich, onde estivemos no Real Observatório (sim, o do Meridiano). Não parámos, e ficaram coisas por ver, que não estavam no plano, contudo.


Pouco choveu, e no dia do Palácio de Westminster até tivemos direito a sol


    Não é preciso dizer que recomendo. É imprescindível conhecer Londres. É uma cidade que, pese embora o tamanho, funciona - e aquele metro? Maravilhoso! Chega a todas as partes, e sempre a chegar e a partir.

9 de fevereiro de 2022

Budapeste (parte VI).


   Será quiçá a última publicação sobre Budapeste, ou talvez não. Hoje dir-vos-ei as minhas impressões gerais sobre a cidade e os húngaros. Começando pela cidade, é lindíssima. Adorei conhecê-la, provavelmente não repetirei porque tão-pouco é uma grande metrópole que deixe muito por visitar em cinco dias, que foi precisamente a duração da nossa estadia. Vimos tudo o que havia para ver. Conseguimos cumprir com o roteiro a que nos propusemos. Aproveitámos bem o tempo que tínhamos. Budapeste é uma cidade funcional, com bons transportes públicos, segura, não demasiado extensa, tranquila. O húngaros, pois...

   Os povos são todos distintos, em razão do percurso histórico, do clima, da cultura. Eu não esperava que os húngaros fossem calorosos na recepção aos turistas como os espanhóis, os italianos, os portugueses. O que esperei, sim, é que fossem educados no trato, cordiais, sobretudo os que lidam com os turistas, e a experiência demonstrou-me o contrário. A minha e a de outras pessoas que escolheram a Hungria como destino de ócio, que nos demos, eu e o M., depois do regresso, ao trabalho de ler opiniões em sítios na internet dedicados a viagens e turismo. Há demasiadas opiniões semelhantes à nossa.

  Logo à chegada, a polícia, ainda no aeroporto, foi extremamente agressiva com os turistas que chegavam. Falaram-nos num tom autoritário, brusco, quase ameaçador. Pareceu-me que estava a entrar num estado ditatorial nos anos 70. No mesmo dia, repetiu-se o sucedido à entrada do parlamento. Os seguranças manifestaram os mesmos modos. Nos locais de comércio e restauração, também não temos nada de agradável para dizer: agressividade, má cara, desconfiança. Já sabia que os húngaros tinham elegido a extrema-direita, o Fidesz, um partido eurocéptico e anti-imigração, mas nós éramos turistas. Contribuímos para a riqueza interna do país, para o seu desenvolvimento. Com um leque tão vasto de escolha, decidimo-nos pelo seu país, e isso ao menos merecia que nos tratassem com outra consideração. À saída, no aeroporto, uma vez mais, e talvez para manter a coerência (risos), assistimos a mais episódios desagradáveis com os turistas.

   Importa referir que muitos dos casos foram observados por nós e ocorreram com outras pessoas. Não se trata de uma experiência nossa, isolada. Inclusivamente, comentei-o com o M., durante uma visita guiada, e uma portuguesa que estava de visita, ouvindo-nos, deu-nos razão. 

  A Hungria pertence à UE desde 2004. Budapeste é uma das cidades mais visitadas da Europa. Esperava-se que lidar com o turismo já fosse uma prática rotineira para os húngaros, e a impressão com que fiquei é a de que não gostam de estrangeiros. Há uma profunda desconfiança com quem não é de lá. Ainda que quisesse voltar, que não quero, não o faria. Há povos que são abertos ao mundo, receptivos aos outros, e há outros que não. As coisas são assim. 

   O que referi aqui não implica que a vossa experiência tenha de ser igual à nossa. Budapeste é realmente uma cidade que merece ser visitada. No entanto, eu aconselhar-vos-ia a refrear o ânimo quanto à receptividade dos húngaros, que deixa a desejar.

8 de fevereiro de 2022

Budapeste (parte V).


   O regime comunista desintegrou-se, na Hungria, em 1989. Caiu de forma pacífica, como de resto em todos os países do antigo bloco soviético, à excepção da Roménia, que executou o seu líder, Ceausescu, após um julgamento sumário. À época, as praças de Budapeste estavam todas elas repletas de estátuas e símbolos do comunismo. Com a transição para a economia de mercado, retiraram-se aquelas estátuas das praças públicas e chegou-se a cogitar a sua destruição. O bom senso imperou e, em 1993, inaugurou-se um parque a cerca de 12km de Budapeste, um descampado, como que um cemitério onde depositar aquelas enormidades de bronze sem ferir susceptibilidades e comprometer o novo rumo político pró-ocidental que se almejava.


Lenine, o grande líder e fundados da União Soviética


  Chama-se Memento Park, e a sua construção não se deu ao acaso. Arquitectonicamente, tudo foi idealizado para lhe conferir um simbolismo. A entrada, por exemplo, parece-nos sumptuosa, reportando-nos a um templo clássico, mas depois, quando passamos a porta, vemos que se trata de um terreno amplo, seco, desértico, com as estátuas dispostas aqui e acolá. É uma alusão ao comunismo, um modelo de regime que promete muito, sem que, no fim, se cumpram as expectativas. Estávamos em 1993, e ainda não lhes podia ser exigido aos húngaros que fizessem leituras apolíticas da sua história recente. Fora do parque, no lado oposto à entrada, vemos as botas de Estaline sobre um pedestal. Sobejaram apenas as botas. A estátua foi destruída integralmente numa revolta contra o regime comunista em 1956, que o Exército Vermelho sufocou imediatamente. Tal não sucedeu às de Lenine. Temos uma no pórtico da entrada, gigante, e outra no recinto do parque. Até ao dia de hoje, o fundador da U.R.S.S goza de mais prestígio e consensualidade do que Estaline.


Monumento à República Socialista Húngara (1969)


   Lá dentro, e depois da compra do bilhete, encontrarão não só elementos soviéticos como húngaros, e inclusive um Monumento aos Combatentes Húngaros das Brigadas Internacionais de Espanha, que foram -sem querer abordar muito a história espanhola nesta publicação- unidades militares que lutaram ao lado da República durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), contra Franco, do bando dos nacionalistas. Como acabou, vocês já sabem.

    Têm à disposição ainda uma pequena loja que vende recuerdos do recinto.

Todas as fotos foram captadas por mim. Uso sob permissão.

7 de fevereiro de 2022

Budapeste (parte IV).


   Budapeste é conhecida pelas suas termas. É uma cidade termal, famosa na Europa. Quis o destino que eu vivesse na capital termal da Galiza e de Espanha, Ourense, mas nunca cheguei a ir às termas daqui. Antes de me mudar para o rural, vivi umas semanas em Ourense. Tudo coincidiu com o início da pandemia, pelo que a ida às termas ficou adiada indefinidamente. Proporcionou-se fazermos termas em Budapeste. A cidade dispõe de dois balneários: um mais antigo, Gellert, e outro mais moderno, Széchenyi, que foi a nossa opção. Fica perto da Hösök tere, na linha M1, na estação homónima.


Sabe tão bem


  O balneário dispõe de várias piscinas, umas interiores, outras exteriores. Ficámos sobretudo nas exteriores. Estavam 5ºC, e dentro de água 29ºC. A sensação de variação térmica é impressionante e extremamente agradável. E depois há aqueles esguichos de água quente tão reconfortantes nos músculos e ossos. No caso do M., que sofre um pouco da coluna, além do agradável que são, ajudam-no a relaxar e a eliminar as dores. Um conselho: levem chinelos e touca. Se não o fizerem, poderão adquirir estes produtos numa loja dentro do recinto das termas. São obrigatórios. Ah, e a toalha de banho (ou um robe, melhor, porque no Inverno faz muito frio). O balneário tem instalações para que troquemos de roupa e, no final, nos duchemos.


O Balneário de Széchenyi


    Dependendo do tempo que disponham em Budapeste, aconselho a que passem pelas termas.


Todas as fotos foram captadas por mim. Uso sob permissão.


4 de fevereiro de 2022

Budapeste (parte III).


    O Castelo de Buda pode levar-nos ao engano pela designação. Não se trata de um verdadeiro castelo. Na verdade, é um palácio, que tão-pouco visitamos como tal. Alberga dois museus de Budapeste: o museu de belas-artes e o museu de história. Nas imediações, encontramos o Bairro do Castelo de Buda, que junto a este, às margens do Danúbio e à Avenida Andrássy, são Património da Humanidade pela UNESCO desde 1987. É precisamente neste bairro do castelo que se situa a Igreja de Matias, de estilo neogótico, que vale a pena visitar, e o Bastião dos Pescadores, onde encontrarão um miradouro magnífico sobre a cidade. Relembro-lhes apenas que todos os monumentos em Budapeste, incluindo a maioria das igrejas e catedrais de relevo, são de visita paga. Decidimos visitar o Museu de História de Budapeste, dar um passeio pelo entorno, pela igreja e pelo bastião, naturalmente. Para subir ao castelo, poderão fazê-lo a pé (um pouco custoso), ou através de um funicular, que estava em manutenção no dia da nossa visita.


As vistas desde o Monte Gellért


   Entretanto, antes disso subimos ao Monte Gellért para poder desfrutar de umas vistas privilegiadas sobre Peste (que fica na outra margem do Danúbio). Esta subida sim pode custar-lhes um pouco, como nos custou a nós. Felizmente vamo-nos podendo sentar nuns bancos providencialmente instalados ao longo da encosta.


O Bastião dos Pescadores


   Pela noite, recomendo-lhes uma passagem por uma das cafetarias (dizem os entendidos) mais bonitas do mundo. Chama-se New York Cafe, e realmente tem uma decoração prodigiosa para a sua finalidade. Os preços, claro, são impraticáveis. A cidade não é mais barata, como se julga quando imaginamos que vamos recheados de euros a trocar por florins. A facilidade com que o dinheiro húngaro nos desaparece das mãos é impressionante. As taxas de câmbio também nos prejudicam, e nós levámos florins de Espanha (fizemos o câmbio aqui). Não chegou, claro. 


Deixa-nos sem palavras


  Antes de regressar ao hotel, fomos ver o parlamento de noite. Budapeste é conhecida pela sua luminosidade nocturna.


A cúpula do Castelo de Buda

Todas as fotos foram captadas por mim. Uso sob autorização.

3 de fevereiro de 2022

Budapeste (parte II).


   A Sinagoga de Dohány fica no bairro judeu. São outros dois locais que merecem uma visita atenta e demorada. No caso da sinagoga, é muito especial. É a segunda maior sinagoga do mundo e a maior da Europa. Como referi, situa-se no bairro judeu, que ainda hoje preserva as marcas dos bombardeamentos durante a invasão da Hungria, em 1944. Esta sinagoga reúne traços curiosos na sua arquitectura, daí que desperte o interesse de judeus oriundos de várias partes do mundo. Não é uma sinagoga comum. Tem características das igrejas católicas e uma forte inspiração andaluza. Damo-nos conta dessas influências só ao observá-la. Em todo o caso, se optarem pela visita guiada, como nós (há-as em vários idiomas durante todo o dia), dir-lhes-ão isto e muito mais.


Budapeste ainda tem os caricatos trolleys, que eu me recordo de ver no Porto, nos idos anos 90


   Outro dado interessante é que no terreno da sinagoga estão sepultados, em valas comuns, corpos de vítimas do nazismo. Nenhuma sinagoga encerra em si sepultamentos, à excepção desta, que esteve prestes a ser destruída pelos nazis. Não o foi, mas viu-se fortemente afectada na sua estrutura durante os bombardeamentos. Alguns dos corpos foram identificados, outros nem tanto. Nos seus jardins encontrarão ainda um memorial às vítimas dos alemães, incluindo do corpo diplomático. Constam nomes portugueses e espanhóis.


A Ponte da Liberdade, da que muitos húngaros ainda não gozam, infelizmente


   À tarde, seguimos no nosso passeio pela cidade. Passámos pela Basílica de Santo Estêvão, pela Ponte da Liberdade e pelo mercado da cidade. Não são locais de interesse que estejam perto entre si, mas o percurso faz-se a pé, para quem goste de caminhar, ou então poderão optar pelo transporte público de Budapeste, que como lhes disse na publicação anterior, é rápido e eficaz. Num país com um nível de vida (ainda) inferior ao português, e que portanto julgamos com menos meios, estão dotados de bons autocarros e de um metro que funciona muito bem. Budapeste é, assim me pareceu, uma cidade que, sendo capital de Estado, não é excessivamente grande. Percorremo-la bem.


Uma praça com elementos que imediatamente nos reportam à arte do leste europeu 


   Começando a anoitecer, passámos pelas imediações do Castelo Vajdahunyad, que fica logo atrás de uma das praças mais emblemáticas da cidade, a Praça dos Heróis (Hösök tere, em húngaro). É um espaço lindíssimo decorado com estátuas dos monarcas húngaros.

Todas as fotos foram captadas por mim. Uso sob permissão.

1 de fevereiro de 2022

Budapeste (parte I).


    Partimos de Barajas às 7h da manhã, aterrámos em Ferenc Liszt pelas 10h e pouco. O aeroporto húngaro foi assim rebaptizado em homenagem ao famoso compositor Franz Liszt, húngaro, personalidade destacada no país dos magyares.

  A capital húngara está extraordinariamente bem servida de transportes públicos, quer autocarros, eléctricos, trolleys ou inclusive o metro. Apanhámos o autocarro que faz o trajecto entre o aeroporto e o centro da cidade (não convém utilizar os táxis; podem cobrar valores abusivos - nada que não suceda em Lisboa aos turistas, e às vezes até a quem não o é...). Demorou cerca de meia hora. Não fomos imediatamente fazer o check-in. Quisemos explorar a cidade, levávamos apenas umas mochilas (pouco peso, portanto) e havíamos comprado os bilhetes para uma visita guiada ao parlamento húngaro -o que muitos que visitam a cidade desconhecem, que há que comprar os bilhetes antecipadamente pela internet- às 13h e pouco.


As vistas desde Buda a Peste (sim, eram duas cidades) são um espanto


  O parlamento húngaro é um verdadeiro encanto, quer exteriormente, quer no seu interior. A visita guiada está mais do que justificada, de resto porque é a única forma de podermos lá entrar. É o segundo maior parlamento do mundo, data do século XIX, foi construído no estilo barroco com influências neogóticas e é o edifício mais emblemático de Budapeste. Um conselho: se quiserem ter uma visão panorâmica do parlamento, saiam na estação de metro Batthyány tér (todavia, se quiserem visitar o parlamento, terão de sair na estação Kossuth tér). Ambas pertencem à linha M2 (a vermelha).


É tão sumptuoso


   No mesmo dia, ou seja, o primeiro (chegámos bastante cedo), aproveitámos para ver a Ponte das Cadeias, que está neste momento em obras, e passear na baixa comercial da cidade, conhecida como Váci Utca. Fizemos o percurso a pé desde o parlamento até esta zona. Pelo meio, visitámos o célebre memorial às margens do Danúbio, conhecido por Sapatos do Danúbio, onde jazem sapatos de metal homenageando as vítimas judias do Holocausto, gente que, aquando da ocupação da Hungria pela Alemanha, em 1944, já na fase final da II Guerra Mundial, foi executada e atirada ao rio, sendo que os seus sapatos ficaram na margem. 


Nalguns sapatos, vemos velas, flores e inclusive pequenos escritos


    Anoitecendo cedo e antes de nos recolhermos ao hotel, porque estávamos cansados, jantámos comida tradicional húngara e terminámos a desfrutar de um bom chocolate quente (vão agasalhados que a cidade é fria no Inverno!) numa cafetaria histórica, ali mesmo na zona comercial, chamada Gerbeaud.

Todas as fotos foram captadas por mim. Uso sob autorização.