22 de novembro de 2019

O não-jantar de Natal - Lisboa 2019.


   Em anos anteriores por estes dias já tinha falado do costumeiro jantar de Natal que organizo para amigos e leitores do blogue. Este ano, à falta de vontade junta-se a constatação de que não faria sentido manter uma tradição quando já não há espírito de comunidade na blogosfera em que me insiro. Não há blogues. As pessoas não escrevem. E as que escrevem fazem-no essencialmente para si. Eu incluído. Não que em 2017 e em 2018 a blogosfera estivesse nos seus melhores dias, que não estava, mas sobre ela ainda não se havia abatido o estigma da morte incontornável. Daí que não faça sentido procurar organizar um evento que, à partida, sairia falhado. E dá trabalho. Há que divulgar, fazer telefonemas, marcações. Comprometer-me. Não quero. 

   Acresce ainda outro factor, porventura igualmente determinante, que é o da morte recente do Miguel Botelho. Pessoalmente, não me sinto confortável a organizar um jantar, um evento que se quer festivo, animado, pairando sobre mim e os convivas, ou seguramente sobre mim, o falecimento de uma das maiores referências da minha blogosfera. Não há nada a comemorar, antes pelo contrário. Há a lamentar. A partida do Miguel teve um impacto enorme em mim. Raro é o dia em que não penso nele. Não me perguntem o porquê.

   Enfim, este Natal blogosférico será menos colorido. Se alguém, que não eu, quiser organizar um lanche, um café, algo discreto, sem aparatos e euforias, não direi que não. Mais do que isso, por tudo o que disse e mais alguma coisa de que me tenha esquecido ou propositadamente omitido, não. É este o ponto de situação.

4 comentários:

  1. Honey

    Participei num dos teus jantares e... ui ui ui.

    Sabes que tens o meu apoio... moral, porque a preguiça usual ainda se mantém.

    Abraço

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    Respostas
    1. Pois foi. Participaste no de 2017. :)

      Foi tão giro, não foi? E calhou-me o teu presente, que hoje enfeita um móvel aqui de casa, fica sabendo.

      Um abraço.

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