Eu sei, eu sei que incumpro com o que prometi, mas o mês tem sido realmente atípico, e já só queria recuperar o que venho gastando em bilhetes de cinema.
Entre ontem e hoje, fui duas vezes ao cinema. Ontem, o T2 Trainspotting; hoje, o Lion. Adorei o segundo, não gostei nada do primeiro. Fui para o T2 de espírito aberto, temeroso porque abri o precedente de ler crónicas, mas esperando, ainda assim, ser surpreendido pelo argumento, considerando que o primeiro, de 1996, é um filme de culto. O universo das drogas, da delinquência e da exclusão social, pelos anos noventa, suscitou, acredito, revolta nuns e entusiasmo noutros. A sequela, sendo o primeiro o que apregoam, é um desastre. Interpretações muito fracas, uma narrativa pouco convincente. O género drama-comédia exige, em si, um esforço adicional, para que nos consigam fazer rir diante de tantas tragédias pessoais. Rir, em verdade, ri, mas não me seria difícil rir com os clichés do filme. Tudo o que envolva sexo provoca a risada contagiante do público. Só veja quem não tiver gostado do primeiro ou quem goste de ver maus filmes, mal produzidos, que mais se assemelham a capítulos de novelas.
Tive sorte, e assisti-os na sequência correcta, porque o Lion é um filme excelente. Não li nada a respeito, e só soube que se tratava de uma história verídica no final do filme. Ambientado na Índia, recriando-se o que seria a ruralidade nos confins daquele país, Lion traz-nos a história de uma criança pequena, aparentando os seus cinco anos, que se deixa perder do irmão, que acompanhava na fatídica realidade de tantas crianças e jovens, os pequenos delitos para sobrevivência pessoal e o trabalho infantil, quando ambos se dirigiam para um local onde, supostamente, ganhariam algum dinheiro para ajudar a mãe. O desencontro dá-se por uma circunstância infeliz, e o miúdo fica à deriva na gigantesca Calcutá, sem dominar o idioma local, o bengali, passando pelas mais assustadoras peripécias, tão comuns, aparentemente, num país em que milhares de crianças desaparecem todos os anos. Tendo sido adoptado por um casal australiano, no seguimento da institucionalização, recupera, em adulto, memórias de episódios vividos com o irmão mais velho, cúmplice de brincadeiras e de aventuras. A angústia por desconhecer o paradeiro da família biológica e por supor o sofrimento em que estariam a mãe e os irmãos leva-o de volta à Índia.
Saroo era um menino com uma história pessoal, tal qual nos faz chegar em diálogo com Sue, a mãe de criação. Ela adoptou-o e ao seu passado. Gostei particularmente deste diálogo. Em determinadas alturas, só conseguimos seguir em frente após termos conhecimento do passado, seja descobrindo-o, seja entendendo-o, seja aceitando-o.
Nicole Kidman esteve muito bem, assim como o protagonista que dá corpo ao jovem adulto Saroo, Dev Patel. As gravações na Índia foram muito bem conseguidas. Creio que o realizador se esforçou o suficiente para nos mostrar o quotidiano dramático das crianças sem eira nem beira que deambulam pelas ruas das desumanas metrópoles indianas, enquanto nos leva a percorrer os caminhos de terra com Saroo e Guddu, a apreciar a beleza das paisagens naturais da Índia e das crenças religiosas que encerra, com o Ganges e as divindades como pano de fundo na parte introdutória da trama. O final é particularmente emotivo, referindo-me em concreto às derradeiras cenas entre Saroo e Guddu, que se perderam e perderam a infância.
Extraordinário filme, que passará a constar entre os meus favoritos de sempre.
Os Oscars... La La Land teve os que mereceu nas categorias musicais, de fotografia e de concepção artística, expectavelmente, mas Emma Stone arrecadou o de Melhor Actriz, o que não me parece ter sido a escolha acertada. Limitando-me aos filmes a que assisti, Natalie Portman, muito embora Jackie seja o filme mais aborrecido do ano, teve um desempenho superior, que justificaria mais a atribuição do galardão. Casey Affleck levou para casa a estatueta de Melhor Actor. Julgo que muito bem. Poucos encarnariam com tal maestria aquele homem profundamente tomado pelo desalento, em Manchester by the Sea. Concordei com a escolha de Damien Chazelle para o Oscar de Melhor Realizador, porque me parece que La La Land, do ponto de vista da direcção, é um filme bem idealizado, mas ainda não conhecia Lion, que não foi tão acarinhado como o seu concorrente e que, nesse sentido, nem sonhou em somar este prémio. Também teria escolhido Lion na categoria de Melhor Argumento Adaptado, que escapou para Moonlight, que levaria ainda o tão almejado Oscar de Melhor Filme, que eu entregaria também a Lion. Em Melhor Argumento Original, Manchester by the Sea, que sempre considerei estar uns graus acima de Moonlight (não competiram nesta categoria).
A bem dizer, compreendo as vozes que erguem contra os Oscars. A atribuição dos prémios está nitidamente politizada. Não ganham os melhores filmes ou os melhores actores, mas aqueles que a Academia considera que poderão, socialmente, causar maior impacto. Moonlight é um bom filme, é, mas Manchester by the Sea é melhor. Lion é melhor. E há outros cinco filmes nomeados que ainda nem vi e que, espanto não me causaria, serão melhores. Há uma carga subjectiva na apreciação. Para mim, claro está. Mahershala Ali conquistou o Oscar de Melhor Actor Secundário. Esteve bem? Claro que sim, mas Dev Patel, no meu entendimento, esteve melhor. Moonlight tinha porque tinha de ganhar, porque se funda numa história que ainda gera controvérsia, porque se não ganhasse seria discriminação, seria a Academia a desprezar um amor alternativo no cinema, e porque o foco incide tão-só na comunidade afro-americana. E Mahershala Ali, que nem teve um desempenho constante no filme, uma vez que a sua personagem desaparece precocemente, ganhou, sem prejuízo da prestação do actor, porque o ambiente que se vive nos EUA obrigou a que fosse aquela a escolha da Academia. Deixemo-nos de rodeios. Sabemos o que aquele actor representa numa América cada vez mais intolerante. Tratou-se de uma jogada da Academia, que seria de mestre se nós fôssemos todos uns tolos sem sentido crítico.
Já há muito pouco cinema nos Oscars, lamentavelmente.
Saroo era um menino com uma história pessoal, tal qual nos faz chegar em diálogo com Sue, a mãe de criação. Ela adoptou-o e ao seu passado. Gostei particularmente deste diálogo. Em determinadas alturas, só conseguimos seguir em frente após termos conhecimento do passado, seja descobrindo-o, seja entendendo-o, seja aceitando-o.
Nicole Kidman esteve muito bem, assim como o protagonista que dá corpo ao jovem adulto Saroo, Dev Patel. As gravações na Índia foram muito bem conseguidas. Creio que o realizador se esforçou o suficiente para nos mostrar o quotidiano dramático das crianças sem eira nem beira que deambulam pelas ruas das desumanas metrópoles indianas, enquanto nos leva a percorrer os caminhos de terra com Saroo e Guddu, a apreciar a beleza das paisagens naturais da Índia e das crenças religiosas que encerra, com o Ganges e as divindades como pano de fundo na parte introdutória da trama. O final é particularmente emotivo, referindo-me em concreto às derradeiras cenas entre Saroo e Guddu, que se perderam e perderam a infância.
Extraordinário filme, que passará a constar entre os meus favoritos de sempre.
Os Oscars... La La Land teve os que mereceu nas categorias musicais, de fotografia e de concepção artística, expectavelmente, mas Emma Stone arrecadou o de Melhor Actriz, o que não me parece ter sido a escolha acertada. Limitando-me aos filmes a que assisti, Natalie Portman, muito embora Jackie seja o filme mais aborrecido do ano, teve um desempenho superior, que justificaria mais a atribuição do galardão. Casey Affleck levou para casa a estatueta de Melhor Actor. Julgo que muito bem. Poucos encarnariam com tal maestria aquele homem profundamente tomado pelo desalento, em Manchester by the Sea. Concordei com a escolha de Damien Chazelle para o Oscar de Melhor Realizador, porque me parece que La La Land, do ponto de vista da direcção, é um filme bem idealizado, mas ainda não conhecia Lion, que não foi tão acarinhado como o seu concorrente e que, nesse sentido, nem sonhou em somar este prémio. Também teria escolhido Lion na categoria de Melhor Argumento Adaptado, que escapou para Moonlight, que levaria ainda o tão almejado Oscar de Melhor Filme, que eu entregaria também a Lion. Em Melhor Argumento Original, Manchester by the Sea, que sempre considerei estar uns graus acima de Moonlight (não competiram nesta categoria).
A bem dizer, compreendo as vozes que erguem contra os Oscars. A atribuição dos prémios está nitidamente politizada. Não ganham os melhores filmes ou os melhores actores, mas aqueles que a Academia considera que poderão, socialmente, causar maior impacto. Moonlight é um bom filme, é, mas Manchester by the Sea é melhor. Lion é melhor. E há outros cinco filmes nomeados que ainda nem vi e que, espanto não me causaria, serão melhores. Há uma carga subjectiva na apreciação. Para mim, claro está. Mahershala Ali conquistou o Oscar de Melhor Actor Secundário. Esteve bem? Claro que sim, mas Dev Patel, no meu entendimento, esteve melhor. Moonlight tinha porque tinha de ganhar, porque se funda numa história que ainda gera controvérsia, porque se não ganhasse seria discriminação, seria a Academia a desprezar um amor alternativo no cinema, e porque o foco incide tão-só na comunidade afro-americana. E Mahershala Ali, que nem teve um desempenho constante no filme, uma vez que a sua personagem desaparece precocemente, ganhou, sem prejuízo da prestação do actor, porque o ambiente que se vive nos EUA obrigou a que fosse aquela a escolha da Academia. Deixemo-nos de rodeios. Sabemos o que aquele actor representa numa América cada vez mais intolerante. Tratou-se de uma jogada da Academia, que seria de mestre se nós fôssemos todos uns tolos sem sentido crítico.
Já há muito pouco cinema nos Oscars, lamentavelmente.
"Moonlight tinha porque tinha de ganhar, porque se funda numa história que ainda gera controvérsia, porque se não ganhasse seria discriminação, seria a Academia a desprezar um amor alternativo no cinema, e porque o foco incide tão-só na comunidade afro-americana."
ResponderEliminarCredo, Mark, se eu não te conhecesse, diria que concordas com o que o fadista J. Braga escreveu no facebook e que tanta polémica gerou! E a tua apreciação acerca do Oscar para o Mahershala Ali só piora.
Como calculas, não concordo nada com a tua apreciação acerca dos Oscars, nem percebo bem porque é que achas que há "jogadas". Os prémios são votados pelos membros da Academia, que estão todos em igualdade de circunstâncias no que toca a direito a voto. E coo em todos os processos em que o resultado está dependente de escrutínio eleitoral, ganha o que tem mais votos, não necessariamente o melhor. Os prémios da Academia não são baseados no mérito (por exemplo, por escolha entre críticos de cinema) ou no volume de negócio que geraram (por exemplo, receitas de bilheteira ou de publicidade). Apenas e tão só no número de votos.
Aliás, nem poderia ser de outra maneira. O que é "o melhor"? O que é melhor para uns é melhor para outros? Quem é que iria decidir que este é o melhor de todos? E com base em que critérios.
Por tudo isto, acho que temos de resistir à tentação de criticar quando não ganham os nossos favoritos: Não faz sentido e até, e digo isto sem qualquer intenção de te criticar ou ofender, é um bocadinho ridículo. E temos de ter a noção de que desde que há prémios da Academia, que esta discussão se repete. Todos os anos.
E onde mais discordo de ti é em relação mesmo ao finalzinho do teu texto. Há muito de cinema nos Oscars. Os Oscars não são outra coisa que uma celebração do cinema. De todo o cinema? Não naturalmente. Daquele tipo de cinema que a Academia de Artes e Ciências promove, o cinema de extracção anglo-saxónica, sobretudo, e aquele que se produz no seio da indústria que tem o seu epicentro nos estúdios de Los Angeles. Não valem muito mais do que isso. Mas nesse aspecto, são uma festa, e é como uma festa que devem ser encarados e analisados.
Desculpa o testamento. Como sempre, os teus textos estimulam-me.
Grande abraço.
Olá, Miguel. Em primeiro lugar, obrigado por teres passado por cá e pelo teu comentário.
EliminarEu também diria, se não te conhecesse e não soubesse que és uma pessoa inteligente, que terias comentado levianamente, sendo levado pela paixão e não pela razão, porque repara, meu bom amigo, o teu comentário não faz muito sentido. E vou já explicar-te o porquê.
A comparação com o que João Braga escreveu é infeliz, Miguel, e ofende-me um bocadinho, não vou negá-lo, porque seria estranho, no mínimo, ser homófobo. Escrevi, por aqui e por outra rede social em que estamos conectados, que Moonlight era a minha escolha. Ponto final. Transcrevo-te textos que escrevi no fb, apenas para desconstruir esse castelo que formulaste.
27/02: « Como 'La La Land' está na moda, por assim dizer, presumi que levasse o Oscar de Melhor Filme. A Academia foi sensata e escolheu o 'Moonlight'. » Ainda no mesmo dia, noutro contexto: « 'Moonlight' mereceu mais do que 'La La Land' como Melhor Filme. »
O que é que terá mudado, perguntarás. Vi outro filme, posteriormente, de gostei mais. Pois é, Miguel. Pode dar-se o caso de gostarmos mais de outro filme, apenas. Foi o que aconteceu.
Não penses que me esqueci de Mahershala Ali.
27/02, ainda na sequência de posts à cerimónia dos Oscars: « Gostei da atribuição do Oscar de Melhor Actor Secundário a Mahershala Ali. »
O que é que terá mudado, perguntarás. Achei que a performance de outro actor, da qual só tive conhecimento depois, merecia mais. E repara, critico a atribuição do Oscar de Melhor Actor Secundário a Mahershala Ali, negro, para defender a sua atribuição a Dev Patel, indiano. Agora perdoar-me-ás tu, e sem qualquer intenção de ofender, é ridícula essa insinuação.
Podes confirmar cada uma destas publicações no meu mural.
Embora não seja um grande expert nos meandros cinematográficos, ainda sei mais ou menos como se processa a escolha dos filmes, mas agradeço-te a explicação. O facto de se tratar de votação, e da escolha não se fundar no mérito ou no volume de negócios, não obsta em nada à não politização dos prémios, que estão politizados, e não é desta cerimónia. Os papas são escolhidos em conclave, dou-te este exemplo, e todos sabemos que a votação pode ser consensual num determinado sentido. Falou-se disso quando foi eleito o primeiro papa da América Latina.
Quantas e quantas vezes os membros de uma sociedade combinam o seu voto em virtude de determinados interesses? Isso acontece todos os dias nas mais variadas situações. Só te posso julgar um nadinha ingénuo, Miguel, por julgares que a Academia é imune a pressões e ao contexto social e político em que está inserida.
‘Moonlight’ é um dos meus filmes favoritos dos nomeados, e foi a minha escolha… até surgir Lion, porque até eu, é verdade, posso não gostar apenas de um filme porque foca a minha “comunidade”, seja lá isso o que for e valha lá isso o que valha. Gostei mais de Lion, Deus me perdoe por esse atrevimento.
Bom, como a contra-resposta vai longa, e porque julgo ter tocado em cada ponto, despeço-me sempre com a mesma amizade, e deixando-te um longo e fraterno abraço! :)
Juro, meu querido Mark, que a ultima coisa que queria era ofender-te, nem mesmo só um bocadinho.
EliminarClaro que não te comparo, a nível nenhum, ao infeliz JB. Mas o teu parágrafo que citei diz, na sua essência, que basta ser negro e ser gay para ganhar o Oscar! E a comparação acaba aí, nessa ideia de que há uma agenda, assumida ou implícita, que se impõe independentemente de tudo o resto.
Um grande abraço, e penitencio-me por te ter feito um comentário que te ofendeu. A sério, tudo menos isso.
Em tempo.
EliminarNão tem importância nenhuma, mas dos poucos filmes candidatos ao Oscar de melhor filme, que vi,a minha apreciaçao é a seguinte:
a) o melhor é o Moonlight
b) o meu preferido foi o Manchester by the sea
c) o meu preferido para ganhar o Oscar foi o La La Land.
Oh Miguel, és tão sincero nas tuas palavras que eu fico cheio de sentimentos de culpa. :) Pois, julguei mesmo que me tinhas comparado com aquele energúmeno, e isso, porque vindo de ti, deixou-me triste. Se fosse outra pessoa qualquer, nem por isso.
EliminarO que eu quis dizer, porque acredito mesmo, é que 'Moonlight', em circunstâncias normais, não ganharia, porque considero que o desempenho de Mahershala Ali não justifica o Oscar, nem o filme, havendo outros que mereciam mais, no meu entender.
um abraço grande.
Excelente crítica, Mark! Ainda não vi o "Lion", pelo que não posso falar desse aspecto, mas quanto ao resto do teu texto, existe muito que estou de acordo contigo. Sem querer desmerecer o trabalho do actor que ganhou o Óscar para Melhor Actor Secundário, acho um pouco "estranho" - à falta de melhor termo - ser ele a ganhar o Óscar, tendo em conta que ele só aparece na primeira fase do "Moonlight". Ver, pela primeira vez a cerimónia dos Óscares do princípio ao fim, em directo, fez-me perceber algumas coisas que nunca antes me tinham feito parar para pensar. Mas isso, como diria o Francisco, são outros "quinhentos".
ResponderEliminarGrande abraço!
Obrigado, João.
EliminarToda a cerimónia dos Oscars está politizada. Como referi na minha crítica/crónica/desabafo, e sublinhei o carácter subjectivo da escolha, havia filmes melhores, melhores para mim, à luz dos meus critérios, e a Academia decidiu-se por outro, que agora é o "melhor", e eu continuo sem conhecer o motivo, quais os critérios e para quem. É que a argumentação dá para todos.
Também foi a primeira cerimónia que vi do princípio ao fim.
um grande abraço. :)
Estou super atrasado com minhas idas ao cinema ... Preciso providenciar logo minhas idas para assistir os filmes do Óscar.
ResponderEliminarBeijão
Por aqui, a maioria ainda está em cartaz. :)
Eliminarum abração.
Foste ver o Lion e não convidaste?
ResponderEliminarNão se faz snif snif snif snif
Grande abraço amigo
Não fui sozinho, amigo. :(
Eliminarum abraço.
Uhmmmmmmmmmmmmmmmmmm
ResponderEliminarTu tens de contar tudinho :) da próxima vez que estivermos juntos :)
Grande abraço amigo
Oh, lá estás tu! É um amigo, tonto. :)
Eliminarum abração.
Olá Mark, respeito mas discordo por completo da tua apreciação no que diz respeito ao Moonlight e encerra em si mesma uma contradição. Lógico que as apreciações têm muito de subjectivo. Do 5 filmes nomeados que vi, achei que o Moonlight era o melhor (melhor que o M. By the Sea), por coincidência ou não, parece ser uma apreciação generalizada dos críticos de cinema independente e de revistas especializadas um pouco por todo o mundo.
ResponderEliminarPara além do filme ser bom, o desempenho do Mahershala Ali foi magistral. Depois de ver o filme não conseguia esquecer-me de várias das cenas por ele protagonizadas.
Agora a contradição (parece-me) no teu discurso. O Dev Patel tem exactamente as mesmas características (racial e religiosa) do Mahershala Ali para se enquadrar num Óscar politizado ao que acresce ainda ser imigrante.
Ainda não vi o Lion e não posso, por isso, falar do desempenho do Dev Patel. Mas seria injusto não defender tanto o desempenho do Mahershala Ali, como a qualidade do Moonlight perante um argumento que os coloca em causa.
Olá, Silvestre.
EliminarEu já achei que ‘Lion’ é melhor do que qualquer um desses, ‘Manchester’ e ‘Moonlight’. Hmm, “apreciação generalizada”. Não sei. Não li muitos artigos a respeito. Entretanto, os que li colocam ‘Manchester’, nomeadamente, acima de ‘Moonlight’. Entretanto, não me admiraria nada que esses “críticos de cinemas” e essas “revistas especializadas” cedessem aos lobbies, que os há, e muitos, atrás de filmes como ‘Moonlight’.
Não o digo por ti e nem por ninguém em concreto, mas sei que muitos gostam de ‘Moonlight’ porque é… gay. Pronto. Tem um tipo todo musculado, todo armário, um romance gay e tal, e isso é “montes de fofinho”, o que torna logo o filme o melhor de todos. Não, não necessariamente.
Se o desempenho de Mahershala Ali foi magistral, numas ceninhas, o que direi de Dev Patel, quase no filme todo…
Pois, a contradição só te parece, porque não há. Dev Patel é hindu, foi criado como tal, enquanto que Mahershala Ali é muçulmano. O recrudescimento da tensão entre cristãos e muçulmanos, no mundo ocidental, é uma evidência que se acentuou a partir de 2001. Há tensão, na Europa e nos EUA, entre cristãos e hindus? Isto quanto às “características religiosas”. Quanto às “raciais”, o mesmo se aplica, acrescendo ainda o peso de cada comunidade. A comunidade afro-americana é muito superior à comunidade de americanos de origem indiana. Imigrante? O Dev Patel nasceu na Inglaterra, o Mahershala nos EUA. A carreira do Dev tem sido quase toda na Inglaterra. Não faria sentido a Academia, que é estadunidense, passar uma mensagem política tal a… um actor britânico.
Quanto ao desempenho de Mahershala e ao ‘Moonlight’, remeto para a minha resposta ao primeiro comentário. Até ver o Lion e tomar conhecimento do desempenho de Patel, ‘Moonlight’ era um dos meus favoritos – ‘Manchester’ mais – e até concordava com a atribuição do Oscar a Mahershala.
abraço.
Não percebo de todo o oscar para Emma Stone, que nem canta um cu. Nem o de Mahershala Ali (que foi fantastico) mas apenas em alguns minutos.
ResponderEliminarParece óbvio. :)
EliminarHoje vejo "Moonlight" e estou curioso, mas dificilmente irei gostar tanto como gostei do La La Land, do Lion ou do filme do Mel Gibson (que não me recordo do nome) e porque a entrega das estatuetas é cada vez menos "correta" correndo em corredores escorregadios (sim inventei uma expressão parva lol) em que nem tudo o que parece é, o que nos vale é o nosso gosto pessoal por cinema :)
ResponderEliminarO 'La La Land' é engraçadito. A excessiva mediatização prejudicou-o. Há quem não goste do filme porque há demasiada gente a gostar dele. Parece ridículo, mas é verdade. O 'Lion' é maravilhoso. Nem sei qual é o do Mel Gibson.
Eliminar