7 de agosto de 2016

Doce Agosto.


     A minha semana de férias terminou. Foram sete dias muito bem passados. Estava realmente necessitado de sair de Lisboa. À medida em que nos afastamos da cidade (grande), percebemos o quão atribulada é a vida por aqui, o que em nada beneficia a nossa saúde física e mental. Na viagem de ida, partimos à noitinha. Não pude apreciar verdadeiramente a paisagem, a planície alentejana repleta de sobreiros e de encantos. Todavia, no dia seguinte, abrindo a janela do quarto, senti os raios quentes do sol na pele e a brisa fresca, provida pelo mar, tão perto, amenizando os efeitos de um calor que já se fazia sentir tão cedo.

     Fui à praia e à piscina. Li, passeei, fiz caminhadas nocturnas. E, pela primeira vez até onde consigo recuar na memória, esqueci todos os problemas que deixei por cá. O relógio obedeceu aos meus caprichos, e a semana, ao contrário de senti-la a escapar-me pelos dedos, foi morosa, deteve-se o tempo suficiente para a apreciar.

     Tive a oportunidade de conhecer algumas cidades que ainda não havia visitado. Passámos a fronteira e viajámos um pouco pela costa andaluza. Apesar das elevadas temperaturas, a vida no sul é tão melhor. De Verão, com uma agitação que anima, convidativa a sair, a desfrutar de tudo o que tem para nos oferecer; no Inverno, presumo que pacata, distante da frente gélida que percorre o país. Certas estradas reportaram-me aos EUA. A terra seca, quilómetros diante, cafés e demais comércio nas bermas. A flora muito característica, distinta daquela que encontramos no resto do país.

      Seria capaz de morar por lá. Eu, que sou uma pessoa do aço e do betão, do trânsito e da correria. Observar aquele pôr-do-sol desde a praia, estando sentado à beira-mar, sentindo a rebentação na pele, trouxe-me momentos de paz, de leveza, que há muito desconhecia. Pelo início da madrugada, andar por entre a marina, ouvir os risos das pessoas, olhar o céu e vê-lo limpo, cintilante, com os pequenos pontos azulados entre o firmamento. Entrar nas lojinhas e ser recebido com amabilidade. Oh, pena que findou!

       É possível, sem ser certo, que o repita ainda este ano. Veremos. Dependo de compromissos. Assim dependesse apenas da minha vontade.


10 comentários:

  1. É sempre bom, podermos recarregar as baterias :)

    Grande abraço amigo

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  2. um relato maravilhoso. é óptimo 'ver-te' assim :)
    bjs.

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    1. E agora, a saga pela procura de casa. Again.

      um beijinho. :)

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  3. Pelo menos as férias foram bem proveitosas! É disto que a alma vive, de memórias e de bons momentos! ^^

    Abraço :3

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    1. Sim, de facto. Não parei por um minuto.

      um abraço. :)

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  4. Que bom que vc descansou. Fico Feliz.

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  5. Ainda não comecei as minhas férias, exceto alguns dias dispersos aqui e ali, mas espero que surjam rápido, pois já me vai custando.
    Não que vá para a praia, pois sou do campo e sobretudo da montanha, quando posso.
    Espero que encontre rapidamente a sua casa e goze o espaço e descubra-o de forma demorada, uma "dentada" de cada vez, tome-lhe o sabor, descubra as possibilidades, os percursos, sobretudos aqueles que não se vêem.
    Continuação de um bom tempo de descanso, se for caso disso
    Manel

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    1. Também gosto do campo; nunca acampei porque para tal não me convidaram. Tão-pouco conheço quem se dedique ao campismo. :)

      Mantenho-me na procura. Ainda não surgiu aquele cantinho em que certamente me sentirei bem.

      Muito obrigado, Manel. Bom descanso para si também quando, por fim, puder tirar umas merecidas férias.

      Cumprimentos.

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