Concluídas as orais de melhoria, as quais abordei num texto anteriormente publicado, chegaram, por fim, as férias, ou lá o que isso é. O cansaço que se foi apoderando de mim nas últimas semanas era, sobretudo, psicológico. Não direi que algumas horas de estudo a mais tenham sido inteiramente benéficas, assim como não negarei que houve algum desgaste físico, contudo, o peso residia sobretudo no meu intelecto. Muitos preenchê-lo-iam com uns mergulhos, embora eu saiba que isso, ao menos este ano, não chegará. Sinto falta de ser útil, numa perspectiva pouco pessoal, altruísta. Que o sou para mim mesmo, já o sei; sempre o soube.
Conforta-me saber que tenho inteira consciência do que se passa - e vontade de fazer algo. Estar numa estância balnear, contemplando o mar, é tão previsível que não deixa de me sufocar. Queria ser mais do que isso e ter mais a contar no amanhã. Teria de ser algo real, palpável, concreto, e não a caridade de sexta-feira por alguns, sem pudor. É um eterno descontentamento. Como diria Camões, um «contentamento descontente», bem como o amor. Não... não tão trágico.
Numa outra perspectiva, não sei o que poderia fazer, visto não saber fazer muita coisa que possa verdadeiramente ser importante para outrem. Talvez aliar alguns conhecimentos a uma boa-vontade que terei de descobrir e puxar ao de cima.
Vejo uma lacuna e ainda não sei como completá-la. Quando falo com a avó, nomeadamente sobre estes assuntos, entende o meu lado, sim, dizendo-me que estou no bom caminho e que tudo passa por dar tempo ao tempo. Confio na sua experiência, mantendo o alerta de que apesar de saber que faço bem mais do que muitos da minha idade, conheço vários casos de outros que já aproveitaram o triplo do que eu desfrutei. Sou sensível a ambas as realidades. E sei, também, que muito dependerá do meu sucesso profissional, afinal, tenho décadas pela frente (terei? sempre senti que morreria jovem, mas isso são assuntos à parte). É um misto de inconformismo e impaciência. Um vazio, a sensação de que falta um pedaço.
É provável que esteja perante resquícios de uma adolescência, eu diria, peculiar. Ou não. Sou, efectivamente, muito diferente e complicado.
Numa outra perspectiva, não sei o que poderia fazer, visto não saber fazer muita coisa que possa verdadeiramente ser importante para outrem. Talvez aliar alguns conhecimentos a uma boa-vontade que terei de descobrir e puxar ao de cima.
Vejo uma lacuna e ainda não sei como completá-la. Quando falo com a avó, nomeadamente sobre estes assuntos, entende o meu lado, sim, dizendo-me que estou no bom caminho e que tudo passa por dar tempo ao tempo. Confio na sua experiência, mantendo o alerta de que apesar de saber que faço bem mais do que muitos da minha idade, conheço vários casos de outros que já aproveitaram o triplo do que eu desfrutei. Sou sensível a ambas as realidades. E sei, também, que muito dependerá do meu sucesso profissional, afinal, tenho décadas pela frente (terei? sempre senti que morreria jovem, mas isso são assuntos à parte). É um misto de inconformismo e impaciência. Um vazio, a sensação de que falta um pedaço.
É provável que esteja perante resquícios de uma adolescência, eu diria, peculiar. Ou não. Sou, efectivamente, muito diferente e complicado.
Nada disso, tens de procurar algo que te agrade e te distaria os pensamentos :D
ResponderEliminarBoas férias, aproveita-as bem ;D
Abraço amigo
Pois é... :|
EliminarObrigado, Francisco. :)
abraço.
Humm.. porque vc não viaja pra um país pobre ensinando? eles estão sempre precisando de pessoas, e assim saía conhecendo novos lugares e preenchia esse vazio que tá sentindo :) lembro do seu post sobre o Moçambique.. vai pra lá ensinar história ou português =D
ResponderEliminarAbraços!
Ty, não tenho habilitações para isso, além de que não estudo para ser professor de História ou de Português. Ai, que bom seria ir em direcção ao berço da Humanidade (África).
Eliminarabraço.
Peculiares somos todos, todos temos as nossas pancas. Nem queiras saber as minhas...XD...mas tu és muito consciente, racionalizas muito. O que é de louvar, mas agora estás de férias!!! É importante também dar tempo aos outros sentidos e extravasar. Sentir o outro lado da vida não só é importante como nos leva a saber muito sobre nós próprios. Acho que devias viajar, seria uma óptima maneira de ocupares os teus Verões :)
ResponderEliminarAbraço Mark.
Sou bastante racional. :D Sim, deveria viajar, assim a mãe tirasse férias atempadamente, grr. :)
Eliminarabraço, Arrakis. :)
A solução está nos comentários já expressos: viajar!
ResponderEliminarMas tu logo complicas a questão na resposta que dás ao comentário do Arrakis, ao pores a questão nas férias da tua Mãe.
Viajar, Mark, mas sózinho ou acompanhado por alguém amigo e não com a família. Tu tens que te emancipar da família, tens que te organizar autónomamente, sem horários combinados e sem medos.
Já não és uma criança, és um homem adulto e tens que começar a viver como tal.
Antes de pensares em seres altruísta, o que é muito postivo, claro, tens que pensar em usufruir em benefício próprioas tuas mais que merecidas férias.
Vai de encontro à Vida, Mark, antes que fiques preso, para sempre a uma teia familiar que te sufoca.
Peço-te mil desculpas de te falar assim, mas se o faço é porque gosto muito de ti e vejo que estás esparilhado, vês a vida de longe em termos práticos, já que teoricamente não precisas de saber mais nada...
Mete-te num comboio, com uma mochila às costas e vai com ou sem destino, por essa Europa for, encontrar pessoas, conhecer coisas., viver!!!
E não peças autorização à tua Mãe para ir, comunica-lhe apenas que vais; não é falta de respeito, é autonomia humana, que é fundamental.
João, obrigado pelos conselhos, mas há algum equívoco: a minha família nunca me 'sufocou'. :) Eu faço o que quero e o que bem me apetece. Apenas não sou rebelde, logo, não há atritos.
EliminarEm relação a viajar com amigos, dispenso. Noitadas, copofonia e deitar às tantas não é comigo. Depois, gosto, 'tipo', IMENSO de viajar com a mãe. Não o faço por obrigação ou por exclusão de partes: é a minha melhor amiga e, acredita, temos uma relação óptima. É super jovial. Não é essa 'tia' chata que imaginas. :)
Viajar sozinho... Não o faria por medo, assumo, embora saiba que me seria bom para mim. De mochila, seria caricato. :D Já me estou a ver a dormir em estações de comboios, a comer fast-food a toda a hora e a passar dias de barba grande... :D
E não me peças desculpa por falares assim. Demonstra que te preocupas comigo. :)
há hóteis maravilhosos na turquia, era só o que faltava, viajar com um andarilho, ;) e eu também não sou fã de fast-food :)
Eliminara relação com a tua mãe é muito especial e tomara muitos de nós, mas quando puderes, assim que o queiras, também podes conhecer outros sítios sem ela, mesmo por cá. já sabes que estamos disponíveis, e os teus amigos fora daqui também devem estar.
bjs.
Ahah, nem me lembrei, no momento, da Turquia. :D Sim, eu sei disso, e agradeço a tua disponibilidade e carinho. :)
EliminarTenho amigos que viajam para o exterior, sim, mas não aprecio muito aqueles hábitos. Até colegas da faculdade...
Rectificação: Na resposta ao João, onde se lê: "(...) que me seria bom para mim", deveria constar: "(...) que seria bom para mim".
queres sentir-te útil? conheço várias associações que precisam de voluntários. e não será para cuidar de idosos e doentes, é trabalho de secretaria, apoio administrativo, por exemplo, na área da segurança infantil. é só uma sugestão :)
ResponderEliminarbjs e bom descanso.
Obrigado pela sugestão, querida. :) Estou ainda a pensar no que irei fazer.
Eliminarbeijinhos.
É óptimo que penses assim, mas também é óptimo que descanses! Tive alturas em que também queria fazer tudo no verão, e ainda acabei por fazer algumas coisitas. Agora sinto, sobretudo, que também é preciso parar de quando em vez e mimar corpo e mente, lol.
ResponderEliminarAbraço! :)
Por enquanto, parei mesmo. Estou no ócio total. :D
Eliminarabraço. :)
Agora reparo que, no mesmo comentário, consegui dizer 3x 'também' lol -.-
EliminarAhah, isso também (lá está o 'também' de novo xD) me acontece com frequência. :D
EliminarMeu caro, explore. Faça alguma coisa pela primeira vez. Mesmo que não saiba por que! Verás que o novo se multiplica e reaviva a gente.
ResponderEliminarAbraços
Como se diz aqui em Portugal, preciso de dar uma 'sapatada' na minha vida, ou seja, mudar algo.
EliminarMuito obrigado pelas palavras, Chico. :)
abraço.
r: muito obrigado :)
ResponderEliminarMark
ResponderEliminarviajar com amigos não significa noites de bebedeira e de maliquice; significa compartilhar emoções e complementar ideias.
Quanto a viajar com uma mochila às costas, é uma forma de falar que julgava tivesses compreendido; eu viajei muito sózinho e nunca de mochila às costa no sentido exacto das palavras, nunca dormi ao relento ou numa estação, mas comi várias vezes fast food (que não aprecio) por necessidade, e não morri...
Tudo o que disse, mesmo quando referi viajares sem a tua Mãe é porque sei que é bom para ti e não invalida que viajares com ela não seja excelente.
Eu sei, João. :) Acredito que tenha feito uma interpretação literal das tuas palavras e, se o fiz, peço desculpa pelo erro.
EliminarViajar com amigos poderá não significar exactamente isso, mas nós sabemos como as coisas funcionam. Claro que há essa parte lúdica, de descoberta e de partilha. :) Não digo 'jamais'.