Diana morreu há vinte anos. O mês de Agosto de 1997 foi complicado. Dias antes falecera a minha bisavó, e ainda estávamos a recuperar da sua partida, em luto, quando se deu o fatídico acidente em Paris. A morte de Diana, a Princesa de Gales, apanhou a todos de surpresa. Diana estava feliz e saudável, no auge dos seus trinta e poucos anos. Conhecera a felicidade há relativamente pouco tempo, ao lado de um insuspeito milionário de origem árabe. Sabíamos-lhe a vida através das revistas do social e dos paparazzi, que tanto transtorno lhe causaram.
A princesa foi uma vítima do assédio, do protagonismo, que ela soube aproveitar quando lhe interessou. Não digo que tenha sido oportunista; pelo contrário, Diana teve de aprender a lidar com o facto de ser a mulher mais fotografada do mundo. Se não os podes vencer, junta-te a eles. Aprendeu a lição.
O divórcio de Carlos foi conturbado. Eu saberia, nove anos depois, do que isso se tratava... Muito se especulou. As figuras da monarquia são pessoas como as demais. Apaixonam-se, traem, choram, gritam. Seguem estritamente as regras do protocolo, mas nem a austera realidade os consegue afastar da condição de pessoas. Quer-me parecer que Diana queria ser feliz, um desejo muito legítimo numa mulher bonita, jovial, que havia passado por um casamento de fachada. Diana tentou, quando estava com os filhos, proporcionar-lhes momentos tão normais quanto possível. Ela conhecia, melhor do que ninguém, o preço a pagar por se estar sob os holofotes da imprensa, do povo, da rainha, também.
Diana teve um fim trágico. A sua memória, entretanto, perdura. Temos presente o seu sorriso algo tímido, belíssimo, a classe no trato, a elegância nas atitudes, nas indumentárias. Era uma senhora. A única que fez frente à rainha no coração dos britânicos. O povo amava-a mais do que à soberana, mais do que ao príncipe herdeiro. Admirava-lhe a coragem, a simpatia, a índole.
Diana de Gales figurará na história entre as mulheres que se tornaram mitos. A imprensa, que a perseguiu, transformou-a num, quando, muito provavelmente, não terá sido mais do que uma menina infeliz e encantadora.
Dias depois morreu outra grande senhora, Madre Teresa de Calcutá, amiga de Diana por sinal e que espero que continue também a ser recordada.
ResponderEliminarSim, no dia 6. Eu sabia. :)
EliminarUm Ser Humano notável e memorável para toda uma vida :)
ResponderEliminargrande abraço amigo
Partiu demasiado cedo.
Eliminarum abraço, amigo.
Partiu quando tinha de ser, o destino está traçado desde o dia que se nasce. Pelo menos é essa a minha crença cristã, já que pessoalmente, religião à parte, tenho praticamente a mesma opinião.
EliminarSempre tive comigo esta perspectiva sobre ela: " Diana de Gales figurará na história entre as mulheres que se tornaram mitos. A imprensa, que a perseguiu, transformou-a num, quando, muito provavelmente, não terá sido mais do que uma menina infeliz e encantadora."
ResponderEliminarE o tempo passa implacável para todos nós.
Beijão
Não perdoa, o tempo. :)
Eliminarum beijo, amigo.
Agora de regresso (que pena, estava-se tão bem de férias!!!), não quero deixar de estar de acordo consigo na análise da recordação que esta senhora deixou.
ResponderEliminarO dia em que faleceu também ficou indelevelmente marcado para mim e para a pessoa com quem eu vivia na altura, e que, por acaso, ou talvez nem tanto "por acaso" (definitivamente, não foi "por acaso"), reencontrei nestas férias.
Estes períodos acabam por marcar e as memórias medem-se "antes de X" ou "depois de X", como as datas se marcam, a.C ou d.C.
Agradeço-lhe a memória, pois serviu para marcar um tempo que já vai ficando mais fresco e os ventos de Outono já se anunciam e os afetos de verão não são mais que ... outra recordação.
Uma boa semana - a minha vai ser difícil, mas o que tem de ser tem muita força
Manel
É... Não há um 31 de Agosto em que esqueça. Recordo-me, inclusive, de assistir às cerimónias fúnebres na TV.
EliminarForça para a rentrée, caro Manel. :)
Cumprimentos.