31 de agosto de 2017

Diana de Gales.


   Diana morreu há vinte anos. O mês de Agosto de 1997 foi complicado. Dias antes falecera a minha bisavó, e ainda estávamos a recuperar da sua partida, em luto, quando se deu o fatídico acidente em Paris. A morte de Diana, a Princesa de Gales, apanhou a todos de surpresa. Diana estava feliz e saudável, no auge dos seus trinta e poucos anos. Conhecera a felicidade há relativamente pouco tempo, ao lado de um insuspeito milionário de origem árabe. Sabíamos-lhe a vida através das revistas do social e dos paparazzi, que tanto transtorno lhe causaram.

   A princesa foi uma vítima do assédio, do protagonismo, que ela soube aproveitar quando lhe interessou. Não digo que tenha sido oportunista; pelo contrário, Diana teve de aprender a lidar com o facto de ser a mulher mais fotografada do mundo. Se não os podes vencer, junta-te a eles. Aprendeu a lição.

    O divórcio de Carlos foi conturbado. Eu saberia, nove anos depois, do que isso se tratava... Muito se especulou. As figuras da monarquia são pessoas como as demais. Apaixonam-se, traem, choram, gritam. Seguem estritamente as regras do protocolo, mas nem a austera realidade os consegue afastar da condição de pessoas. Quer-me parecer que Diana queria ser feliz, um desejo muito legítimo numa mulher bonita, jovial, que havia passado por um casamento de fachada. Diana tentou, quando estava com os filhos, proporcionar-lhes momentos tão normais quanto possível. Ela conhecia, melhor do que ninguém, o preço a pagar por se estar sob os holofotes da imprensa, do povo, da rainha, também.


    Diana teve um fim trágico. A sua memória, entretanto, perdura. Temos presente o seu sorriso algo tímido, belíssimo, a classe no trato, a elegância nas atitudes, nas indumentárias. Era uma senhora. A única que fez frente à rainha no coração dos britânicos. O povo amava-a mais do que à soberana, mais do que ao príncipe herdeiro. Admirava-lhe a coragem, a simpatia, a índole.

    Diana de Gales figurará na história entre as mulheres que se tornaram mitos. A imprensa, que a perseguiu, transformou-a num, quando, muito provavelmente, não terá sido mais do que uma menina infeliz e encantadora.

9 comentários:

  1. Dias depois morreu outra grande senhora, Madre Teresa de Calcutá, amiga de Diana por sinal e que espero que continue também a ser recordada.

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  2. Um Ser Humano notável e memorável para toda uma vida :)

    grande abraço amigo

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    1. Partiu demasiado cedo.

      um abraço, amigo.

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    2. Partiu quando tinha de ser, o destino está traçado desde o dia que se nasce. Pelo menos é essa a minha crença cristã, já que pessoalmente, religião à parte, tenho praticamente a mesma opinião.

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  3. Sempre tive comigo esta perspectiva sobre ela: " Diana de Gales figurará na história entre as mulheres que se tornaram mitos. A imprensa, que a perseguiu, transformou-a num, quando, muito provavelmente, não terá sido mais do que uma menina infeliz e encantadora."
    E o tempo passa implacável para todos nós.

    Beijão

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  4. Agora de regresso (que pena, estava-se tão bem de férias!!!), não quero deixar de estar de acordo consigo na análise da recordação que esta senhora deixou.
    O dia em que faleceu também ficou indelevelmente marcado para mim e para a pessoa com quem eu vivia na altura, e que, por acaso, ou talvez nem tanto "por acaso" (definitivamente, não foi "por acaso"), reencontrei nestas férias.
    Estes períodos acabam por marcar e as memórias medem-se "antes de X" ou "depois de X", como as datas se marcam, a.C ou d.C.
    Agradeço-lhe a memória, pois serviu para marcar um tempo que já vai ficando mais fresco e os ventos de Outono já se anunciam e os afetos de verão não são mais que ... outra recordação.
    Uma boa semana - a minha vai ser difícil, mas o que tem de ser tem muita força
    Manel

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    1. É... Não há um 31 de Agosto em que esqueça. Recordo-me, inclusive, de assistir às cerimónias fúnebres na TV.

      Força para a rentrée, caro Manel. :)

      Cumprimentos.

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