15 de julho de 2019

Veliero Amerigo Vespuccio.


   Na quarta-feira, o navio-escola da Marinha Italiana, o Amerigo Vespucci, em homenagem ao célebre cartógrafo de Florença, Américo Vespúcio, atracou em Lisboa. É uma embarcação lindíssima, imponente, que se via ao longe, desde a estação de Santa Apolónia, por um lado, ou do Terreiro do Paço, pelo outro. Os seus mastros, longos e esguios, elevavam-se no céu. Isso despertou-me a curiosidade. Nós, portugueses, temos o navio-escola Sagres, que cumpre as mesmas funções, viajando por esse mundo fora e acolhendo jovens cadetes em formação.


   Só na sexta-feira, já fora de horas, é que descobri que se podia visitar o veleiro por dentro. Por sorte, sábado, ou seja, anteontem, era o último dia. Decidi passar por lá, à tarde.

    Bom, não há muito para apreciar, verdade seja dita. Só nos deixam andar pelo convés e espreitar pela cabine de controlo. Visto por fora, julguei  que a visita interessaria mais. O que é interessante, sim, é observar o mapa da viagem que o veleiro efectuará pela Europa. Neste momento, já vão a caminho da Irlanda. Passarão pela Noruega, Alemanha, Espanha…
   Achamo-lo num excelente estado de conservação. Extremamente bem cuidado. Passou por uma remodelação recente. Com 88 anos, parece estar longe da reforma. Lisboa, curiosamente, foi uma das suas primeiras passagens, quando, em 1931, foi lançado aos mares.


   O Amerigo Vespucci é, de certo modo, um símbolo de Itália, país reunificado tardiamente, já no século XIX, mas terra, também, de homens ligados ao mar. Desde logo, Cristóvão Colombo, um dos maiores. Poderia ainda mencionar Giovanni da Verrazano ou o seu homónimo Caboto, dois dos primeiros navegadores a explorar o continente norte-americano.
   Une-nos, a portugueses e italianos, não só uma origem comum, a Lacio, com tudo o que isso implica - língua, direito, arquitectura (clássica) -, mas também as façanhas em alto-mar, e os feitos italianos são vulgarmente esquecidos. Quando se pensa no descobrimento da América, lembramo-nos dos Reis Católicos, de Espanha e de Colombo. Colombo que era genovês - ainda que subsistam várias teorias, díspares, sobre a sua proveniência. Do que ninguém duvida é de que Itália, reunificada ou não, imprimiu o seu nome na história dos descobrimentos. E merece figurar lá.



   Deixo-lhes algumas fotos, por mim tiradas.

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