10 de maio de 2018

Midnight Sun.


   Este Midnight Sun, ou Amar-te à Meia Noite, em português, poderia ser mais um filme de adolescentes, com todos aqueles clichés chatos para os quais perdemos a paciência depois dos quinze anos. No entanto, a narrativa, que é boa, a meu ver, absorve-os. Contam-nos a estória de uma miúda que sofre de uma rara doença, que por acaso até existe (pesquisem por xerodermia pigmentosa), e que não pode apanhar sol, o que a impossibilita de sair de casa. Crescendo entre quatro paredes, vai-se apaixonando, desde pequena, por um miúdo da mesma idade, a quem vê andar de skate através da janela, mas que nem imagina que ela existe. Até ao dia em que ele a conhece numa estação de comboios para onde ela vai tocar, à noite, com a permissão do pai.

   O filme é terno, doce. Bastante triste no final, devo dizer, porque este género teen costuma acabar bem. Neste caso, não. Poderia perfeitamente ser aplicado a personagens mais adultas, que a narrativa valeria por si mesma. O desempenho dos actores também é razoável, considerando a idade e a inexperiência. O actor principal, que protagoniza o atlético Charlie, Patrick Schwarzenegger, consegue ser melhor do que o pai, que não é exactamente conhecido por ser um grande actor. Bastante giro, o rapaz, devo dizer.

  Poderá haver quem lhe chame um melodrama desengonçado e previsível. A mim, entretanto, reportou-me à adolescência. Ao meu jeito, quis viver o mesmo que a Katie, personagem de Bella Thorne. Não tendo uma doença que mo impedisse, houve outras limitações, algumas respeitantes a vários circunstancionalismos pessoais.
   Não, não é só em filme. Adormecer na praia, com a cabeça no peito do rapaz que se ama (preferencialmente que nos atraia - fisicamente, sim - porque ficar com alguém por ficar não vale a pena), tendo uma fogueira para nos aquecer, não é inexequível, só possível em cinema. Acontece, sim, acontece, com mais frequência do que presumivelmente julgamos. Eu quis viver tudo o que Katie viveu, e - este pormenor é engraçado - também tinha um caderninho. Não que escrevesse letras de canções, que não dou para o cançonetismo, mas punha a imaginação a trabalhar, passando para o papel o que não me era permitido experienciar. Tornei-me adulto, não é? Dizem que a idade é um número, e é-o, de facto, se bem que eu não sou daqueles que crê que de tudo podemos fazer independentemente da que consta no documento de identificação. Não. Há o limite da razoabilidade. Não sou mais um miúdo. Deus, o destino, sabe-se lá quem ou o quê (ser demasiado exigente com a outra parte não ajuda...), não o quis. Posso imaginá-lo. O sonho ninguém nos tira. Dizem que é esse o encanto da sétima arte.

6 comentários:

  1. Tenho curiosidade em ver o filme por que a Bella Thorne é aquela crush hetero, a moça é mesmo gira (shame)

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    1. Ela é muito fofa, mas eu admito que gostei mais dele. Gosh, faz mesmo o meu tipo.

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  2. Poxa, estava mesmo procurando dicas de filmes com essa tematica para uma pesquisa, vou ver se encontro pra baixar.

    sacredsexclub.blogspot.com.br

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    1. Vale a pena. Espero que ninguém que conheças sofra dessa doença, que é terrível.

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