15 de maio de 2018

Cultural Sunday... on Saturday [take 18].


   Sábado, dia de Eurovisão. Receei, em determinada medida, que a afluência de pessoas prejudicasse a minha mobilidade na cidade. Arrisquei, assim mesmo, e pus os pés a caminho. Decidi-me pelo Museu Geológico de Lisboa, da parte da manhã, e pelo Museu da Carris, de tarde. A meio, fui à descoberta de uma capela fantástica, quinhentista, em Alcântara, que passa despercebida, mas que convém conhecer. O interior, discreto, nem por isso deveria merecer menos atenção da nossa parte. Falo-vos da Capela de Santo Amaro.

   O Museu Geológico de Lisboa reúne uma importante colecção de exemplares. Fiquei impressionado com as ossadas de dinossauros em alguma profusão. Mas não só. Os minerais e as rochas, uma das quais com 3.800 milhões de anos, compõem o vastíssimo espólio. Também encontrarão vários fósseis de amonites, do Jurássico e do Cretácio, sobretudo. Foi precisamente no final do Cretácio que se deu a extinção em massa - uma delas, a mais conhecida - que levou ao desaparecimento destes animais e de muitos outros. Dos dinossauros, nomeadamente. O museu está dividido por três salas, duas delas extensas, em comprimento, ladeadas por vestígios geológicos e arqueológicos. Uma ocupa-se da presença humana pré-histórica. Fiquem com algumas fotos.


Na segunda foto, uma tíbia de Braquiossauro datada em 150 milhões de anos.
  
   Fazia-se cedo para o Museu da Carris. Entretanto, e porque não sabia como seria com os transportes (suspeitava que lotados...), não perdi tempo a chegar a Alcântara. A pequena capela, edificada em 1549, recebeu a minha curiosa visita. Não esperem o deslumbramento. É uma capela simples. Está lá, sobrevivendo ao tempo e às catástrofes que atingiram Lisboa.



Lindíssima, não acham?



   Museu da Carris, finalmente, às 14h em ponto. Logo à entrada, ficarão a saber que a companhia foi criada no Rio de Janeiro, em 1872, e que só depois foi transferida para Lisboa. Dado curioso, se considerarmos que o Brasil já era independente há cinquenta anos. Na fase inicial de transporte de passageiros, o mesmo era efectuado com recurso à tracção animal, aos chamados "americanos". Só depois, com a electrificação, é que foram introduzidos os eléctricos ("bondes", no Brasil), seguidos pelos autocarros ("ônibus", no Brasil). Embora o museu seja dedicado à Carris, encontrarão informação diversificada sobre o Metropolitano de Lisboa, afinal, veio revolucionar as deslocações na capital. A parte mais engraçada, quanto a mim, está no núcleo III (o museu está dividido por núcleos, em blocos, sendo que o percurso entre cada um deles é efectuado por elétrico; um monitor do museu leva-nos até ao núcleo seguinte, e assim sucessivamente). E o que há no núcleo III? Os veículos em si, eléctricos e autocarros, que nos serviram ao longo de tantas e tantas décadas.



   Um museu interessantíssimo, que adorei conhecer. Bem como o museu anterior, não é gratuito. Poderão, legitimamente, indagar-se: "Que interesse terá um Museu da Carris?" Todo. Se forem saudosistas e quiserem recordar parcelas do vosso passado - e todo o lisboeta tem um passado ligado à Carris e ao Metro - considerarão a visita como extremamente oportuna.


   Mais fotos, já sabem, através das minhas demais redes sociais.
   Para o sábado seguinte, as visitas estão devidamente programadas. No sábado que se seguirá ao próximo, é provável que me aventure para lá dos limites da cidade. Talvez sim, talvez não. Esperem para ver, que sei que há quem o faça e me acompanhe tão atentamente.

Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone. Uso sob permissão.



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