9 de maio de 2018

All I See Is You.


   Terça-feira, mais um filme. Decidi-me por um drama, sem spoilers ou trailers. Aprecio dramas, bem mais do que comédias e só talvez menos do que históricos, épicos e biográficos. Os dramas, bem como as comédias, têm um senão: facilmente são arrasados pela crítica especializada. Este não obteve - vim a saber há pouco - boas críticas. Quanto a mim, gostei. Não é um filme excelente, de ficar na memória, mas vê-se com alguma parcimónia e boa vontade. Já vi pior, muito pior. As interpretações ajudam.

   O que mais evidente me resulta do filme é que, às vezes, o amor, ou o que aparenta ser amor, mais não é do que uma relação de mútua dependência, até que fique demonstrado, inequivocamente, que é amor. É rigorosamente isso que encontrarão neste filme. Uma mulher, invisual, que carece da ajuda do marido para desenvolver qualquer actividade, na medida em que a sua cegueira não é congénita. Ao recuperar a visão, recupera autoestima, confiança, feminilidade. A relação ressente-se, porque assentava na dependência de Gina e na necessidade que James tinha de a proteger. Ressente-se inclusive sexualmente. A novidade abalou a ambos. Não desvendarei mais.

  Quando procuram, de certa forma, restaurar a ordem natural daquele casamento, apercebem-se dos erros que cometeram, não sem antes também se aperceberem de que, de facto, sempre se amaram. Digamos que houve uma perturbação aparente, avassaladora, é certo, mas que veio confirmar aquele sentimento. Talvez demasiado tarde.

6 comentários:

  1. Amor, mais não é do que uma relação de mútua dependência, até que fique demonstrado, inequivocamente, que é amor.

    Fato!

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  2. O filme até estava a ir muito bem mas achei aquele final tão confuso... Foi daqueles finais que não percebi, não sei se era por o final em si ser estúpido ou se tinha algum significado demasiado profundo que a minha mente tacanha não conseguiu apanhar...

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    Respostas
    1. Totalmente! Também fiquei super baralhado com o final. É estranhíssimo. Mas então, basicamente, ela conta-lhe que descobriu tudo através da canção. Ela é que nunca veio a saber que ele sabia que não podia ser o pai do bebé.

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