12 de abril de 2018

Madame.


   Houve alguém que me disse que o filme valia a pena, e lá fui eu. É uma comédia, de narrativa superficial. Pretende-se que gargalhemos sem neuroses. Como é usual, há sempre um tema subjacente, no caso o da estratificação social. Determinada senhora da alta sociedade tem uma ideia aparentemente estapafúrdia, com consequências que a deixariam coberta de cólera e de inveja até ao limite. Estaremos destinados, por assim dizer, a servir ou a ser servidos? Os mais liberais dirão que sim, que as diferenças que encontramos na nossa sociedade são até saudáveis e devem ser estimuladas - a meritocracia levada ao limite, quando nem sempre há recompensa pelo esforço, como bem sabemos.

   Não me afasto mais do essencial. Gostei do final em aberto, sem certezas. Ficamos na dúvida em se Maria consegue ser feliz ao lado daquele homem ou se, pelo contrário, o preconceito dele pesou mais na hora de se afastar. O realizador envia-nos sinais dúbios. Por um lado, parece-nos que Maria, após abandonar a casa, recomeça uma nova vida; pelo outro, David, seguindo-se ao breve diálogo com Toby, poderá ter ido ao encontro da ex-empregada.

    As boas interpretações ajudaram ao resultado final.

4 comentários:

  1. Obrigado pela dica, tenho que o ir ver

    Abraço amigo

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  2. Aprecio e muito espetáculos que possuem final em aberto nos levando a reflexões. São apaixonantes.

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    1. Sim. Não encerram nada; deixam tudo em aberto.

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