27 de fevereiro de 2018

Sunday time.


   Provavelmente estranharão o título do post. Não posso dizer que este domingo tenha sido dedicado às artes, a menos que entendamos a natureza como uma arte, e é-o, de facto. Ainda assim, não achei que se adequasse. Em abono da verdade, seria, a priori, um domingo dividido entre um museu e um parque, tal não sucedendo porque a Direcção-Geral do Património Cultural insiste em manter aberto um espaço que de museu não tem rigorosamente nada, exceptuando uma sala com um vídeo projectado.

   Antes de mais, fui brindado com um dia excelente, ao contrário de ontem, segunda-feira. O estado do tempo conheceu uma alteração radical, não inesperada, que seria o suficiente para estragar quaisquer planos. E qual o plano? Museu Nacional de Arte Popular, de manhã, e Jardim Tropical de Belém, pela tarde. O museu, o não-museu, é inexistente. Se lá forem, ouvirão o mesmo que eu: que o acervo foi todo deslocalizado para o Museu Nacional de Etnologia, que já conheço. Então, para quê manter o museu aberto, anunciando-o nos sites oficiais? Pela exposição do Escher, que nem fica ali? Não faz sentido.


  O contratempo deixou-me inquieto por momentos - já vi tudo o que há para ver em Belém, até que me lembrei do Padrão dos Descobrimentos, e porque não revisitar a Torre de Belém?
  Adorei subir ao topo do Padrão. Nunca o tinha feito, e a vista sobre Belém, a Ajuda, o Restelo e Alcântara é deslumbrante. Ah, e sobre o Tejo também, evidentemente. O espaço, lá em cima, é exíguo, e os turistas são mais do que muitos. Um deles, sueco, nos seus trinta anos, no máximo, estava munido do tablet, fotografando tudo. A determinado momento, perguntou-me (isto ainda no topo do Padrão, e em inglês) se me importava de lhe tirar uma fotografia. Tirei-lha, e continuámos a falar. Então, sucintamente, veio viajar sozinho para Portugal. Esteve na Dinamarca, Alemanha, França, Espanha, e em outros de que não me recordo, sempre sozinho. Fica em hostels e anda quilómetros a pé à descoberta.
   Depois de apreciarmos a vista, perguntei-lhe se queria ir à Torre de Belém. Respondeu-me afirmativamente, e para lá nos dirigimos. Mas antes que continue, deixo-vos (algumas) das fotos que tirei.


   A vista, como poderão comprovar, é sublime. A melhor sobre Lisboa. Esqueçam os miradouros, esqueçam o topo do Arco da Rua Augusta.

   Na Torre, uma fila extensíssima. Embora estejamos no Inverno, o sol estava quente, e eu já sentia o calor pelo corpo, muito devido ao sobretudo que envergava. Roupa desportiva não é muito a minha onda. Naturalmente, supus que o rapaz quisesse ficar ali, à espera. Era o que eu faria no seu lugar, sendo estrangeiro. Entretanto, os meus planos eram outros, uma vez que não gosto de adiar excessivamente a hora de almoço. Desafiei-o para ir comigo ao Jardim Tropical, ali perto. Aceitou.

   Não dava muito pelo jardim, mesmo nada, e surpreendeu-me pela positiva. Não é gratuito. O preço é muito simbólico, e darão conta disso ao percorrerem-no. Tão bem cuidado, com os animais - pavões, patos, galinhas e sei-lá-eu-o-que-mais, flora de todo o mundo, espécies exóticas. São 7 hectares, divididos por vários jardins, e ainda têm o Palácio Calheta, fechado, com os seus jardins passíveis de ser explorados. A companhia do turista, do G., ajudou a tornar aquelas horas mais agradáveis. Contei-as: duas, duas horas para ver tudo. Não estava com o calçado mais confortável, mas fi-lo devagar, sem pressas, fotografando e fotografando. Aqui ficam algumas  - já sabem onde poderão ver mais.


   Despedi-me do G., adivinhando que lá terá ido para a Torre. Da minha parte, e porque se fazia tarde, fui almoçar por ali mesmo, num restaurante muito em conta.

   De dia que, à partida, teria corrido mal, foi um dos que mais gostei. O sol terá ajudado.

   No que a museus diz respeito, vi todos aqueles cujas entrada, aos domingos, é gratuita. As minhas visitas continuarão, desta vez a contribuir, claro está, para um património que deve ser protegido e mantido com a ajuda de todos - a propósito, o Mosteiro de São Vicente de Fora não tem entrada gratuita a dia algum.

   Espero pelo vosso encontro aqui.

Todas as fotos foram captadas com o meu iPhone. São minhas e de minha autoria. Uso sob permissão.

7 comentários:

  1. Muito digno tudo isto ... aprecio suas incursões culturais ...

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    1. E continuarão. :) Já sei onde irei neste domingo. Can't wait!

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  2. Ai um amigo loiro, não há foto do menino?!

    ehehehhehehe

    abraço

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  3. Da proxima vai ao P7. Dizem que é mto giro. Tenho que ir tb.

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  4. https://www.timeout.pt/lisboa/pt/noticias/experiencia-pilar-7-a-nova-vida-da-ponte-25-de-abril-comeca-quarta-feira-092217

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