15 de fevereiro de 2018

Forma da Água.


   Como havia dito, anteontem fui ver o Forma da Água. O pouco que sabia a respeito, pouquinho, contara-me um brasileiro. Vá lá que teve o bom senso de não desvendar muito.

   O filme é bom, não inovador na fórmula. Com pequenas nuances. A bem dizer, histórias em que meninas bonitas se envolvem sentimentalmente com meninos feios (que é como que diz, monstros) há muitas. O que torna esta narrativa bonita de se ver é a singularidade da relação que se estabelece entre uma mulher não particularmente esbelta, empregada de limpeza, portadora de deficiência, comum, todavia de bom carácter, com um animal estranhíssimo, que é mais humano do que seríamos levados a supor, embora mantenha traços selvagens. Junte-se-lhe a magia, um toque de humor, a Guerra Fria e o antagonismo EUA/URSS e os terríveis vilões. A Disney ficaria orgulhosa.

   Guillermo del Toro excedeu-se. Criou um enredo giro, bom para a data - ontem até assinalámos o Dia de São Valentim, não foi? Um drama quase familiar, não fossem as cenas de masturbação iniciais. A actriz principal, Sally Hawkins, tem uma interpretação fantástica, bem assim como Octavia Spencer, na pele da colega trágico-cómica. O filme, em suma, conjuga efeitos especiais primorosos e uma história de amor, que enternecem e caem (quase) sempre bem, quando bem dirigidas. Eu gostei e recomendo.

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