26 de dezembro de 2016

George Michael (1963 - 2016).


   Nem bem o Natal havia terminado e soubemos do falecimento de George Michael. O ano que agora finda tem sido terrível no que respeita a perdas na indústria das artes.

   A minha relação com George Michael, como apreciador de música pop, começou por intermédio dos canais estrangeiros de música e pelos álbuns dos eighties que a mãe tem. Na irreverência daquela década, Michael protagonizou um dos coming out mais faseados de sempre, com canções que foram descortinando a sua sexualidade - como esquecer Father Figure, um dos seus singles mais exitosos, que, muito embora abordasse a relação de um homem mais velho com uma virginal moça, subliminarmente aludia aos famosos sugar daddies que preenchem as fantasias de muitos rapazolas, ou o álbum Listen Without Prejudice, nos seus anos de glória, com um título bem sugestivo? Desde então, sucederam-se Fastlove, Outside, entre outras, cujo foco incidiu na faceta mais íntima da sua vida pessoal.

   À semelhança de intérpretes do seu tempo, como Michael Jackson e Whitney Houston, também eles falecidos precocemente, a determinado momento a carreira de George Michael deixou-se eclipsar por escândalos relacionados ao consumo de droga e à prática de actos lascivos em locais públicos. A trajectória é a que bem conhecemos: fama imediata e abuso de substâncias ilícitas, com repercussões na imagem perante o público e na saúde. Homens e mulheres que saem de cena na casa dos cinquenta anos, no auge da maturidade enquanto artistas e pessoas. O coração atraiçoou-os, a todos.

   No dia de Natal, George Michael, que em 1984, enquanto vocalista dos Wham!, compôs e popularizou o clássico natalício Last Christmas, deixou-nos, silenciosamente, na sua propriedade no Reino Unido. Os seus fãs e o grande público não o sabiam doente. Aqui, com David Bowie, falecido no início do ano, sou levado a crer que procurou resguardar-se do assédio da imprensa, ele, que tantas páginas de tablóides encheu. Afastado das luzes da ribalta, diz-se que estaria a preparar um novo álbum de originais. Quem sabe o venhamos a conhecer, com a tecnologia de que actualmente dispomos, ou talvez fiquemos apenas - como se um apenas se lhe pudesse aplicar - com o seu legado de criatividade, de ousadia e de muita, muita despudorada provocação.

8 comentários:

  1. O cara marcou com bastante música que ainda são hitz!

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    1. Com certeza. Reconheço-lhe vários hits. Tinha uma voz muito melodiosa.

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  2. Que pena,sonhei com ele tantas noites

    abraço amigo

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    1. Como é que é? Explica lá isso. (risos)

      um abraço, amigo.

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    2. isso agora ;)

      abraço amigo

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    3. Foi a tua paixão platónica, Francisco? XD

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Sim, sim. É verdade. Esse seu lado filantropo não era conhecido. Aliás, as pessoas realmente caridosas não o apregoam.

      Uma enorme perda.

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