23 de junho de 2016

A participação de Portugal no Euro 2016. (I)


   Optei por aguardar pela conclusão da fase de grupos para poder fazer um balanço da participação portuguesa nesta competição. Quando tivemos conhecimento, através do sorteio, do grupo em que estaríamos inseridos, suspirámos de alívio. Portugal inicia as suas campanhas sempre com um enorme favoritismo. Defrontar a Islândia, a Áustria e a Hungria parecia peanuts. Selecções manifestamente débeis, numa perspectiva desportiva, e sem quaisquer individualidades que pudessem provocar algum tipo de constrangimento à nossa forma de jogar, muito latina, de bola no pé. Contas feitas, empatámos nos três jogos, e tivemos tantas oportunidades de ganhar quanto de perder. Ontem mesmo, na partida que deu por concluída esta fase, verificámos que o empate a custo foi obtido, muito embora tenhamos disputado o jogo na procura pela vitória.

    No seguimento das novas regras da UEFA, que estatuem o apuramento de quatro dos seis terceiros lugares dos grupos, Portugal conseguiu, assim, a passagem à fase seguinte. Um terceiro lugar, ainda que tenha permitido a continuidade na prova, é um resultado insatisfatório para uma selecção que ocupa o oitavo posto no ranking da FIFA. Portugal prossegue no Euro sem qualquer vitória. É importante que o tenhamos presente. E a fase subsequente, os oitavos-de-final, exige a Portugal, e às demais selecções, que ganhe o jogo frente ao seu adversário, no caso a Croácia, a primeira classificada no grupo D. Caso tivesse ficado em primeiro no seu grupo, Portugal jogaria com a Bélgica; terminando em segundo, iria disputar o acesso aos quartos-de-final com a Inglaterra.

    Se tivermos em conta a estatística, os confrontos entre Portugal e a Inglaterra estão equilibrados. Já perdemos, já ganhámos, e a qualidade da selecção inglesa é discutível. Não estamos perante uma favorita em pé de igualdade com a Espanha, a França ou a Itália. A Bélgica poderia colocar-nos dificuldades, mas é esta Croácia que me leva a tremer. E o campeonato assim o tem demonstrado: selecções tidas como ineficazes têm procedido a bons resultados: a Islândia, o País de Gales, a Hungria, a Croácia, etc. A garra, o empenho e a vontade de vencer produzem milagres. Basta acreditar. Não me surpreenderia se uma destas nações conseguisse ir mais além na competição.

    Portugal tem problemas vários, identificados: um meio-campo inexistente, jogadores em baixa forma, a falta crónica de um ponta-de-lança de raiz e uma obsessão com um avançado tido como o salvador, mas que nada faz sozinho e que, naturalmente, não pode arcar com todas as responsabilidades dos sucessos e dos fracassos da selecção portuguesa. Somos inseguros, deixamos espaços abertos aos adversários, que os exploram, conseguindo ameaçar a nossa baliza. No jogo de ontem, procurámos igualar o resultado quando a Hungria já havia iniciado o marcador. Temos espírito de iniciativa, no entanto procuramos reagir, mal, não assegurando uma vantagem. Não é justificável sofrer dois golos após o empate a uma bola. Mantendo este grau de exigência, dificilmente suplantaremos uma Croácia determinada em fazer história neste Campeonato da Europa. Não estaremos dependentes de pontos, mas de golos, golos que terão de surgir. Caso contrário, arriscamo-nos a uma saída inglória e precoce.

12 comentários:

  1. Acabar a fase de grupos em terceiro? Preferia que a Selecção Nacional tivesse ficado pelo caminho.

    Mas prontes... ainda faz mais um jogo.

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  2. Penso que sou o único brasileiro que não gosta de futebol. kkkk

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  3. Lá porque temos o melhor jogador do mundo, ele não joga sozinho.

    Sozinho, ele é uma nulidade :(

    Sorry é a minha opinião

    Grande abraço amigo

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    1. "Sorry", porquê? É a verdade. E ainda que não fosse, seria a tua verdade, e és livre de expressá-la. :)

      um abraço grande, amigo.

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  4. Vivemos o futebol e uma forma bem "excêntrica" mas talvez porque este povo quer é motivo para festa, ou seja apenas um amor à Pátria.

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    1. Já levam com as imposições de Bruxelas. Deixemos o povo festejar! :D Talvez festejem hoje pela última vez (por ora).

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  5. Também não ligo nenhuma ao futebol. Pouco me importa quem ganha ou perde. Afinal, não é isso que me paga as contas nem me enche a despensa... ;)

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    1. Sim, claro, mas podemos gostar. :) Gostar é diferente de viver em função de.

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    2. Lá isso é verdade! e se dia 10 estivermos na Final, vou a Lisboa ter contigo para vermos o jogo! xD

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