10 de dezembro de 2015

Christmas Gifts.


   Inevitavelmente, acercando-nos da quadra natalícia, não consigo deixar de pensar no que me oferecer. Já tive fama de consumista. Como se diz, e eu sou um apreciador dos ditados populares, acreditando que encerram em si verdades inequívocas, «fama sem proveito, faz mal ao peito». Com efeito, fui acostumado, mal, diga-se, a receber presentes para suprir certa incapacidade parental. Pensavam, creio, que os presentes surtiriam em mim uma compensação por tudo aquilo a que não tinha acesso e que era fundamental para um são crescimento.

    Não é verdade que compre muito durante o ano. A par de roupa e calçado, não significativamente, e de livros, estou aos meses sem comprar nada. Atendendo a que o Natal perdeu todo o seu sentido primitivo, transfigurado que está a uns dias em que não mais fazemos do que comer/engordar e presentearmo-nos mutuamente, decidi, desde há uns anos, que melhor seria oferecer-me. Contornava certa hipocrisia de, sob o signo do nascimento do menino Jesus, andar a trocar caixas de embrulho com meio mundo, e sempre pecava menos aos olhos do Senhor. Portanto, vamos lá comprar, «que tristezas não pagam dívidas» (já tinha dito que adoro a voz do povo). E como dívidas não tenho e tristeza tenho de sobra, nada a perder.

    Este artigo, ou post, como lhe queiram chamar, será assim um nadinha mais fútil, que combina com a quadra, convenhamos. Luzinhas, bolinhas, anjinhos, paz & amor, amigos "fóreva" (ainda que se odeiem o ano inteiro).
     Um casaco vermelho. Ando a namorar um casaco vermelho, lindo, que vi no El Ganso do ECI. Tem um senão: é caro. Três dígitos, sendo que o primeiro é o algarismo dois. Para um mero casaco é significativo. Ando a ponderar se o custo vs. benefício compensará a que venha a despender essa soma. O casaco é clássico, como gosto. E é vermelho, ou seja, não será um casaco para utilizar com muita frequência. Como a mãe faz questão de me recordar, eu tenho imensos casacos. Não precisaria, é verdade. Em vermelho, tenho um, mas é de uma fase meio casual que tive. Não gosto mais.

      Perfume. Natal sem perfume é como fazer compras no Colombo. Nunca sei que perfume comprar. Este ano, tenho sondado o mercado e gostei particularmente dos Spicebomb. De qualquer um da gama. Tem um certo aroma almíscarado com suave textura de madeira. Uma mistura interessante. Ao folhear o meu catálogo do El Corte, que será a minha Bíblia Sagrada/Código Penal/A Participação de Portugal na I Guerra Mundial/romance, policial, drama, comédia de cabeceira, dei com umas sugestões também elas de não ignorar. Aliás, aceito-as. Se quiserem sugerir-me algo, estejam à vontade.

     Consola de jogos. Fui daquelas crianças que adoravam jogar nas suas consolas. Da Nintendo (e tive todas até à GameCube, inclusive). Tive a PS2 e a PSP, no entanto quem me priva do Super Mario, priva-me de tudo. Pensei numa Nintendo Wii U. Porém, quem entende minimamente de videojogos sabe que as consolas da Nintendo têm um revés: a descontinuidade. Não tarda é descontinuada. Não consegue igualar-se à rival PS. E se comprar a consola, não compro o casaco, claro. Que isto é o Natal, não é o devaneio consumista.

       Por último, aquelas comprinhas circunstanciais. Um cachecol, provavelmente. Quente e ligeiramente colorido, sem ser espampanante. Vi uns, na Springfield da Guerra Junqueiro, bem giros. Como sou portador de um cartão da cadeia de lojas, que já acumulou uma quantia significativa, é seguro que vá lá dar-lhe uso. Talvez ainda compre uma mochila ou uma mala. Depende da verba que já tenha desembolsado até então.

        ... até nem é muito, pois não? Abrirei uma excepção para a mãe e a avó. Não sei que lhes dê. Ano após ano, já explorei todas as hipóteses. Não cairei numa brejeirice. Darei com alguma coisa.

        Esta publicação custou menos. Não vos enfadei com as inconstitucionalidades orgânicas, nem com as Guerras Púnicas. :)

51 comentários:

  1. "Natal sem perfume é como fazer compras no Colombo"! Lindo!!!

    não acho graça à troca de presentes, como tu prefiro comprar para mim aquilo de que gosto.

    já quanto à parte de comer/engordar, é a minha preferida. acho que gosto de tudo, o que toca a comezainas de natal.

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    1. Não tenho pachorra para "dar a prenda" àquela prima que nunca vejo, e que por acaso nem gosto muito, com dois beijinhos e sorrisos, já que a desdenho todo o santo ano.

      Compro só para mim e para a mãe e a avó que me aturam.

      Ainda não recuperei dos quilitos que ganhei no Natal passado! Poucos, é o que vale...

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  2. Com o passar dos anos, a lista de pessoas a quem presenteio algo vai diminuíndo. Primeiro porque sinceramente, a maior parte das vezes eu dou algo que tem algum significado, porque é o tipo de prendas que gosto de dar e recebo em troca coisas vulgares, por assim dizer, isto quando as recebo. Este ano não estou para isso. Darei algo à avó e essa será a única que estou preocupado em dar algo. A mim próprio, dá-me jeito arranjar uns óculos de sol e um relógio. Já comprei o perfume aquando dos meus anos e assistirei ao ballet "O Quebra Nozes", outra prenda que comprei para mim mesmo.

    Em relação à consola, eu sugeria-te a New 3DS ou a 3DS XL, que estão mais ou menos a mesmo preço actualmente. A New 3DS tem a vantagem de ler os amiboo e sendo uma consola portátil, não será descontinuada tão cedo. Tem, entre outras vantagens, puderes descarregar jogos gratuitamente da e-shop. Além disso podes jogar com ela em todo o lado - para mim é uma das maiores vantagens, como as viagens de metro demoram quase uma hora, é excelente para me distrair - e claro, tens jogos de todos os géneros, alguns muito engraçados, como o Tomodachi Life, o Animal Crossing, os jogos da saga The Legend of Zelda, Mario, Mario Kart, Pokémon, entre muitos outros. Existem mais vantagens, mas deixo-te o gosto de as descobrires por ti xD

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    1. E a minha... Tem diminuído "a olhos vistos". Mas eu, hoje, sou todo expressões populares!...

      Obrigado pelas sugestões. Não as ignorei, sabes. O problema é que não ligo muito a consolas portáteis. Desde o falecido Game Boy que fui perdendo o hábito de jogar assim. A PSP morreu-me antes de tempo. Gosto mesmo de consolas fixas. :)

      Também gosto dos Pokémon. Não falo é disso. x) E dos jogos d'A Pequena Sereia, da Sailor Moon. Hahah, doce infância. Claro que o Mario morará intemporalmente no meu coração. <3

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    2. Eu consolas fixas, só mesmo as antigas. Ainda vou às vezes à garagem buscar o meu Super Nintendo para matar saudades. :P

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    3. Há uns meses, liguei de novo a minha Nintendo 64, e joguei o Super Mario 64 de novo, óbvio. :)

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    4. Esse é muito fixe! E o The Legend of Zelda: Ocarina of Time também! ^^

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    5. O que dirás do Pokémon Stadium, que tive, e tenho, e fartei-me de jogar... x) Ah pois, que apesar de não falar disso, não me escapa um único Pokémon até, pelo menos, aos da terceira geração, hahah.

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  3. Não curto mais este lance de Natal. Já curti muito e já fui consumista ao extremo. Adorava presentear nesta época. Desde o ano passado, e este ano novamente, vou viajar e ignorar tudo isto.
    Gostei da dica do perfume ... vou conferir ... adoro.

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    1. Nunca fui consumista ao extremo. Fui consumista, sim. Habituaram-me a sê-lo.

      Consigo passar meses sem nada comprar. É raro cansar-me de uma peça de calçado ou de vestuário, deixando por isso de a usar.

      Ainda não sei se será o perfume que irei comprar. Há uma forte probabilidade nesse sentido. :)

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  4. Em termos de perfumes sou suspeito porque gosto de todos os Viktor & Rolf, o Spicebomb é um perfume com notas interessantes e até sensual e envolvente, o que para mim sobressai mais são as notas do que parece tabaco, baunilha e cabedal.

    Sugiro que experimentes Acqua di Prada Colonia Intensa Oud, Tom Ford Private Collection Tobacco Vanille ou a nova versão Fahrenheit Parfum, não confundindo com o Fahrenheit original.

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    1. Há vários Spicebomb. Pelo menos uns três. Gostei dos aromas. Um lembra-me a madeira.

      Também pensei num Hugo Boss, mas estão tão batidinhos, coitados, ou num 212 VIP Men.

      Obrigado pelas sugestões. Vou ter em consideração e quero ver se os experimento.

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    2. Eu confesso que não ligo nada perfumes Boss, nem me lembro deles.

      Depois conta coisas.

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    3. O pai já usava Aramis nas décadas de 70 e 80. E agora há uma nova fragrância. Experimentei há dias e não desgostei.

      Sim, direi.

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    4. Aramis não suporto cheira-me a tios velhos.

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    5. Refiro-me à nova fragrância, que não tem nada que ver. Jamais usaria o antigo. Tem um cheiro insuportável, eu diria. Muito 70s. Nem o pai usa mais (e já é "tio velho", sessentão).

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    6. Se me lembrar vou cheirar, não te estava a ver usar Aramis.

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    7. Não há esse perigo. :)

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  5. Não comprei muitas prendes, o meu sobrinho é o sortudo :-) para mim comprei um livro, talvez dos meus caros que comprei, apenas porque fico rendido quando a história é algo que me puxa, mas para mim o Natal é quando estamos todos à mesa, de faca e garfo a comer o bacalhau e a beber vinho quente :-)

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    1. Esqueci-me de acrescentar que costumo comprar um livro pelo Natal. Enfim, ter-me-ei esquecido, presumo, porque compro livros todo o ano.

      Oh, mas é público o amor que sentes pelo teu sobrinho. :)

      Não ligo a bacalhau. Prefiro o polvo cozido. :)

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  6. O Natal tem destas coisas, o que vale é que comprei quase tudo em Setembro e já estou despachado lololol

    Abraço amigo

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    1. Compras "de Natal" fora de tempo, sem a azáfama da época, não me estimulariam. :)

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    2. Nos últimos anos, as prendas tem sido mais do mesmo, só os meus sobrinhos é que variam. e adoro perder-me no ECI :)

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    3. O ECI faz com que nos percamos, sem dúvida. :)

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  7. Prendas apenas para pai e mãe, irmão e cunhada.
    Sobrinhas levam dinheiro.
    Um livro para uma tia mais próxima.
    Para mim, nada. apenas gostaria de comprar uma viagem nem que fosse apenas um fds, mas ainda não sei quando poderei ir. Já pensaste nesta hipótese, já que não precisas especificamente de nada?

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    1. Não seria capaz de presentear alguém com dinheiro. Sei que é um costume muito em voga e é o que os miúdos gostam, mas é muito impessoal. A lógica de quem troca presentes, creio, é a de poder dar um miminho a quem gosta. Ora, o dinheiro é vil, sujo. Não há afecto em dar dinheiro. Mas entendo o que te leva a fazê-lo. :)

      Não pensei. Eu não ligo muito a viajar, sou sincero. Talvez pela falta de companhia. Mas seria um bom presente, sim, se bem que ficaria mais caro do que os meus presentinhos. :)

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    2. concordo contigo mas quando tens sobrinhas adolescentes, oferecer prendas é um risco muito grande. O que faço habitualmente é oferecer, por exemplo, um livro e acrescentar algum dinheiro para comprarem o que quiserem.

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    3. Claro, Goody, eu sei. :) Os miúdos de hoje (quem me lê é levado a crer que sou um ancião...) não são dados a sentimentalismos; querem é o dinheiro para comprar aquilo que gostam.

      É bom estimular hábitos de leitura desde tenra idade. Custa-me imenso que os miúdos digam, como de resto já ouvi, que não gostam de ler. E ouvi isso com imensa frequência vindo de colegas do colégio.

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  8. olha, se passares pela guerra junqueiro num dia da semana pela hora do almoço, dá-me um toque. eu trabalho nessa rua e podemos tomar um café :)
    ai, as comprinhas de natal...
    provavelmente, oferecer-me-ei um livro. há um novo da Teresa Veiga, sugestão do Miguel. Bem, é uma nova edição de um livro anteriormente publicado pela Cotovia.
    bjs.

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    1. Ok, fica registado, Margarida. Raramente lá passo, mas hei-de fazê-lo um dia destes. :)

      Os livros são os teus melhores presentes.

      um beijinho.

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  9. Eu já comprei tudo: pais, irmã, cunhado, sobrinhos e namorado. E foi este último que me saiu mais caro... Mas com todo o prazer que gasto com ele...
    Daqui a uns anos, quando em vez de criancas tiver adolescentes ,acho que vou adotar a política do GbBb.
    Ah, e tenho um grupo de aamigos em que sorteamos os nomes uns dos outros, e oferecemos apenas a uma pessoa, em vez do grupo todo....

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  10. Já fui muito consumista também, mas ultimamente ando me controlando bastante. O meu segredo foi não ficar à toa no shopping, shopping é um lugar muito do mal. Agora apenas vou para comer mesmo e deixo as compras de roupas muito raramente, quando realmente preciso ou quando viajo. Mas, obviamente, se tivesse dinheiro sobrando não ligaria para anda disso... rsrs

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    1. É preciso algum controlo. Eu também sou dado a alguns devaneios. :) E acabo sempre gastando mais do que queria, heheh.

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  11. Eu amo receber presente, rsrsrs. :)

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  12. Para mim comprei um computador portátil, o seguro para o carro, as escovas para o carro, um casaco na Zara, uma camisola na Spring... e acho que foi tudo :)

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    1. O Pai Natal foi generoso.

      Olha, não merece um post, por isso deixo aqui: comprei o casaco, o perfume; depois, um livro e mais umas peças de roupa. Gastei um horror, mas que se lixe.

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    2. Já podes ir assistir ao jogos do SLB ah ah ah :P

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    3. Epá, isso é que não!!! :)

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    4. O Mark pode ter muitos defeitos, mas benfiquista não é um deles!
      VIVÓ SPORTING!!!!

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    5. Antes a morte do que lampião!

      Spoooooooorting!!!

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    6. A sério que estamos a "ter" esta conversa?

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    7. Não tarda estão a coçar os tomates e a cuspir para o chão

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    8. Vou fazer uma macumba convosco LOL

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    9. Essa visão é claramente estereotipada, Goody. :)

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    10. Quem ler aquilo há-de pensar que eu gosto de futebol xD

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    11. Eu gosto q.b. Aqui, claramente estava a entrar na brincadeira contigo. Acompanho com relativa distância a liga de clubes. Gosto de ver um jogo pontualmente. Os Mundiais e os Europeus, esses sim, não perco. Já vi jogos nos estádios. Há uns anos.

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