3 de novembro de 2014

A Investigação.


    Nunca pensei que fosse tão compensador fazer investigação. Um mundo que se desvenda diante de nós. Por sorte, tenho conseguido trazer para casa uns livros interessantes, muito úteis nos relatórios. Nos próximos, que os que fiz ainda estão a ser corrigidos.

   Escolhi, como optativa, Criminologia. Envolvente e misteriosa. Passo muito tempo debruçado sobre matérias densas, daquelas que preferimos não nos dar conta da existência. Há dias, terminei um relatório sobre os homicídios qualificados e os seus pressupostos. Não sabia eu que um simples artigo, de várias alíneas, teria tanto para se escrever (até sabia...). Quando procuramos informação, surge sempre mais e mais. É difícil inovar. Os caminhos começam a estar todos descobertos. Digo inovar no sentido de criar algo novo, uma corrente doutrinária, uma opinião que vingue, que seja absolutamente oposta a tudo o que há, ou que vá numa direcção contrária, díspar. Perfilhar o que existe é tentador, a mais quando concordamos com alguma das orientações.

    Conhecia todos os professores que tenho, excepto um. A minha professora de Direito Penal, ex-conselheira do Tribunal Constitucional, reconheceu-me de imediato. Recordar-se-á, certamente, das aulas e das orais de melhoria. A Processo Penal tenho também o mesmo professor, pessoa que estimo em igual medida. São de uma simplicidade notável, seja no trato, seja até na forma como se apresentam e como interagem com os mestrandos (já o eram na licenciatura). Pessoas que chegaram onde havia a chegar, atingindo o topo das suas carreiras.

   São aulas complexas. A terminologia usada é muito jurídica e não admite desvios. Ao falar com uma amiga da mãe, advogada, com uma sociedade de advogados, aconselhou-me a entrar na Ordem, que há um déficit, na sua sociedade, de advogados na área do Direito Penal. Em boa verdade, o Direito Comercial, das Sociedades Comerciais, do Trabalho, do Contencioso Administrativo, entre outros, são mais cobiçados - e dão mais dinheiro. Disse-lhe que não quero ser defensor. Poderei, a ponderar, entrar na Ordem, mas não para já. Tenho outros assuntos a ocupar-me o tempo e a paciência.

   O amor pelo Jornalismo, todavia, persiste. É uma centelha que brilha em mim. Extensível à História. Quem sabe no futuro? Nada me impede de tirar duas, três licenciaturas, assim tenha uma vida longa (o que já ponho em causa...) e disponibilidade profissional. O engraçado é que trilho o caminho de muitos juristas que se aventuraram pelo Jornalismo e até mesmo pela História, e são vários os exemplos portugueses, desde Margarida Marante, a Miguel Sousa Tavares, Paulo Portas, Carlos Pinto Coelho, Diogo Freitas do Amaral (História), Miguel Sousa Tavares.

    Veremos a que portos o futuro me leva.

20 comentários:

  1. que bom que estás motivado. :) criminologia é muito interessante. mas o jornalismo e a história são bichinhos que perduram. tens toda a vida para os desfrutares. vida longa ou curta não o sabes... :)
    bjs.

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    1. São conciliáveis. :)

      É, muito, muito interessante. Tivesse podido começar logo por aqui!

      um beijinho, Margarida.

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  2. Que legal ! A vida é muito interessante mesmo, de uma coisa se vai a outra e o caminho vai mudando, mas o bom disso, é que vc está "curtindo" tudo isso !

    Boa semana !

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    1. Sim, por acaso estou a gostar muito do mestrado. :)

      um abraço e boa semana. :)

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  3. Para já parece que fizeste a escolha correcta, o que é sempre motivador...

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    1. Sem dúvida. Continuando em Direito, o caminho só poderia ser este.

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  4. Finalmente sabes o caminho que podes seguir :)

    Gosto de te ver assim motivado

    :)

    Abraço amigo e continuarei por aqui sempre a acompanhar-te :)

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    1. Não sei lá muito bem o que fazer pós-mestrado, não. x) Mas vamos vendo!

      um abraço, Francisco. :)

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  5. Saber que estamos trabalhando com algo que está despertando nossos interesses é muito bom!

    abraço!

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    1. Assim é. E eu que passei quatro anos a "detestar" o curso...

      um abraço. :)

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  6. Leva-te onde quiseres... mas não te compares com o Paulo Portas por favor. És de longe muito melhor.

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    1. Muito obrigado, Namorado. :) Sorri ao ler as tuas palavras. Que querido!!, se me permites. :)

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  7. Mark,
    Sempre passo por aqui, embora nem sempre dê notícias. É interessante ver seu crescimento e suas escolhas; somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais...
    Em maio estive em Lisboa. Eu e meu companheiro (ou seria marido???) fizemos uma Euro Trip e estivemos em Lisboa por dois dias. Muito pouco tempo para conhecer realmente o lugar (eu já conhecia, mas ele não) e menos ainda para entrar em contato com você. Mas adoramos tudo, como não poderia deixar de ser. Voltaremos com certeza, mas dessa vez só para a península ibérica e com mais tempo para conhecer novos amigos.
    Abraços brasileiros,
    Marcelo B. Pires.

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    1. Olá, Marcelo! Há quanto tempo! Já havia me perguntado o que seria feito de ti! Bom saber novidades. :)

      Oh, foi uma pena não teres dito nada. Teria muito gosto em conhecer-te e ao teu companheiro / marido. :) Espero que tenhas gostado de Lisboa e de Portugal, no geral.

      um abraço grande!

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  8. Que bom que vc esteja gostando do mestrado. Fico feliz. E sim, sempre achei que vc deveria fazer o curso de História e outros mais, já que vc ama tanto. Vá em frente! Sempre torcerei por vc, meu caro.

    Abraços apertados a vc. :)

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    1. Muito obrigado, Tiago.

      um abraço graaaaande. :)

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  9. Ainda bem que estás a gostar do mestrado. A investigação é mesmo uma maravilha... Também uma das minhas paixões...

    E acredita que estás cheio de razão quanto a questão da inovação. é bastante dificil, hoje em dia, fazer uma coisa completamente diferente. No entanto, como uma vez alguém me disse a ideia muitas vezes não é descobrir a cura para o cancro, mas sim, plantar mais uma árvore na floresta.

    ;)

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    1. Que teoria engraçada. E faz todo o sentido, de facto. É... É complicado, em Direito, neste momento, ter uma ideia nova, versar sobre algo de modo inovatório. E Penal nem é o ramo mais sedutor. :) Os juristas correm, e bem, diga-se, pelo dinheiro. :)

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