21 de maio de 2014

Testes.


   Ontem, tive uma avaliação escrita. Extensa e controvertida. Há professores que têm o dom de complicar. Não se espera facilidades, ainda assim, saberiam colocar a matéria leccionada de forma a que conseguimos tudo resolver em noventa minutos, sem pressões.

  Leio o teste com atenção, sublinho a caneta ou a marcador amarelo fluorescente as partes importantes. Começo, desde logo, a escrever tópicos e artigos ao lado de cada período ou parágrafo que considero relevante. Nisto, é natural que perca uns vinte minutos. Tento encontrar as questões e esquematizá-las, poupando o máximo de tempo possível. Nem sempre é evidente o que pedem. Rasuras na folha de ponto, medito, artigos que desaparecem dando lugar a outros, minutos que passam... Por norma, deixo o telemóvel na prateleira imediatamente por baixo da parte superior da bancada. Os testes têm lugar, regra geral, nos anfiteatros.

   Quarenta minutos antes do fim, dou início à tarefa de transpor os esboços para a folha. Escrevo sem parar. São exigentes com o português jurídico. Atribuem um, dois valores de ponderação global. Avisam o tempo que falta. Aumenta o nervosismo. A meio, percebe-se que algo está mal. O raciocínio revela alguma falta de lógica. Volta-se atrás para se detectar o problema. Quando os casos práticos não têm perguntas dirigidas, um erro destes pode ser fatal, comprometendo a resolução correcta. Os códigos e leis avulsas avolumam-se. Volta e meia, a confusão de papéis é mais que muita, dificultando o que se quer encontrar.


   Na hora de entregar, a balbúrdia. Atropelam-se. Alguns professores ameaçam não receber mais se a demora persistir. Incomoda-me aqueles colegas que ficam a comentar o que fizeram e deixaram de fazer. Foi o que aconteceu. Acabara, estava com uma dor de cabeça monumental, só queria pegar nas minhas coisas, arrumá-las na mala e desaparecer. Como temos de pedir licença para passar e uma rapariga não se despachava a assinar o cabeçalho, ouvi o que não queria. Pela unanimidade em torno, confirma-se o que temia. A nota será tudo menos razoável. Dificilmente conseguimos resultados altos nas provas escritas. É nas orais que provamos o que sabemos. Uma nota elevada neste elemento é meio caminho.

  Não sofro por antecipação. A verdade é que me correu mal. E sempre há a possibilidade de elas estarem redondamente equivocadas. Cá fora, uma veio me perguntar o que colocara aqui e ali. Ficou a falar para "o boneco", em sentido literal, porque continuei a andar e deixei-a para trás. Não suporto. O que ganham ao saber o que outros fizeram? Angústia?

   Gosto de estudar, mas odeio as avaliações, a carga emocional inerente. Lido mal com esse factor. Desta sexta a oito, tudo saberei. Medo.

20 comentários:

  1. Mark
    tu não tens que ter esse receio, pois sabes o que sabes...
    Tens tudo a perder com esse estado de ansiedade, e vamos lá...já tiveste mais que tempo para te habituares à ideia de que os testes existem e são importantes...
    Tens que te adaptar e não esperar por adaptações.

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    1. A maioria não mantém a calma. Bom, o "medo" que referi não significa que esteja apavorado. Não estou. É um único teste. Contudo, com o aproximar da recta final, aumentam as expectativas. Quero despachar isto o quanto antes.

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  2. "Gosto de estudar, mas odeio as avaliações, a carga emocional inerente. Lido mal com esse factor." Ainda hoje disse isto a uma amiga, por outras palavras.
    Eu até concordo com os testes, mas depois há uma pressão em cima dos alunos, é horrível!

    r. obrigado :D

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  3. Você é um ótimo aluno, aposto que tudo vai acabar bem :) Eu também odiava prova quando fiz faculdade kkkkk Pior momento de estudar.

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    1. O pior é mesmo a pressão e, claro, os coleguinhas inconvenientes. :s

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  4. nas avaliações, apresentações e semelhantes, eu prefiro ser uma das primeiras. é horrível quando temos um colóquio ao fim do dia, por exemplo, fico agoniada com os nervos.
    isto só para dizer que quanto mais depressa despachares, melhor. quando tem de ser, tem muita força. os nervos começam uns dias antes, mas quando acaba é um alívio. e, sim, de que adianta perguntarem como correu, que resposta deste? está feito, não há volta a dar.
    se tiveres má nota, podes ir a oral?
    bjs.

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    1. Não perguntam só como correu; perguntam o que se respondeu aqui e ali. Esmiúçam. É ridículo. Quando me perguntam como correu, digo que "mais ou menos". Não gosto de criar expectativas, a menos que me tenha corrido extraordinariamente bem (depende das cadeiras). A Penal, no ano passado, dizia que me tinha corrido às mil maravilhas. Adoro a disciplina! E outras. Direito Público, sobretudo.

      Bom, má nota, má nota, acredito que não, não no significado social de "má nota", ou seja, negativa. Nunca tive nenhuma. Pode é prejudicar a média, forçando-me a ir a exame na época de Junho, visto que com o novo regulamento podemos dispensar os tradicionais exames. Temos de ter avaliação contínua de 12 ou mais, o que implica um 11, 12 no teste mais a participação nas aulas (eu participo pouco, depende também das disciplinas). Não atingindo este resultado, exame no mês que vem. As orais não se aplicam agora. Este regulamente é uma confusão.

      um beijinho.

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  5. Vou dar uma de Lili, mas para correr bem ou mal, basta fazer. Caro Mark não terá corrido assim tão mal e além do que te "conheço" farás tudo para corrigir a situação. Calma, que tudo se resolve. Um grande abraço :)

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    1. "Estar vivo é o contrário de estar morto e vice-versa". :D

      Saberei na semana que vem. :) um abraço grande e obrigado pelas palavras, Namorado.

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  6. O que tu fazes para ir à oral :D

    Upsssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

    Brincadeirinha amigo :P

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  7. há alguma pressão que é colocada nas avaliações, especialmente pela forma como elas acontecem, que não faz muito sentido; mas a verdade é que elas tem que ser feitas.
    acredito que tenhas consciência do que fizeste, tens que ter esperança :)

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    1. Sim, têm mesmo de ser feitas. Não há outras forma de se avaliar. Às optativas, entregamos um trabalho, mas ainda assim carece de um teste.

      Eu não tenho nada contra este método. A pressão é que é mais que muita.

      Tenho esperança. :)

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  8. Que tenso esses momentos de fazer testes assim... Eu sempre acabo em cima da hora, mas sempre me saio bem , modéstia à parte. Eu não lido tão mal assim com as provas porque acho que o que tiver que ser será , então, se eu fizer merda já era, se não , é só festa!

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    1. Ahahah, exactamente. :D É assim que se tem de pensar.

      Eu, depende. Recordo-me de nos anos iniciais acabar antes de tempo, mas agora é impossível. Ninguém consegue terminar antes do tempo. Há sempre algo que falta... E percebemos isso na correcção... :s

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    2. É verdade, eu sempre fico com medo nos momentos finais mas daí penso: "O que fiz fiz, agora vou ali fora tomar um suco!" hauhauhah

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    3. É assim que eu penso. Está feito, está feito. :)

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  9. Eu tenho várias fases num teste. Primeiro, minutos antes de o ter à frente, entro em stress e já não sei nada, já não me lembro de nada. Recebo o teste, respiro fundo. Leio calmamente a primeira pergunta e tudo me volta à cabeça. Começo a escrever e a falar sozinho (um bocado crazy, eu sei. E já me deu problemas pois um ou outro professor considerou que estava a dar as respostas a outro colega). Chego ao fim tenho uma necessidade inata de tentar averiguar a minha nota e se ouve uma pergunta na qual tinha mesmo dúvidas pergunto a um ou outro colega.

    E em geral olha que os que me correram pior até foram os que tive melhor nota.

    Boa sorte, espero que tudo corra bem! ;D

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    1. Rúben, desculpa o atraso na resposta, mas esqueci-me! LOL

      Eu não costumo entrar em pânico porque sei as matérias, de outra forma nem compareceria. Claro que já me aconteceu "bloquear" com a ansiedade. Tento me acalmar. Prefiro perder uns minutos a respirar do que meter "os pés pelas mãos".

      Pelo contrário, chego ao fim e tenho uma necessidade inata de fugir de colegas, ahah, principalmente daquilo que dizem.

      Obrigado. Boa sorte na tua defesa de tese. :)

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