13 de março de 2014

Pela Escandinávia.


   Eu adoro os países escandinavos. São verdadeiramente uma enorme referência. Enquanto muitos se sentem atraídos pelas culturas nipónica, norte-americana, francesa, britânica, há um grupo de países ali pelo norte da Europa que muito me seduz. Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Islândia... Além da excelente qualidade de vida que proporcionam aos seus habitantes, são países conhecidos pela tolerância, dando lições ao mundo considerado civilizado. Têm sido pioneiros em inúmeros itens, como no sufrágio feminino, nos casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo, para enunciar estes exemplos. Os baixíssimos níveis de criminalidade aliados a uma política criminal humana tornam-nos pólos atractivos. Soube, há pouco tempo, que a polícia islandesa nunca tinha tirado a vida a um cidadão, se bem me recordo! Não usavam armas. Na Noruega, o povo ficou chocado depois daquele massacre de que todos bem lembramos. Não estavam habituados a banhos de sangue. Rejeitaram por diversas vezes - pelo menos duas - a adesão à UE e, inerentemente, à abominável moeda única. São convidados, em vez de se atropelarem como os países de leste para conseguir um lugarzinho ao sol. Valorizam a sua indústria e a sua pesca. Legitimamente, não querem ser a prostituta de Roménias e Bulgárias e, ainda, sujeitando-se aos tradicionais proxenetas, como o são Portugal, Espanha, Grécia... A Islândia só agora pediu adesão e os motivos prendem-se à crise económica que tão prontamente ultrapassou.

   No liceu, tive uma colega holandesa. Os Países Baixos não pertencem à Escandinávia, mas a miudita tinha valores não habituais no nosso país. Falava inglês fluentemente para alguém de catorze anos, não ingeria alimentos de origem animal devido às toxinas e afins, e era extremamente liberal. Claro que era engraçado vê-la de sandálias em pleno Inverno ibérico, uma estação amena para quem está habituado ao frio de Amesterdão. Infelizmente, perdi-lhe o contacto. Já tentei encontrá-la pelas redes sociais, tarefa que assemelha difícil devido ao seu nome em holandês.


   Na Noruega, tendo em vista uma campanha de solidariedade que visa as crianças da Síria, uma organização experimentou colocar uma criança enregelada, sem casaco, numa estação de autocarros em Oslo, de forma a analisar o procedimento dos transeuntes àquela situação. Ali se pode ver o grau de civilidade daquelas pessoas, a sua educação na preocupação pelo bem-estar de outro. Não admira que não haja sem-abrigos por lá. Os institutos sociais funcionam bem, são céleres e actuam no menor tempo possível. Pagam impostos, sim, mas para o bem comum e não para uma elite faminta e corrupta. A par disso, as características do próprio povo. Em Lisboa, aquela criança, a menos que interpelasse alguém, passaria indiferente à maioria. E mesmo interpelando... Por cá, são encontrados idosos, mortos, no chão das suas casas, dez anos volvidos.

     Deixo-vos o vídeo.

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29 comentários:

  1. Não gostas de cá, vai para lá. Simples. Só sabes dizer mal de Portugal.

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    1. Não sei por que razão comentam anonimamente. Mas respondo-lhe:

      1. Eu bem ia caso pudesse;

      2. Não disse que não gostava de Portugal;

      3. Estou no meu blogue, logo, mesmo que o dissesse, exerceria o meu direito à livre expressão e opinião;

      4. Nada do que escrevi é 'dizer mal de Portugal'. São factos.

      5. Volte sempre!

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    2. Credo, eu diria que só sabes dizer mal de Espanha, agora de Portugal, discordo em absoluto!

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    3. Ahahah, é verdade. Nem referi isso. Tenho 'enterrado' a Espanha por diversas vezes para defender os interesses de Portugal. Enfim, além de anónimo, é despistado.

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  2. Também sempre encarei os países da Escandinávia como uma espécie de "países-modelo". xD E desde miudinho que tenho simpatia por eles. :-)

    Abraço, querido Mark

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    1. São verdadeiros 'países-modelo'. Espero que tenhas visto o vídeo. Que povo tão fofinho. ^.^

      um abraço, querido Ine.

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  3. Falta-nos muito o sentido de comunidade. Noto isso qd estou nas cidades "grandes" (Lisboa, Porto). Uma vez uma senhora caiu bem á nossa frente no Porto, e as pessoas continuaram a andar, nem pestanejaram enquanto a mulher se tentava levantar. Eu como pacóvio que sou fiquei um bocado chocado com aquilo.

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    1. Que horror! Que desumanidade!

      Não és 'pacóvio'; és decente e tens valores, como os da solidariedade e entreajuda.

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  4. O video muito giro :) Gostei muito Markzinho :)

    Acho que o problema por cá, é a quantidade de más pessoas que se aproveitam da boa vontade de alguns e assim, depois, as a descrença começa a dominar aqueles que ainda acreditam e querem ajudar quem de facto precisa.

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    1. É incrível. Até a senhora de mais idade tirou o cachecol e os outros tiraram os casacos. São tão generosos. Adoro-os! Seria tão feliz por lá... :(

      O povo português até é de ajudar, realmente.

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  5. Desses conheço Copenhaga e amei. Era para ser a Islândia este ano mas houve mudança de planos.
    Aconselho-te a visita se puderes :)

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    1. Dinamarca! *.*

      Sim, com certeza, serão dos primeiríssimos países a conhecer. Nada de Paris. LOL

      Obrigado pela sugestão. :)

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  6. De facto são países que nada tem a ver com Portugal. Tinha dito no meu canto, que quando voltei da Finlândia, senti que estava a chegar ao Borundi. Não andei longe.

    Creio que quando for à Islândia, não volto lolololololololololo

    Abraço amigo Mark, :D

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    1. LOL, mas o Burundi ainda tem motivos para ser um mau país; já Portugal...

      x)

      um abraço, Francisco. :)

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  7. Dos países escadinavos, só não conheço a Islândia. Os outros quatro, conheço razoavelmente bem, e inclusivamente tive propostas de trabalho para dois deles. Na entrevista para a Noruega, depois de rebater os argumentos da proposta terminei dizendo "e eu sou Português, e preciso de sol", ao que a entrevistadora argumentou "estatisticamente, a nossa cidade tem o maior número de horas de sol de toda a Noruega".

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    1. A Noruega é um paraíso na Terra. Por azar, não conheço nenhum.

      Ahahah, a entrevistadora deveria ter respondido assim: "Nem só de sol vive o Homem!" :P

      Coelhinho, vi que andaste numa maratona a ler o meu blogue e a comentar. :) Estou na faculdade, no meu mini notebook, mas assim que chegar a casa responderei devidamente a tudo.

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  8. os países nórdicos conheço só de passagem, de férias. gostaria de viver na Suécia. há anos, pertenci a um grupo de trabalho europeu que tinha colegas da noruega, suécia, holanda. gostei muito de trabalhar com elas, mas o que me apercebi é que há bons profissionais tanto nos países do norte da europa como do sul (eu representava o sul e não tenho problemas em dizer que representei bem o meu país nesse projecto, afinal, é o meu trabalho), no norte - suécia é o meu exemplo - entravam muito cedo nos serviços, 8 da manhã e já buliam, tinham, em todos os andares, uma copa e umas cadeiras - faziam muitas reuniões de trabalho assim, em vez de estarem nos gabinetes como aqui e pelas 16h, 16,30, saíam do trabalho. tem a ver com as horas de sol. e eram muito simpáticos, muito informais, poupados, pelo menos aqueles que conheci. não conviviam muito, não como nós, não passam a vida em cafés, preferem conhecer o mundo, adoram o campo, paisagens, viagens. tem um bom estado social, porque descontam imenso, com essa garantia. todavia, penso que nos últimos tempos a realidade já não é assim tão doce. mas em todo o caso, ainda vale a pena viver lá, claro :)
    iria para lá agora, se me garantissem um trabalho já. nem pestanejava. levava as gatas e a tartaruga, punha a casa numa imobiliária e ala.
    bjs.

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    1. O pai conhece a Suécia e dizia-me maravilhas de lá. Exceptuando-se a Islândia, não ouvimos falar de crise alguma naqueles países. São muito organizados. Pagam impostos, claro, mas têm os respectivos benefícios. Fala-se dessa suposta frieza nas relações. Sempre desconfiei da veracidade disso. Já sabemos que a luz solar está directamente relacionada com os suicídios. Eles têm taxas altíssimas. Até por cá, há mais suicídios na altura do Natal e do Inverno, em geral, do que no Verão.

      Pois, não são preguiçosos como os latinos. Eu diria mais: não são indolentes.

      um beijinho.

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  9. São civilizações completamente diferentes. Onde as pessoas podem ser frias, mas cumprem o seu dever. Se houver um acidente, para uma pessoa para dar assistência. As outras, quando se apercebem que já se está a ser assistido, continuam a sua vida. Aqui, ou tens as grandes cidades, onde se acontecer alguma coisa, ninguém faz nada, ou tens os sítios pequenos, onde para toda a gente, gerando problemas de escoamento de trânsito, por exemplo...

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    1. Ahahahah, gostei dos exemplos. Realmente, faz todo o sentido. x) Nas grandes cidades, a indiferença ao sofrimento alheio é gritante.

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  10. Imagina aqui no Brasil... O povo não respeita ninguém, jogam lixo pela janela do ônibus, terrível. Até que eu acho Portugal bem mais civilizado.
    Amei esse vídeo. Também sinto uma atração por esses países friozinhos do norte da Europa :D

    Abraços Mark!

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    1. Aqui creio que não chegam ao ponto de 'jogar', lixo pela janela do autocarro, se bem que muito raramente ando de autocarro (ônibus). Acredita, Ty, Portugal é pouco mais civilizado do que Brasil. Não é à toa que são países-irmãos.

      um abraço. :)

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  11. Sempre bom aprender sobre novas culturas, extremamente interessante.
    Abraços!

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  12. Nunca tinha pensado dessa forma ;), mas mesmo assim adoro Londres xD

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    1. Eu também gosto do Reino Unido. :) Tenho um fascínio qualquer pelas realidades anglo-saxónicas. :)

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  13. Conheço todos menos a Islândia e concordo que são países com altos valores de nível de vida, de modernismo de conceitos e tudo isso. Adorei a maneira de ser dos noruegueses...
    Mas daí a viver lá vai uma imensa distância e eu seria incapaz de o fazer.
    Além de que falta referir alguns índices menos agradáveis, como as altíssimas taxas de suicídios, por exemplo.

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    1. Eu creio que moraria. João, estou cansado da falta de educação e civismo dos portugueses. Este povo é ignorante e rude.

      Eu referi os tais índices, precisamente na minha resposta ao comentário da Margarida.

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