30 de junho de 2011

As Aventuras... na Praia!


Finalmente, tive o meu primeiro dia de praia deste ano! Adoro praia. Sabe-me sempre a uma primeira vez.
Fui com a tia e uns primos e desta vez ficámos numa praia da região metropolitana de Lisboa. Para mim, que frequento sempre praias do Algarve ou do Baixo Alentejo, é uma surpresa agradável saber que as praias de "Lisboa" podem proporcionar um bom dia aqui tão perto.
Chegámos por volta das dez horas e ficámos até ao meio-dia. Depois fomos almoçar, esperámos a hora da digestão e voltámos às dezasseis (quatro da tarde).
Esteve um ótimo dia de praia e a água estava fantástica. Passei lá imenso tempo, como de costume.
Ah, já estou um pouco moreninho. :)






P.S.: A fotografia é minha. Peço desculpa por ter ficado tão pequena, mas cortei, no computador, a parte de baixo que continha o areal com o povo e os guarda-sóis coloridos daquela gente. Pavoroso! LOL

29 de junho de 2011

Músicas Que Nos Marcam



É engraçado ouvir algumas músicas que nos marcaram em determinadas etapas da nossa existência.
Esta música, das Nonstop, marcou-me particularmente. Quando saiu, em 2001, eu era uma criança, mas nos anos seguintes assumiu um papel importante nas minhas vivências pessoais. Marcou-me do mesmo modo que uma pessoa me marcou. Ainda hoje, ao ouvi-la, relembro-me da primeira pessoa de quem gostei verdadeiramente e das noites passadas, de headphones, a escutar este primeiro álbum das Nonstop. Foi quase a banda sonora dessa paixão avassaladora que senti.
A nostalgia é um sentimento estranho. Provoca-nos arrepios na pele e uma vontade imensa de regressar ao passado que tanto desejamos e recordamos.
É assim que me sinto ao escutar a Basta Um Sorriso.

27 de junho de 2011

Sim, eu estou aqui.


Estive lá e estaria novamente se fosse preciso. Jurei a mim mesmo que não acordaria cedo tão depressa. Acabei o ano, fiz as cadeiras todas e, por isso mesmo, recusar-me-ia a acordar de novo à mesma hora. Mas o R., apesar de ter transitado para o segundo ano, achou - e bem - que tentaria fazer o máximo de cadeiras  de forma a deixar o mínimo indispensável para trás. Temos um mínimo de disciplinas que podemos deixar para trás e que não implicam que fiquemos retidos no mesmo ano durante mais um ano letivo. É o seu caso.
Ele não estava à espera e nada lhe disse. Acordei cedo e fui para a faculdade para ver se conseguiria chegar a tempo de assistir à sua oral. Foi uma enorme ânsia chegar à faculdade sem saber se estava iminente a sua oral ou se até estaria já a decorrer. Tinha como certo, apenas, que seria por volta daquela hora, sensivelmente. Procurei pelo seu nome, pela disciplina e fui, com o coração apertado, ao seu encontro.
Quando cheguei ao auditório, as orais tinham começado. Entrei sorrateiramente, para não incomodar, e sentei-me numa das últimas filas. As orais são públicas e à porta aberta. Vi-o mais ao fundo sentado perto de umas raparigas de outras turmas. Deu-me alguma satisfação constatar que não me vira chegar. Hoje estava especialmente galã. De fato completo, como nunca antes o tinha visto. Ele tem um corpo elegante e o fato assentava-lhe bastante bem, apesar de, por esta altura, vislumbrar-lhe apenas o corpo da cintura para cima.
Não tardou a que o chamassem. A oral correu-lhe pessimamente, devo dizê-lo. Foi generalizado, uma vez que, como mais tarde vim a verificar, quase todos reprovaram. Depois de ter terminado a sua prestação, sentou-se no seu lugar e achei conveniente enviar-lhe uma sms para lhe dar algum conforto. A minha ideia inicial era a de enganá-lo, enviando-lhe mensagens como se estivesse em casa, porém, devido às circunstâncias, não havia lugar para brincadeiras. Ao recebê-la, olhou discretamente para trás e acenou-me com a mão.
No final das orais (que demoraram bastante), confirmou-se o que temia: reprovou mesmo. Pude finalmente dirigir-lhe uma palavra e confortá-lo na medida do possível (com todos aqueles olhares). Fui tão egoísta naquele momento e arrependo-me amargamente do que pensei. Estava feliz, enquanto ele estava triste. E estava feliz pelos motivos mais pueris e fúteis - que confirmam a futilidade de que falo na minha descrição no blogue. Estava feliz porque ele estava de fato, apresentável, e os meus pensamentos resumiam-se a levá-lo a almoçar a algum lado, exibi-lo como pertença minha, quase um troféu. Ao mesmo tempo que ele estava de rastos, eu dissimulava uma tristeza que até sentia, mas que diminuía consideravelmente quando comparada aos planos que traçara para a nossa tarde que seria de glória.
Consegui o que queria. Fomos almoçar e todo eu era aquela pessoa que só pensava em si. Foi ele melhor pessoa e acompanhou-me sempre com um sorriso nos lábios. Apesar de estar triste, nada em si evidenciava um mal-estar. Fez-me a vontade quando eu não fui capaz de ver que não era a melhor ocasião.
Só dei pelo que fiz em casa. Só senti esse egoísmo ao constatar que de tudo falámos, de tudo brincámos, de tudo sorrimos e ele não estava bem. Não, não estava. Não, não era um dia como outro qualquer; era um dia em que eu tinha a obrigação de o ajudar, levá-lo para um sítio calmo, recolher-me na sua companhia. Até mesmo deixá-lo só, caso fosse essa a sua vontade e mo expressasse.
Afinal, não fui à faculdade por ele. Fui à faculdade por mim. Se lhe confessasse que errei, ele negá-lo-ia até ao fim. Isto porque gosta mais de mim do que eu dele. Agora arrependo-me.

25 de junho de 2011

King of Pop



Miss you... Two years... Rest in Peace.

I know you are in a better place.

24 de junho de 2011

Maduros.


Talvez devido ao meu último post sobre Pedro Passos Coelho, recebi uma pergunta na aplicação Formspring a indagar-me sobre se gosto de pessoas maduras. A resposta é contundente: sim. As pessoas maduras são, a todos os níveis (ou pelo menos aos mais importantes), mais interessantes. Têm um outro nível cultural, por vezes económico (geralmente, até) e até mesmo uma maior estabilidade emocional. Se também é verdade que nunca me apaixonei por uma pessoa mais velha (não aconteceu, simplesmente), não deixo de sentir admiração, inclusive, por uma pessoa de meia-idade. Não confundir, evidentemente, esta minha admiração por pessoas maduras numa generalização extensiva aos comuns homens portugueses maduros. Não admiro, nem sinto atração por pessoas embriagadas, que passam a vida a beber cerveja barata, que têm barriga, que mal sabem juntar quatro letras para formar uma palavra, que não têm educação alguma e cujas conversas se resumem a futebol e carros. Este é o triste quadro da maior parte dos homens portugueses de meia-idade. Feios, porcos e maus.
Não pensem que é assim tão incomum um jovem gostar de pessoas mais velhas. Há colegas da mãe, lá na empresa, que são o protótipo do homem maduro interessante. Há vários, até, nomeadamente dois que são particularmente interessantes. Ambos praticam desporto (creio que ténis, golfe e futebol amigável), são altos, magros, sem proeminências abdominais, vulgo barriga, usam barba de três dias, vestem bem (bons fatos de bom corte) e têm cuidados com a sua estética. Um é careca; o outro não. O careca é o mais interessante. Devem ter os seus quarenta / quarenta e cinco anos. São interessantíssimos. Colocam qualquer rapaz da minha faculdade a um canto. Aliás, os professores lá são bem mais interessantes do que os alunos... Creio que o careca é divorciado e vive sozinho. Aposto, deve ter montes de mulheres atrás dele. Vive a vida sem assumir compromissos.
Imagino aqueles homens no dia-a-dia. A sua classe, o seu nível... Têm bons automóveis, frequentam bons restaurantes e bons sítios, de um modo geral. Isso sim são pessoas interessantes. É comparável - sequer- com a bandalhada risível da minha idade? Não trocava um deles por vinte da minha idade, R. incluído. O R., mesmo assim, distingue-se da maioria da nossa idade, caso contrário nem olhava para ele. Tem nível e educação. Quando tiver os seus quarenta vais estar no ponto, até porque é mais charmoso do que bonito, opinião de várias raparigas por lá e minha opinião, também.
São homens experientes, que sabem agradar e estar com outra pessoa. São responsáveis e maduros, contrastando com a volatilidade presente na minha faixa etária. Mesmo no aspecto sexual, são homens com um melhor desempenho no prazer que dão e que recebem.
Há jovens, sim, que gostam de homens maduros que se enquadrem nessa definição por mim enunciada.
A idade pode ser um ótimo estímulo, quando aproveitada e cuidada, para o sucesso de uma relação entre um jovem e um homem maduro.




Foto: George Clooney

22 de junho de 2011

O Srº Primeiro-Ministro é Sensual




Não votei nele e nem concordo com a maior parte das políticas da coligação, mas admito que é um homem sedutor. Na minha opinião, ele tem bastante charme. :)

 

21 de junho de 2011

verão


Finalmente chegámos à minha estação preferida do ano. Adoro o verão. Não gosto tanto de o escrever com "v" minúsculo, mas enfim, são as exigências do Acordo Ortográfico. Ah, pois, que a aplicação do Acordo não se restringe à eliminação das consoantes mudas. Quem pretende implementar o Acordo na sua escrita, seja no blogue, seja no quotidiano, deverá consultá-lo primeiro de forma a não cometer incongruências como eu, de facto, já cometi, não por desconhecimento, mas por resistência a algumas alterações. Devo mesmo dizer que há relativamente pouco tempo passei a escrever os meses do ano e as estações em letra inicial minúscula. E, shame on me!, (ainda) não aplico o Acordo nos documentos particulares e oficiais, da faculdade e nas redes sociais.
O verão (oh, céus!, parece-me o futuro do Indicativo do verbo "ver") é a estação em que me sinto mais feliz e mais espontâneo. Deve ser um sentimento generalizado. O verão simboliza sol, calor, praia (a minha adorada praia), noites amenas e um sem número de atividades que podemos desenvolver. Claro, no hemisfério norte, porque no hemisfério sul começa hoje o inverno.
Ando ansioso por ir à praia. Quase todos os meus amigos e colegas já foram, exceto eu. Eles juntam-se todos e vão para as praias aqui da região de Lisboa, mas eu tenho uma aversão às praias daqui. Estão lotadas e cheias de confusão. Não, de todo, não é para mim. Prefiro, então, ir para a piscina da avó (eu, que não gosto de piscinas desde criança). No entanto, pensei em convidar o R. para uma tarde na casa da avó. E não pensem que não estaria à vontade, porque a avó sabe das coisas e, tenho de confessá-lo, agradeço todos os dias pela avó que tenho. É tão cúmplice, tão conhecedora daquilo que sou e sinto. Claro que ainda não lhe falei do R., mas falei-lhe de que existe uma pessoa que suscita, sim, o meu interesse.
Claro que férias, férias, só quando a mãe decidir dar férias a si própria. Acho que o facto de ser tão dedicada e empenhada lhe rouba alguma espaço na sua vida mais pessoal. Sei que tenho idade para passar as férias sem a mãe, mas faço questão de as passar com ela. Era incapaz de passar férias com gente da minha idade, irresponsável e imatura. Preciso de um equilíbrio saudável. E depois, é uma banalidade fazermos o que todos fazem.
Espero apenas pelo fim oficial do ano letivo para encerrar definitivamente este capítulo e pensar exclusivamente nas minhas férias.
Ah, transitei para o segundo ano da minha licenciatura. O R. também...

19 de junho de 2011

Teorias Bizarras


Não consigo ficar indiferente a determinadas coisas que vejo, leio ou das quais tenho conhecimento. Algumas chegam a provocar-me repulsa e indignação de tão reveladoras que são da ignorância e do preconceito. Refiro-me, desta vez, às recentes notícias vinculadas pelas imprensa que dão conta de uma possível relação homossexual de um jogador uruguaio que terminou o seu noivado por uma alegada traição com um homem.
Não sei o que se passou, não o poderia saber e sei tanto como qualquer leitor ávido: as notícias surgiram em vários jornais de referência. Todavia, o que me indigna - e em muito - são os típicos comentários que leio nas edições online de vários desses jornais. Ora bem, desde que o jogador é muito burro por ter trocado a mulher, lindíssima, por outro homem até que não se acreditam na história porque aquela mulher convertiria qualquer homossexual em heterossexual, de tudo pode ser lido nas referidas edições online.
Às vezes, não sei se chore, se ria. Comentários como estes, cujos exemplos citei, são indicadores de homofobia revestida de incredulidade e ignorância. Será um homem burro aquele que troca a mulher lindíssima por um homem, apenas por a mesma ser lindíssima? O facto de uma mulher ser lindíssima é impeditivo de que um noivado seja quebrado, sejam quais forem os motivos?
Relativamente ao segundo argumento, confesso que aumentou ainda mais a minha já grotesca perplexidade: uma mulher bonita converte qualquer homem gay, logo, os rumores sobre o jogador são falsos. As orientações sexuais não são passíveis de serem alteradas por capricho, conveniência ou mero acaso; todos temos uma orientação sexual que nos acompanhará pela vida. Ninguém se torna nisto ou naquilo: quem o é, é-o sempre, mesmo sem o saber. É bom que isto fique claro.
Não me irei deter sobre o rol de ofensas visíveis nessas caixas de comentários pois as mesmas não me merecem qualquer referência. É o habitual, o preconceito, o medo - direi mesmo - do costume. Quem teme, ofende. Golpe baixo.
Não sei o que se passará na vida do jogador e de milhares de pessoas em situações idênticas. Porém, se de facto o que se fala for verdade, não há qualquer explicação para o sucedido, muito menos estas demonstrações risíveis de preconceito infundado.

16 de junho de 2011

Perdeste-me...


Ainda me recordo do frio que senti ao entrar na banheira naquela tarde que principiava. O sol entrava pela janela do quarto e cobria todo o macio tapete branco. A água corria, tépida, mas o meu coração gelava e toda a minha pele se arrepiava a cada pensamento. A vontade era a de adormecer, talvez para sempre, dentro da água.
Lá fora havia vida. Existiam pessoas a  lancharem nos cafés, namorados a beijarem-se sob o sol quente, alegria nas ruas, vidas que se agitavam no tempo. Em casa, no banheiro, derramava todas as minhas tristezas. Oh, como queria sair para fora e deixar a tristeza dentro das paredes que conheciam tão bem o que sentia. Por que razão não podemos deixar a tristeza como uma simples camisa que se muda a todo o momento?
A vida não se compadece de infortúnios ou estados de alma. Lá fora sorria a todo o custo. Segurava o choro tímido de um menino que nem chorar pode. Ninguém compra tristezas alheias. A alma despontava a cada sinal de algo que também queria.
O calor aquecia o corpo, mas não o interior. O olhar ficara perdido há muito tempo num horizonte até então desconhecido. A apatia tomara, por fim, conta de tudo.
A cada passo, o peso do mundo parecia não ter fim. A raiva de sorrisos de terceiros sobrepunha-se à inveja. A certeza da indiferença, de um mundo ao qual não pertencemos. A incerteza do amanhã, a convicção do alheamento.
Perdeste-me. Tinhas-me perdido mais uma vez, era tão clara a verdade. Perdias-me a cada dia, a cada ocasião, a cada minuto que afundava mais o pouco que restava. Agora, porém, o perigo era outro. Também eu me perdia. Perdia-me incessantemente.
O tempo passou, passa sempre. Hoje, vejo que me perdeste. Eu - e agradeço-te por isso - não me perdi.

14 de junho de 2011

Modo: Passeio pelo Chiado


Parecia que os exames não teriam fim, mas acabaram, pelo menos os de primeira época. Foram semanas bastante árduas e complicadas. Não desvalorizando de forma alguma qualquer licenciatura, a minha é das mais exigentes que existem. Há quem leia seiscentas páginas em meses enquanto nós - eu - tenho de ler o mesmo em dois dias, por vezes até mais. Não me refiro a ler e esquecer: ler, fazer apontamentos, perceber e decorar quando a matéria assim o exige. É que nas cadeiras mais práticas o que importa é perceber; nas mais teóricas, como as minhas queridas cadeiras de História, temos de perceber e decorar, sobretudo conceitos e mais conceitos...
Hoje, de forma a comemorarmos esta etapa, decidimos passear um pouco pelo Chiado. Não é das zonas da cidade de que mais gosto, mas é sempre aquele lugar que recorremos em falta de melhor escolha. Foi o R. que me convidou. Ele, como não é lisboeta, sente aquela atração normal pela cidade, mesmo não sendo assim de tão longe.
Foi interessante. Vimos um casal gay estrangeiro aos beijos em plena rua, beijos daqueles de retirar o fôlego, e foi curioso ver a reação facial dele que ganhou uns contornos de profunda seriedade, a julgar pela expressão do seu rosto. Senti que Lisboa está cada vez mais cosmopolita, pese embora aquela zona ser tradicionalmente liberal. Há cada vez mais gays ou cada vez se dão mais a conhecer? Interessante para futuras reflexões. Se é verdade que fico feliz por ver estas manifestações espontâneas e livres da sexualidade humana, sem olhares indiscretos e comentários maldosos - o que mais me surpreendeu -, também é verdade que não me sentiria bem ao beijar o R. ou qualquer outro rapaz em plena rua. É algo tão íntimo e aquilo que vou dizer até pode parecer estranho: gosto de manter a dúvida no ar, resguardar as emoções, sem demonstrar efusivamente o que gosto e quero. Aliás, beijos entre casais heteros, daqueles profundos e melosos, também me provocam alguma repulsa. A intimidade fica em casa. Até mantém mais intensa a chama.
Comemos um gelado enquanto deambulávamos pelas ruas e decidi ir até à Fnac. Gosto sempre de passar por lá. Lembram-se das insinuações de que vos falei? Pois bem, quem conhece a Fnac do Chiado sabe que tem expostos vários livros do mundo LGBT num local específico e devidamente sinalizado: "Gays and Lesbians". É, à primeira vista parece um submundo, uma coisinha que tem de estar separada de tão reles que é - foi a primeira má impressão que me surgiu -, no entanto, vi que era uma forma daquele público encontrar livros dessa temática, o que de outra forma estaria dificultado por se encontrarem misturados na miríade de romances "heteros". Sim, parei lá com o R. para dar uma vista de olhos e ele não teve qualquer reação. Eu só pensava: "Olá? Estou a ver livros gays, não dizes nada nem te manifestas?". Não se manifestou. Não tive coragem de comprar algum. Senti-me... hum... intimidado. Mas um deles era interessante e o conteúdo era acerca de dois rapazes universitários que dividiam o apartamento e daí surgiu uma relação... Hum, inspirador, não?
Cada vez me sinto melhor na sua companhia. Acho até que ando meio ridículo. Quando passava por um casal de namorados, olhava para as mulheres com uma cara de: "Vês, também tenho um assim macho como o teu!" (gargalhada) É tão estúpido, não é? :D Pois é, mas cada um vive as situações da forma que quer e gosta.
Ainda lanchámos juntos e por mim a tarde estendia-se até à noite. Hoje, seguramente, posso dizer: se ele me convidasse para dormir (?) com ele, aceitaria. Já tenho a confiança necessária nele, já sei que ele é bom, sossegado e de boa índole, enfim, sei que me trataria com respeito e que jamais me magoaria. Parece que já o conheço há tantos e tantos anos e nem um ano se passou desde que nos vimos pela primeira vez.
Sei o que quero: posso ficar longe de todos os amigos, da minha turma, que fiz durante o ano; não quero ficar longe apenas de uma pessoa, ele.

12 de junho de 2011

Santos Populares


Quem é lisboeta sabe bem que por esta altura do ano o que são as festas populares. Bom, digamos que a tradição propagou-se um pouco por todo o país: temos o famosíssimo São João no Porto e festividades semelhantes em diversas cidades portuguesas. Portugal transportou esta tradição para o Brasil, onde temos as famosas festas juninas cujo espírito em tudo de assemelha ao das festas da antiga metrópole.
Eu nunca liguei as estas tradições populares. Sou mesmo avesso a tudo o que diga respeito a este tipo de festividades. Não por um qualquer preconceito, mas porque não me seduz. Vejamos: não gosto de sardinhas, embora goste de peixe, não bebo bebidas alcoólicas, não danço músicas populares e não me consigo distrair no meio de tamanha confusão. Resta o famoso manjerico que é do meu agrado. Gosto bastante, sobretudo dos que têm a quadra típica.
No entanto, e apesar do acima enunciado, temos por hábito almoçar num dos bairros típicos da cidade, geralmente Alfama. Este ano não foi exceção. Eu, a mãe, os manos, as suas respetivas caras-metades e os avós fomos a um restaurante de Alfama. Os avós gostam deste ambiente popular. Claro que comi espetada de peixe com a mana enquanto eles se entretinham com as sardinhas da época. Comem aquilo com tudo o que lhes é devido: salada de pimentos (credo!), batata cozida e broa. Enfim, gostos... Quando acabei de almoçar, enquanto eles ficaram na confraternização, fui a uma banquinha comprar o meu manjerico. A senhora, já de uma certa idade, e provavelmente estranhando o facto de um rapaz comprar um manjerico, perguntou-me se o mesmo era para a namorada... Hábitos. Voltei para o restaurante a passar a mão sobre as folhas pequenas e perfumadas da minha planta.
Ainda ficámos lá durante umas boas horas. A mãe e o avô quando começam a beber o digestivo, vulgo whisky, são capazes de ficar uma tarde inteira a beber e a conversar... É, enfadonho para quem não compartilha esses vícios.
Fiquei bastante surpreendido com a quantidade de jovens que vi este ano, da minha idade e até mais novos, mesmo tendo em atenção que, devido à crise, estava tudo bem mais vazio do que em anos anteriores. Até estava lá um rapaz bastante engraçadinho que passou o tempo todo a olhar para mim, mas eu já me sinto meio ligado ao R. e não gosto de me exceder, se bem que mesmo que não conhecesse o R. seria difícil dar-lhe qualquer espécie de intimidade. Sou uma pessoa muito difícil de conquistar e ligeiramente de pé atrás no que diz respeito a flirts. É incrível a facilidade com que as pessoas engatam e se deixam engatar nos restaurantes, bares e afins, vão para a cama e até nunca mais ver. Dão-se ao prazer pelo prazer sem terem o mínimo de respeito por si mesmas. Não critico quem o faz, mas não, obrigado.
Voltámos para casa e posso dizer que até gostei da tarde. É tudo mais sossegado. À noite, imagino o reboliço... De tarde, confesso que até é agradável. Aliás, surgiu-me a ideia de que poderia convidar o R. para uma tarde do género ou até mesmo um jantar. Seria interessante. Acho que com ele, de noite, sentir-me-ia mais à vontade. Pode ser que ele tenha ideia semelhante e me convide. Confesso que prefiro ser convidado. Não pelo pagar, que ridículo, mas sei lá!, vocês entendem a minha posição. :)
Com ele até poderia equacionar a hipótese de comer uma sardinha no pão e dançar ao som do Apita O Comboio. (risos)

10 de junho de 2011

Modo: Má Descontração


Sucedem-se os exames a um ritmo vertiginoso. Bem que podiam espaçar as datas de modo a permitir que absorvamos mais matéria e, já agora, que descansemos um pouco. O meu caso reveste-se de um carácter diferente, uma vez que, como já o disse anteriormente, não prescindo de forma alguma das minhas oito horas de sono, da minha alimentação equilibrada e da minha sanidade mental. Vejo por lá alguns que já estiveram bem mais longe de um internamento compulsivo...
Hoje, depois do exame, alguns colegas resolveram passar a tarde em Lisboa. O R. aceitou e eu, como não tinha nada para fazer e chega de estudo (!), decidi ir também. Devo dizer que o fiz mais para acompanhá-lo e controlar um pouco o que se passa à sua volta. É que ele anda muito solicitado...
Sabem o que é andar com um grupo, sem rumo, a gargalharem pela rua como doidos acabados de sair do hospício? Foi o que me aconteceu. Da minha turma só estava eu, o R. e mais duas colegas; os restantes elementos eram de outras turmas. Foi das piores tardes de toda a minha, isto não exagerando e sendo o mais sincero possível. Mas também quem me manda a mim ter este feitio? Se ficasse em casa, provavelmente  ficaria inquieto ao imaginar o que poderia ou não acontecer deixando-o assim, entregue àquelas piranhas ferozes desejosas de um bom homem. Sim, que ele não é nenhum príncipe encantado, mas eu considero-o giro e, ao falar com algumas raparigas de forma subtil, tenho recebido bastantes elogios à sua pessoa. Até mesmo considerações àquilo que poderão ser os seus dotes no que diz respeito às suas possíveis performances sexuais. É, umas devassas...
Claro que depois do que sucedeu no outro dia, e embora não tenhamos falado nada acerca disso, insinuo-me ainda um pouco mais. São quase gritos mudos que ecoam no oxigénio que consumimos só os dois. Caminho ao seu lado, dou-lhe mais atenção e pouco ou nada me importo que seja demasiado visível esta dedicação.
Enquanto lanchávamos e ele comia uma sandwich, ergueu os olhos e pousou-os em mim durante uns segundos. Sabem aquele olhar sorrateiro, discreto, mas profundo? Acho que me revelou bem mais do que todos estes meses de convivência mútua.
Voltei para casa no final da tarde e com as vozes daquela gente a ecoarem na minha cabeça. Odiei a tarde, no entanto, adorei saber que estamos numa boa sintonia, signifique isso o que significar.

6 de junho de 2011

Das Eleições


Considero o quadro político português do mais desinteressante que pode haver. A política pressupõe renovação dos rostos, das ideias e não esta monotonia partidária a que assistimos em todos os atos eleitorais. Os discursos são ultrapassados e vazios de alguma novidade, mínima que fosse, que trouxesse um novo fôlego. Acredito que eles bem tentem, todavia, iludem os mais incautos.
Fui votar e fi-lo contra a minha vontade. Detesto o discurso de dever cívico quando o próprio dever de quem governa é simplesmente preterido após a vitória nas eleições.
Não vi os programas televisivos, típicos e enfadonhos, da noite eleitoral. Não ouvi o paleio de vencedores e vencidos e muito menos dos comentadores de bolso que aqui e ali povoam as estações de televisão, salvo raras exceções que merecem que percamos uma noite de estudo ou lazer, conforme os casos. Hoje de manhã, enquanto preparava a tonelada de livros, apontamentos e sebentas, liguei a televisão e ouvi umas coisitas aqui e ali suficientes para deduzir o resto. Foi demais, até.
Perdeu José Sócrates e ganhou (terá ganho?...) Pedro Passos Coelho. Que novidade!, alguém duvidava? Mérito do vencedor? Desmérito do derrotado? Não. Profundo desgaste político após seis anos de governação atravessados pela pior crise económica desde o crash de 1929. As alternativas são sempre as mesmas. O tempo vai e vem, os cargos vão e vêm, mas as pessoas são sempre as mesmas. Esta verdadeira dança das cadeiras dá-me uma comichão cerebral de salutar. Acho divertido, que querem?
A mãe regozijou, quase que teve um orgasmo político quando soube que o seu Pedrinho tinha alcançado aquela magnífica cadeira do poder. A avó ainda pensou que o seu Paulinho poderia, finalmente, ser o Primeiro-Ministro da bela Pátria Lusitana.
«Oh, avó, ele vai ficar com um belo ministério, não tenha pena!»
Pensamentos ao acaso que ficam sempre presos na garganta.
Lamento tanto que tenhamos um governo marioneta do Triunvirato que governa o país (sim, triunvirato, como diz o tio Paulo Portas, que o nome Troika é feio e é estrangeiro, 'tá a ver?). Sabia-lhes tão bem mandarem um bocadinho...
Cá estaremos nós a pagar impostos e os salários desta gente toda. E cá estaremos também para nos queixarmos muito da governação PSD / CDS-PP daqui a algum tempo, não muito, tenham calma.
Já agora, cá estaremos também para dar a vitória ao PS quando nos cansarmos destes.

4 de junho de 2011

Esta Noite Sonhei Com...




Brian Bianchini (1978 - 2004)

Não era um modelo dos mais conhecidos, mas eu recordo-me de que o vi num catálogo de moda em casa de uma amiga da mãe e fiquei quase que "apaixonado". Deveria ter uns doze anos. Quando soube que se suicidara, fiquei meio triste porque achei tão absurdo. Hoje, surpreendentemente, sonhei com ele enquanto dormia. Será que o seu espírito veio ter comigo? O pai acredita na vida para além da morte.... Ainda estou meio atordoado.
Descansa em Paz, Brian.

3 de junho de 2011

Definições...


Antigamente existiam homens, mulheres, sodomitas e lésbicas. Sodomita é um termo que vem referenciado ao longo da história, com origem na cidade bíblica de Sodoma onde, alegadamente, vários habitantes masculinos tinham relações pecaminosas (Génesis, 18: 20). Diz respeito mais especificamente aos homens que têm sexo com outros homens, nomeadamente sexo anal, pese embora o facto do sexo anal poder ser praticada entre um homem e uma mulher. Foi uma forma de criminalizar a prática e o amor entre dois homens. Lésbica é uma palavra que tem como raiz etimológica a palavra em latim lesbius e que, originalmente, designava os habitantes da ilha grega de Lesbos. Uma poetisa grega dessa ilha, a poetisa Safo (século VII a. C.), que gostava de outras mulheres, viria a dar a origem à palavra em português lésbica, que designa uma mulher que ama outra mulher.
De salientar que a expressão lésbica tem origem apenas no século XIX.
No mesmo século surgiria pela primeira vez a palavra homossexual, que mais tarde serviria para designar os doentes de homossexualismo. A palavra tem uma origem grega (homos) e também latina (sexius) e refere-se, portanto, a pessoas que têm sexo com outras do mesmo sexo. A palavra gay, que era utilizada como uma palavra normalíssima em inglês, designando uma pessoa feliz, alegre, de bem com a vida, ganhou esta conotação sexual e atualmente refere-se na literatura, nos meios de Comunicação Social e na própria sociedade, em geral, a homens homossexuais.
A bissexualidade surgiria por inerência, alargando o campo da sexualidade humana a mais uma orientação sexual e tudo levaria a crer que chegáramos ao fim. As orientações sexuais não são infinitas (deixemos de parte termos como a transexualidade, crossdressing ou travestismo, transgender e por aí adiante porque não estão diretamente relacionados com a orientação sexual e, no caso da transexualidade, trata-se de uma questão de identidade de género que é vezes demais confundida com orientação sexual).
Vulgo a gíria popular que é utilizada ofensivamente para designar homo e bissexuais (palavras que não irei referir, mas que, certamente, todos saberão quais são...), tudo parecia terminado no que diz respeito a designações referentes às orientações sexuais.
Atualmente vêm surgindo mais umas expressões a esta já longa lista... Refiro-me a: hetero curiosos e bi curiosos. Devo dizer que adoro estas designações. Não só pelo ridículo, mas também pela incoerência das mesmas. Ora eu, que sou uma pessoa intelectualmente irrequieta, não poderia passar ao lado destas palavras. Um hetero curioso será um gay-que-tem-vergonha-de-o-ser-e-sente-se-bem-mostrando-à-sociedade-que-é-hetero. Não há hetero curiosos, é bom que isto se diga! Há heterossexuais e há gays. Um heterossexual não terá relações com pessoas do mesmo sexo, salvo situações de embriaguez, drogas e semelhantes. A curiosidade, mínima que seja, é já indício de bissexualidade. No fundo, a visão heterossexista da sociedade leva a que surja a necessidade que as pessoas têm de se esconderem da sua própria sexualidade. O termo bi curiosos não deixa de ser ainda mais engraçado. Vejamos, se a pessoa se designa a si mesma como bissexual, de onde surge a curiosidade? Curiosidade em quê? Não deixa bem patente, ao afirmar-se bissexual, de que gosta dos dois géneros, o seu e o oposto? A incoerência aqui atinge proporções desmedidas.
Alguns amigos gays dizem-me, com o ego bem elevado (?), que saíram com «um rapaz que é hetero, sim, hetero». Quando confrontados com o facto de serem heterossexuais no mínimo estranhos (...), lá vem aquela pequena palavra que tudo resolve: «Ah, é curioso». Bom, ainda não apanhei um bi curioso, thank God!
Extrapolando estas considerações para a minha vida concreta, também me vejo na necessidade de encontrar, nesta miríade de orientações sexuais, a possível orientação sexual do R. Ele dirá para si que é hetero, mas, no fundo, deve ser um valente bissexual, com uma aparência totalmente heterossexual. É o que penso sobre ele e é o que penso sobre esta quantidade de orientações sexuais que andam por aí.
Queira Deus que eu esteja enganado e que existam muitos e bons hetero curiosos e que o R. seja um deles. É-me mais confortante sair com um hetero curioso do que com um gay ou um bissexual por motivos meramente pessoais.

1 de junho de 2011

Exames


Começou a época de exames e começou o meu desassossego... É tão complicado gerir o tempo no meio de tantos exames e de tantas matérias que em nada estão relacionadas entre si...
Gosto de estudar sozinho, qual recluso de si próprio, no escritório cá de casa. Fecho-me por dentro, corro as cortinas espessas e deixo-me ficar no silêncio, interrompido por vezes pelo som do exterior. Não estou para ninguém. Sento-me no chão, como já referi, espalho tudo à minha volta e estudo. Telemóveis no silêncio ou desligados, pc desligado e é a solução ideal para eu estudar. Hoje alterei um pouco o esquema... Fui para o minúsculo - mas aprazível - shopping do Campo Pequeno com três amigas que estão noutros cursos. Claro que não estudei o que costumo estudar porque com elas torna-se impossível. E, sinceramente, apetece-me esquecer que tenho uma média e uma reputação a manter. Quero ser mais, digamos, normal. Toda a minha vida ouvi o discurso de que tenho de ser o melhor, de ter as melhores notas, de ser aquele que vai surpreender sempre... É muito mau quando deixamos de agir de forma natural. Eu diria mais: é monótono quando já não receamos uma má nota ou não ficamos alegres quando recebemos uma boa. Isso é tão normal, não é?
Mandei uma sms a convidar o R. Estava em casa e tornava-se tarde para vir a Lisboa. Senti a sua falta. Que raiva monumental!, será possível que já não me sinta bem sem ser na sua companhia? Estive todo tempo a leste do que elas falavam ou faziam. Seria tão melhor se ele estivesse ali comigo...
Acabámos todos a comer um enorme gelado com quatro colheres. Foi tão divertido, embora quisesse comer um apenas com duas...
Temos imensos exames nos próximos dias. Estas duas semanas que se aproximam são de tremer. Não tenho medo algum, mas sou preguiçoso como já referi várias vezes. Não gosto de ser posto à prova, não gosto de me sentir testado...
Sabes ou não sabes?
Que sensação terrível. As pessoas são bem mais do que uma qualquer prova escrita / oral.
Veremos o que sai no final desta época especial e difícil.
Espero que bons resultados. :)