6 de dezembro de 2010

Nós e Um Teste


As avaliações persistem. Se algumas cadeiras apenas nos exigem um teste escrito, outras cadeiras há que nos pedem dois testes escritos. Por um lado é bom, uma vez que permite a quem teve negativa no primeiro teste uma oportunidade para uma possível positiva; pelo outro é mau, pois obriga-nos (me) a estudar para mais um teste. Não me posso esquecer que não vou ter férias de Natal... Sim, leram bem, não há férias de Natal quando a época de exames começa no início de Janeiro. Nem réveillon. E as minhas passagens de ano são sempre fantásticas... oh...
Bom, hoje foi dia de mais um teste. Costumo ficar perto das minhas amigas, como é habitual. Sentei-me, tirei a folha de teste e aguardei pelo teste. Temos de deixar um lugar vago entre cada aluno. Digamos que é uma forma de evitar que copiemos uns pelos outros. A mim não me faz qualquer diferença. Nunca copiei na vida. Não o digo porque seja muito certinho, atinadinho ou bonzinho, mas sim porque nunca precisei. Simples. Aliás, gosto mesmo que não me perguntem nada. Sou muito individualista nestas questões. Perco tempo, desconcentro-me e, no fim, quem sai (saía...) prejudicado sou eu.
Do meu lado esquerdo, uma vez que estava quase na ponta da fila, não estava qualquer pessoa. Passados uns minutos adivinhem quem chega? Ele mesmo. Vi logo ao que vinha. Cumprimentou-me, sorriu, brincou um pouco, até que os professores-assistentes começaram a distribuir os testes. Foi logo na primeira pergunta.
Esteve constantemente a perguntar-me respostas. A todas as perguntas.
«E diz-me qual é esta.» e «Sabes a resposta desta?» e «O que é que eu meto aqui?» e «Aqui, aqui» (...)
Imaginem o que é passar uma frequência de cinquenta minutos a ouvir isto! Ele falava baixinho, claro, mas incomodou-me imenso. A pergunta que se impõe: ajudei-o? Sim, ajudei. Se eu não gostasse dele... Grrrrrrrrrrr!
Disse-lhe praticamente tudo, ou seja, tópicos de resposta. Depois ele desenvolvia. Se vocês vissem o jeito dele. É safado demais, com aquele ar de descarado e reguila.
Eu fui incapaz de não o ajudar. Não me perdoaria. Claro que abri um grave precedente: se o ajudei, terei de ajudar outras pessoas quando me solicitarem ajuda. É que eu levei a vida escolar toda a fazer ouvidos moucos aos pedidos de ajuda nos testes. Agora, lembro-me de casos do passado e sinto-me mal. Parece que violei uma regra minha.
Espero que ele tire ao menos um dez. No final, agradeceu-me. Disse-lhe que ele era um chato e que me tinha desconcentrado imenso.
-"Deixa lá, eu recompenso-te. Para a próxima ajudo-te eu." - sorriu.
-"Tens consciência de que isso é um pouco difícil, não tens?" - disse-lhe ironicamente.
-"Eu sou melhor a Direito Civil do que tu." - continuou a brincar comigo.
-"Sim, sim, tiveste sorte." - rematei (aquela positiva mais fraquinha que eu tive).
Confesso-vos que foi um teste divertido. Confesso a vocês, não a ele. :) É que o engraçadinho hoje abusou um pouco. Quando me fazia algumas perguntas e via que eu não respondia porque me queria concentrar, colocava aquela mão enorme na minha perna. Mas não pensem que o fazia ao de leve. Nada disso. Metia a mão, aberta, e massajava ou comprimia os dedos, de modo a que apertava a minha carne.
Como devem calcular, fiquei muito incomodado. Ahahahahahah. :)

8 comentários:

  1. Isso é mesmo um jogo, com esqyemas e tácticas, eheheh.

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  2. Adoro a maneira como esse rapaz te põe incomodado, parece que liberta o teu lado rebelde (se é que o tens). Concordo com o pinguim, isso é mesmo um jogo.

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  3. seu vendidoooooooooooooo.

    Mas da próxima vez, diz-lhe que não vai lá só com a mão

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  4. Acho que se pode dizer, com quase toda a certeza, que ele sabe que gostas dele. A prova é que se aproveitou disso, a cena da mão na perna é flagrante. Podias era ter feito o mesmo e pedido outra recompensa.

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  5. Sim, ele deve saber. Sabe, de certeza. Ele tocava-me na perna para me chamar, mas a forma como o fez é demasiadamente pessoal. Parecia que me estava a apalpar. Posso mesmo dizer que aquilo que ele me "fez" é o que os rapazes fazem normalmente às raparigas. :)

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  6. Tás a ver....pouco a pouco...vai indo à fonte. :-)

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  7. PASSO-TE O DESAFIOOOOOOOOOOOOOO dos 7

    agora não tens escapatória

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  8. Eu sempre fui o oposto, ajudava toda a gente e por vezes até chegava a passar o meu teste por de baixo da mesa para os outros copiarem.
    Espero que o R tenha feito isto apenas porque estava à nora e não no sentido de se aproveitar de ti. Com as férias do natal à porta bem podias combinar mais uma tarde de estudo.

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