16 de outubro de 2010

Platão e a Justificação dos Totalitarismos



Platão (séculos V a.C - IV a.C), filósofo grego e um dos homens que mais influenciou o período da Grécia Antiga, distinguiu-se por ser um dos discípulos mais famosos de Sócrates, o Grande Filósofo.
Todavia, Platão haveria de marcar a Antiguidade Clássica e o futuro da Humanidade com as suas ideias muito próprias e específicas. Platão contestava fortemente o modelo democrático. Na sua concepção, o Estado deveria intervir em todos os assuntos que dissessem respeito aos cidadãos (desde a educação à política de matrimónios). Estávamos perante a ideia de um Estado Paternalista, sendo que Paternalista não tem uma acepção positiva, mas sim de controlo efectivo e total. Platão defendia também que só os racionais, ou seja, os sábios, deveriam governar a Pólis. Era uma ideia em que prevalecia a preservação da raça e a sobreposição dos direitos de uns sobre os direitos de outros. A lei, segundo o mesmo autor, era para ser obedecida cegamente, porém, tinha posições absolutamente contrárias à ideia de Constituição, contrariamente ao seu discípulo, Aristóteles. No fundo, Platão reduzia a nada a vida humana. O seu desprezo pela vida levou-o a afirmar que «... a partir da morte se começa a viver». A salvação, o etéreo consistia e fundamentava-se na alma.
Daqui podemos retirar todos os fundamentos que levaram ao florescimento dos totalitarismos do século XX. O anti-semitismo de Nietzsche embebeu em Platão a sua origem, originando a febre doentia de Hitler décadas mais tarde. Mas não só; também Mussolini, Oliveira Salazar, Franco, Estaline, Mao e os demais ditadores haveriam de encontrar em Platão a justificação para o domínio do Estado e do Sábio na vida dos cidadãos, reduzida a um mero instrumento.
Por isso se diz que Platão foi o pai dos totalitarismos.

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