14 de outubro de 2010

O Colega Simpático (II)


Retomando o meu último texto sobre o colega simpático, dou agora continuidade aos desenvolvimentos. Ele é, de facto, uma pessoa especial. Tem uma veia humorística acentuada e uma boa-disposição invejável, mesmo em horas matinais.
Hoje, ao chegar à aula, confesso que estava ansioso para o ver. O anfiteatro condensava cada vez mais e mais pessoas e nem sinal da sua presença. A fila que ocupei estava praticamente preenchida exceptuando poucos lugares. Os meus olhos fixavam-se no horizonte apenas para tentar avistar a sua presença. Quando o vejo. Tinha sido engraçado se me levantasse e acenasse com as mãos, mas jamais iria mostrar interesse. Não pelos outros, até porque nunca fui complexado, mas por ele. Ele viu-me e encaminhou-se para se sentar ao meu lado. De repente, o lugar imaculado que guardei foi ocupado por uma estúpida, patética e idiota que agarrou na minha mala, pediu uma licença invasiva e foi logo se sentando. Fiquei tão furioso. Resultado, sentou-se num lugar mais acima. Cerrou os lábios como quem diz: «Deixa lá...» e seguiu o seu caminho. Lancei um olhar ultra venenoso para a tipinha do lado.
Segundo tempo, já sem problemas, sentou-se finalmente ao meu lado. Bom, está na altura de o descrever sucintamente. Para mim é muito interessante. Veste roupa informal, jeans, ténis e t-shirts. Tem um ar diferente. É desembaraçado, o que se chama vulgarmente de «desenrascado». Depois, adoro os relógios enormes que utiliza diariamente. Gosto de tudo. Da forma como coloca a mochila nos braços, do seu ar viril e do seu jogo de conversa. Foi uma aula muito engraçada. Ele é bem atrevido, apesar de eu nunca ter sido tímido ou algo semelhante. Só não gosto de ser eu a ir atrás, se é que me faço entender.
Poderia descrever cada detalhe das nossas conversas, das gracinhas, etc, mas deixo à vossa imaginação, sabendo que estávamos numa aula, logo, o espaço de manobra era manifestamente pouco. Já combinámos uma hora de estudo para um destes dias. É que eu já tenho os livros todos e ele não. Diz - e com razão - que são muito caros e que agora não tem dinheiro para isso ( ninguém é perfeito, ahahahahah :D ). Brincadeira à parte, eu não estou a gostar muito do rumo que as coisas estão a tomar. Está a ficar muito sério e isso não é favorável à minha pessoa auto-suficiente e lúcida.
Para além disso, também conheci um rapaz que vive perto da avó e é do que mais se assemelha comigo na educação e sobriedade, apesar da nossa classe estar bem representada. Mas é chatooooooo.... quer saber tudo.
Bom, amanhã é dia de aulas e quero estar fresco, sem olheiras e com a pele óptima, por isso, nada melhor do que uma boa noite de descanso.


Este ataque de vulgaridade deve advir de um vírus que peguei de alguns que andam por lá. Vou dar conta disto para voltar ao meu estado normal. Prometo. :)

4 comentários:

  1. Eheheheh, estás a ficar apanhadito...
    E isso é bom!

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  2. Cheira-me a paixoneta, oh se cheira

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  3. Está a ficar muito interessante :P.

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  4. Ora essa! A vulgaridade está em todos nós, não é nenhum vírus tal como tu dizes. Se o achas interessante, não sejas sempre tão... bem formado e lúcido, sê tu próprio de coração ;)

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