14 de agosto de 2010

Reflexões Sobre Um Simples Diário



Desde criança que tenho um diário. Trata-se de um pequeno diário, um livro da minha vida. Um lugar seguro, onde sei que posso confiar todo o meu lado mais íntimo e pessoal. Porventura, até tenho mais do que um diário. Tenho vários, devido ao facto de escrever várias vezes, o que me levou a armazenar uns dez. Não escrevo todos os dias, no entanto, escrevo o mais importante. Os meus diários antigos estão guardados na casa da avó. A avó tem uma arrecadação fantástica, bem ao lado da adega pessoal do avô. Os tios, os primos e restantes familiares pedem à avó para guardar algumas coisas na arrecadação, que fica atrás do jardim. Meu, estão lá umas caixas, onde armazeno alguns brinquedos de infância. Nem são muitos, uma vez que desde pequeno me ensinaram a doar os brinquedos usados - mas em bom estado - para as crianças que têm menos posses. São brinquedos que me dizem muito. Para além desses artigos, estão lá os meus diários. Desde que tenho o blogue, as minhas energias são despendidas aqui, portanto, a escrita no diário não é tão frequente. Porém, os factos mais pessoais são confiados àquelas páginas.
Hoje, a falar com uma amiga de uma prima, abordou-se a questão dos diários, quando eu disse que ainda escrevia num. Ela riu-se, melhor, sorriu, de forma sarcástica que não gostei nem um pouco. Perguntei-lhe o motivo de tamanha admiração, quando ela me diz que são «coisas de criança» e que sempre me achou «um nadinha enjoado demais». Assim, na minha cara. Fui muito diplomata. Virei as costas e saí. À prima, mais tarde, disse o que pensava. Desde quando ter um diário revela imaturidade? Confesso que engoli um sapo, como se diz em linguagem popular.
Um detalhe no qual tenho reparado, é que tudo o que foge ao vulgar e ao comum é mal interpretado. Não somos todos iguais. Cada um tem a sua sensibilidade e a sua forma de viver a vida. Graças a Deus que não sou igual à maioria. Agradeço sempre. É bom ser diferente. Ser sensível, mesmo sendo rapaz. Não é o facto de sermos brutos, rudes e autênticos selvagens que nos torna mais homens. A nobreza de carácter não é visível nessas trivialidades. Grandes Homens e Mulheres estão no interior de quem menos esperamos. Isso sim compõe o ser humano, e não aquilo que a sociedade atribui a cada um.

6 comentários:

  1. Actualmente considero um diário algo próprio de uma certa idade, nem criança nem jovem. Ali um intermédio... Mas isso não significa que quem o tiver é imaturo, longe disso, pois um diário transforma-se em algo mais com a idade: passa a ser um registo de memórias, uma acta, ou ainda melhor: um blog pessoal e intransmissível. :)

    Infelizmente perdi o hábito de escrever tudo o que penso, ou seja, deixei de ter esse objecto pessoal muito cedo... E com

    Não dês importância a comentários infundados. Estuda-os e admira-te com as fundamentações (nenhumas) deles. Ri-te dela e da sua parvoíce. xD

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  2. Ter um diário deve ser algo maravilhoso. Eu já quis começar um mas acabei por não o fazer por preguiça. No entanto penso que é algo saudável e que deve ser muito bom ao fim de uns anos reler os diários e observar como crescemos e amadurecemos, algo só possível justamente com um diário ou se se for uma pessoa de boa memória.
    Um bem-haja.

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  3. As pessoas têm a mania de criar estereótipos estúpidos. Cada um tem direito a ser como é, se fossemos todos iguais não tinha graça.

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  4. Fizeste/me lembrar esta citacao:

    "You laugh at me because I am different, but I laugh at you because you are all the same"...

    Obrigado pelo comentario e simpatia, e por me dares a descobrir o teu blog tb:)

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  5. Uma das razões por que te leio e comento é precisamente por saberes ser diferente, que não é propriamente a mesma coisa de ser diferente.
    Claro que nem sempre concordo contigo, mas isso é a coisa mais normal do mundo; e acima de tudo tens uma maneira de expor as tuas coisas pessoais muito própria, és convicto nas tuas ideias e isso não é muito frequente.
    Abraço.

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  6. Não é só os maduros que escrevem. As crianças também escrevem Diários. Comecei a escrever o meu diário aos 12 anos e continuei quando emigrei para Alemanha e doze anos depois de estar radicado nesse pais dei por terminado porque o cansaço do trabalho travou a minha motivação.
    Um pequeno apanhado do meu diário,vários temas. (Diário duma criança sobredotada e a sua adolescesse)
    Percebi que não existe nenhuns estudos primários, secundários ou até académicos que nos ensina sobre muitas coisas da vida, que nada tem a ver com a realidade desse mundo. A escola, não ensina muito sobre assuntos pouco ou nada ligados com a vida. O ensino tradicional aborrecia-me, afastei-me dele; com isso aborreci meus pais, que lutava para me dar um diploma - seu sonho e sua imensa preocupação. Foi uma fase difícil para mim, porque eu era um rebelde. Foram eles que me fizeram assim! Não é com pressões e represálias que se educa os filhos. Esse procedimento contagia-nos e dá seguimento às gerações futuras.
    Odiava a escola porque era tudo a força de pressão e de maus tratos físicos e temas antiquados, comecei-me desinteressar pelos estudos regulares. Mas eu sempre me aventurei em lugar tão perigoso como com 19 anos fui para o exército português. Foi aqui que a minha cabeça fez um clico pelos estudos regulares, Mas isso faria toda a diferença. Comecei por fazer a minha assinatura muito idêntica há do meu pai. Fazer a minha letra muito parecida com a dele. Ali envolvido com todo o meus esforço apaixonante recebendo as lições que estavam armazenadas no meu cérebro, assim comecei a por ordem no meu armazém desarrumado e aproveitar alguma sabedoria do meu pai, desenvolvi em mim a minha própria personalidade combativa e destemida. Eu tinha uma visão diferente das coisas do que eles tinham, os filhos pretendem fazer sempre melhor do que os seus pais, que certamente me diferenciaria dele até dos meus irmãos, no curso da vida. Aprendi um pouco de ambos de sua geração da sua sabedoria e da minha geração presente e se eu não tombar… vou aprender também com a geração dos meus filhos. Aprendi que não se deve lutar com quem não se gosta, para não se igualar a quem eu repudio entre ásperas, os professores e a outra parte do meu pai a sua brutalidade.

    Autor: Manuel Dias Pombo

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