6 de julho de 2010

Regras de Conduta



Há algo que considero importantíssimo existir em qualquer pessoa, seja ela qual for e venha de onde vier. São as regras de conduta ou de boa educação. No entanto, é essencial fazer uma pequena distinção entre educação e conduta. Suponhamos: uma pessoa pode ser educada, embora não saiba como comportar-se à mesa, é um exemplo; podemos conhecer alguém com excelentes regras de conduta, porém, é extremamente mal-educada e agressiva. São, até certo ponto, indissociáveis, mas eu conheço pessoas que vivem com apenas um destes requisitos. Não irei falar muito a respeito da educação porque, no meu ponto de vista, ou se aprendeu na devida idade, ou nada feito. Quando falo em educação, refiro-me ao cavalheirismo, ao respeito pelos mais velhos, à cortesia social, ao respeito pelos pais, professores e demais pessoas, etc. Em relação às regras de conduta, aí sim, há sempre algo a fazer, mesmo que as pessoas não as tenham adquirido na infância. As regras de conduta são fáceis de definir. São as regras que devemos adoptar em todas as circunstâncias. Exemplos: como estar correctamente à mesa, a postura correcta, o tom de voz, a roupa, como estar numa sala com visitas, como receber as visitas, etc, etc, etc. São imensas. Bom, por algum lado começarei. Vou iniciar, por isso, um capítulo dedicado às boas normas de conduta. Aos poucos, publicarei regras que considero essenciais em qualquer situação. Hoje, falarei sobre o comportamento adequado na hora da refeição.

Comportamento à mesa

É do mais importante que pode existir. Uma pessoa é facilmente identificada pela forma que utiliza os talheres, o tom de voz que usa durante as refeições, a postura na cadeira, a forma que utiliza para servir os alimentos no prato... Qualquer erro cometido pode significar uma situação constrangedora que todos queremos evitar.
Comecemos com os talheres. Como se sabe, existem imensos talheres, cada qual com a sua utilidade própria. Os talheres de peixe, de carne, de sobremesa, de sopa, etc. Geralmente, estão distribuídos conforme o primeiro prato a ser servido. Habitualmente, é a sopa. Em algumas casas, existem dois pratos principais: o de carne e o de peixe. Os talheres devem ser convenientemente utilizados. A forma em que estão distribuídos também é importante. Nunca, por nunca, começar de dentro para fora. O sentido é sempre o inverso. É uma excelente dica para quem não sabe. A boca nunca se aproxima do talher, mas sim o talher se aproxima da boca. Nunca introduzir o talher por completo na boca, mas sim o essencial para comer. Ah, como é evidente, não colocar muito alimento no garfo ou na colher; só pequenas quantidades de cada vez.
No prato, devem colocar-se poucos alimentos de cada, de forma a não encher o mesmo. Um pouco de tudo, conforme o gosto pessoal. Nunca sujar as áreas circundantes do prato. Os alimentos deverão ficar comodamente no centro. Em relação ao típico guardanapo: eu não aconselho a utilização daquelas coisas horrendas de papel. Não é agradável e bonito. A utilização dos guardanapos de pano é aconselhável. O mesmo deverá colocar-se sobre o colo, de forma correcta. O acto de limpar a boca deve ser discreto e simples. Os copos são, de forma habitual, dois, podendo existir três. O copo maior é para a água ou sumo; o copo menor destina-se aos vinhos. O terceiro copo, a existir, é para o espumante ou champagne, e é facilmente identificável.
A postura a adoptar é muito simples. Costas direitas, sempre. Pernas direitas e não esticadas, o que é um horror. Na cadeira, não devemos ocupar o espaço todo com a parte traseira. Sentar confortavelmente, mas não ocupar o espaço todo, salvo problemas de saúde ou físicos, claro.
Quando queremos algo que não está perto de nós, deveremos pedir educadamente à pessoa que está perto do mesmo que nos passe, sempre agradecendo o gesto de cortesia com um «obrigado/a».
A forma de sentar na mesa também é importante. À cabeceira da mesma, fica o/a chefe de família, ou a pessoa mais importante. Seguir-se-ão, pela ordem devida, o cônjuge e os filhos, do mais velho ao mais novo. Em caso de visitas, as mesmas sentar-se-ão mais ao fundo. No caso de familiares, por exemplo, um avô, avó ou familiares de idade, os mesmos ficarão perto da cabeceira.
Para terminar, a decoração da mesa depende de cada um. Mais vistosa, mais simples. É ao gosto. Eu aconselho um centro de mesa bonito, discreto e chique. O ornamento deverá respeitar as cores que se destacam na mesa. O uso de velas decorativas está indicado no caso de jantares mais românticos, mas por favor, sem perfume, que é horrível.
O comportamento à mesa deverá ser o adequado. É proibido gesticular com os talheres; falar alto ou sobre conversas desagradáveis; nem vou tocar naqueles barulhos que algumas pessoas fazem, porque nem me atrevo a comentar; não tocar desnecessariamente nos pratos; não colocar os cotovelos na mesa; em caso de deixar cair algum talher, não apanhar do chão, etc.
Muito mais haveria a dizer, o que é incompatível num post e sem demonstração prática. Não obstante, creio que abordei o principal. Se seguirem isto, será um êxito. É mesmo, mesmo, mesmo, o essencial. São requisitos básicos. Mais algum pormenor, deixo ao vosso bom senso e rigor. ;)

6 comentários:

  1. Bem, coitada de mim que adoro comida do Mac Donald's xD
    A mulher que case contigo tem de ser muito culta e bem educada rapaz!

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  2. Obrigada por esta lição etiqueta.
    Gostei bastante.

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  3. Concordo contigo em usar estas condutas em determinadas refeições; mas devo confessar que no dia a dia, em nossa casa, sempre com o tempo a contar, temos que ser práticos:
    Eu por exemplo, como muita gente que conheço, como habitualmente na cozinha em mesas próprias para o efeito, e com um muito mais cómodo e fácil funcionamento, principalmente se, como eu, sou eu que cozinho.
    Se tenho convidados, o caso é diferente e já há mais cuidado com pormenores, o que não sucede no dia a dia.
    Sentir-me-ia "espartilhado" se tivesse que comer sempre como dizes.
    Recordo-me que numas férias mais distantes estive a passar férias com os meus Avós na Figueira da Foz; foi um tormento, com todo o cerimonial que me exigiam, principalmente nas refeições, no hotel, indo ao exagero de me forçarem a pôr uma gravata para jantar - numa praia, no Verão...

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  4. Olha eu vou-te ser a coisa mais sincera do mundo... a mim... que não faço nem metade dessas coisas on a daily bases, ninguém nunca há-de ousar dizer que eu não sei estar pois eu sou daquelas pessoas que se pode dizer que é verdadeiramente chique.
    Sou muitíssimo descontraído no dia a dia mas sei perfeitamente comportar-me da forma que tão bem e sucintamente descreveste no post... isso sim é importante.
    Só há um problema... esse tipo de coisas não se aprendem... a apetência para conseguir, ou não, com sucesso e naturalidade fazer a aplicação de todas essas regras e conselhos, com a devida naturalidade, já nasce com a pessoa... senão a pessoa aprender aprende... mas quem lhe tira a cara de pânico?
    Em todo o caso… é um bom começo para quem queria saber mais

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