15 de julho de 2010

Braços Abertos



Continuo a pensar em ti. A correr para ti durante os meus sonhos. Amanso os meus medos e adormeço calmamente com a tua imagem na minha cabeça. A tempestade acalma e a serenidade volta a alguém que pensa muito, mais do que devia. Durante esses momentos, ocupo o meu espírito de ti, de tudo o que podia acontecer mas que, por um golpe do destino ou das nossas vontades, simplesmente não passa de sonhos.
Por vezes, imagino-me num campo aberto, verde, com uma luz clara e transparente, quase fumo invisível. Nessas imagens, que surgem como slides fotográficos, corro para ti de braços abertos. Abraço-te numa ansiedade incontrolável, com uma fúria instintiva. E ali estás tu, ao longe, esperando por mim com os teus braços abertos e com um sorriso nos lábios. Quando te abraço, por fim, sinto um entorpecer dos membros, um formigueiro que sobe pelo meu corpo à medida que me ergues suavemente do chão. Há quem lhe chame alegria, eu chamo-lhe amor. Acaricio o teu cabelo, beijo-te os lábios, mas não de forma calma. Beijo-te com sofreguidão, com o medo de te voltar a perder. Envolvo-me em ti, preenchendo cada parte do meu corpo com uma parte do teu corpo. Consigo sentir os teus braços a envolverem-me a ti. A tua respiração ofegante, o cheiro da tua pele. Quando acalmamos as nossas emoções, vejo um brilho no teu olhar. São lágrimas que não chegaram a cair, no entanto, embeberam a tua alma em alegria.
Continuo assim, incessantemente, a correr para ti de braços abertos. Em sonhos, acordado, a vontade vive em mim com cores vivas, palpáveis e reais. Quero-te hoje como ontem. Amanhã como hoje. E eu continuarei assim, sereno e esperando por ti, pronto para correr de braços abertos.

1 comentário:

  1. Gosto muito da etiqueta que arranjaste para estes textos: Lado Intimista...

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