22 de novembro de 2009

Natal (I)

Quando chega a esta altura do ano eu começo a pensar seriamente nos preparativos para o Natal, e eu sou demasiadamente meticuloso com tudo o que diz respeito ao Natal. Primeiro, e mais importante, o que vou comprar. Na minha família, isto é, pai, mãe e eu, nunca tivemos o hábito de comprar para oferecer a nós próprios. Desde que era bem pequeno, os meus pais iam comigo às grandes superfícies comercias tipo Toys'R'Us para me comprarem tudo o que eu queria. Seguidamente iam às «lojas dos adultos» (era assim que pensava na época) e compravam o que queriam para eles. Alguns podem pensar que não é tão divertido e tradicional, mas sempre agimos assim e era desta forma que gostávamos de fazer. É evidente que comprávamos para oferecer, mas só para os restantes familiares. E a verdade é que os outros membros da minha família só me davam coisas que não gostava.
Depois do divórcio dos meus pais, em 2006, continuei a comprar o que queria e a fazer tudo o que fazia exceptuando um detalhe: o meu pai não estava lá.
Hoje em dia, e como ja não tenho idade para o Toy'R'Us, vou ao El Corte Inglés desde que abriu, em 2001. Adoro lá ir! Há tudo o que gosto e que me faz feliz. Compro, mando embrulhar nos fantásticos embrulhos que só eles sabem fazer e ofereço a mim próprio. É muito mais giro e excitante embora não pareça. Compro tudo à última hora, lá perto do dia 22, porque adoro a azáfama e a correria natalícia. Fico horas às compras, para desespero do meu pai que costuma ir comigo e detesta esperar. Depois, ao chegar a casa, coloco tudo aos pés da árvore de Natal e desembrulho à meia-noite do dia 25.
Este ano queria ir com o Diogo, sem o meu pai. O Diogo é um querido, super simpático e também um pouco elitista como eu. Conheci-o um dia à saída da escola, trocámos os números de telemóvel e a tradicional pergunta: "Tens Messenger?". Mas ele tem família no Norte e nem sei se estará em Lisboa por esses dias.
Este ano já estou a imaginar o que vou comprar. Tenho o hábito de fazer uma lista no computador, imprimo e vou comprar. Depois também tenho de tratar da decoração natalícia porque mudei de casa em Agosto para uma maior. Resultado: tenho de substituir a árvore e toda a decoração. Mas esses detalhes eu confio na Ana (a minha empregada). Ela compra o que peço e depois eu monto.
O Natal comigo pode ser exaustivo, mas é no mínimo inesquecível.

1 comentário:

  1. Olá MTiago!
    Li em diagonal o seu texto sobre o Natal.
    Também gosto muito de ir ao El Corte Inglês. Costumo ir lá ao cinema. São as melhores salas de cinema de Lisboa.
    Vou deixar aqui um poema do nosso FPessoa, para evocar este tempo.

    Natal

    Nasce um deus. Outros morrem. A Verdade
    nem veio nem se foi: o Erro mudou.
    Temos agora uma outra Eternidade,
    e era sempre melhor o que passou.

    Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
    Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
    Um novo deus é só uma palavra.
    não procures nem creias: tudo é oculto.

    (Sempre de cortar a respiração, não é?)

    Um beijinho

    MDelfina

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